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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O "jeito gay de ser" dos machões enrustidos

Parece que existe um “código de ética” velado, por parte dos homens, em relação a amigos enrustidos que escondem a famosa “chave do armário”. Fui recentemente numa festa e era gritante “o fenômeno” entre um grupo de amigos, ou seja, os que realmente são homens (com H maiúsculo) em geral brincam entre eles sem nenhum problema, é um tal de viado prá cá, bichona prá lá (os fluminenses tiram de letra o apelido pó de arroz e blush”, e os flamenguistas ouvem, numa boa, o bordão "flagay você", por conta da famosa torcida organizada “Fla-Gay), mas quanto ao amigo suspeito...

É quase um tabu, praticamente proibido tocar no assunto “gay” na frente do tal amigo, mas o sujeito não convence, ou seja, toda a “torcida do Fla-Flu já percebeu que o fulano é “doido para escorregar no quiabo”, mas ele não deixa cair a máscara de jeito nenhum, posa de machão, é flamenguista (time de mach...ucado) e tem sempre uma namorada a tiracolo, muda a toda hora de girlfriend, ou arranja defeito na garota ou é a garota que cai fora... Será que a coitada descobre a tempo? Conheço algumas mulheres que, infelizmente, só perceberam a furada que caíram, depois de casar e/ou engravidar do fulano enrustido (que faz questão de mostrar serviço“, assim quem vai duvidar da virilidade do tal?).

Os amigos podem até sacanear o time do fulano (apelidos, tipo frango é liberado, mas franga jamais), e é só; o “lado gay de ser” do fulano é “campo minado”, e todos fingem não saber a verdadeira preferência sexual do tal amigão, mas no fundo desconfiam de que o fulano quer mesmo é “agasalhar um croquete” (será que têm medo de ser a paixão secreta do fulano? será que é por isso que o assunto é proibido? Assim, na dúvida...cala-te boca).

O interessante é que, em muitos casos, nem mesmo ele (e às vezes alguns amigos também não) admite que tem uma “queda” (mesmo que seja uma desmunhecada e tanto), como no filme “Será que ele é” (“In & out”) em que o ótimo ator Kevin Kline (assista abaixo) tem uma atuação que é uma comédia por si só, ao não aceitar a sua preferência sexual (detalhe, como acontece na vida real, nem a noiva desconfiava), tenta (sem sucesso) provar a própria virilidade, na hilária “aula virtual de masculinidade”, ao som de “I will survive”, de Gloria Gaynor.



Parece que o  viadômetro dessas pessoas está sem pilhaO pior é quando o fulano enrustido é homofóbico, e esconde a sua verdadeira tendência homossexual, alguns hostilizando e mesmo agredindo os assumidos publicamentecomo hoje admite ter cometido bullying contra gays na escola o próprio cantor Ricky Martin, agora assumidamente homossexual. 

Um estudo realizado em 1996, pela Universidade da Georgia (vídeo abaixo), usou testes psicológicos associados a estímulos audiovisuais e detecção de excitação sexual, em grupos de estudantes universitários do sexo masculino que se declararam héteros, provando o que já se suspeitava, ou seja, os que se mostraram mais homofóbicos foram os que mais se excitaram com os vídeos homoeróticos. 



Pesquisas mais recentes (nos EUA nas Universidades de Rochester e da Califórnia, e na Inglaterra na Universidade de Essex), agora com avaliação de impulsos e respostas cerebrais, reforçou o conceito de atração (e desejo retraído) pelo mesmo sexo e negação da própria sexualidade pelos homofóbicos, principalmente os agressivos, que mostraram graves problemas psicológicos de repressão sexual no âmbito familiar.

O amigo enrustido, que por acaso estava na tal festa, tem uma história familiar altamente suspeita, tem atitudes misóginas com as mulheres no seu trabalho, de vez em quando dá umas desmunhecadas bem estranhas e tem verdadeiros acessos histéricos quando contrariado, e a única vez que presenciei um questionamento da parte dele, em relação ao tema homossexual, foi no trabalho, e o tom não foi de brincadeira e zoação, me pareceu algo homofóbico, pois o fulano parecia querer dar um alerta para os ouvintes, como se ser gay fosse uma doença.

O revelador documentário “Outrage (que significa “ultraje, afronta), de 2009, denunciou a hipocrisia de políticos americanos que votam contra os avanços dos direitos dos gays e, inclusive, protegem homofóbicos que praticam crimes violentos contra assumidos, mas por trás das câmeras esses conservadores enrustidos (a maioria do partido republicano) escondem furtivas relações homossexuais, a sete chaves, no closet” (trailer no final do texto). E o interessante do documentário é mostrar que os políticos que resolveram assumir sua homossexualidade não foram linchados politicamente, muito pelo contrário, foram continuamente reeleitos pela população que passou a considerá-los mais honestos e confiáveis.

Já os que não têm nenhum jeito para “a coisa”, curtem as brincadeiras numa boa. Paulo “Amigão” Soares e Antero Greco, os dois apresentadores (abaixo) do programa SportsCenter, do canal pago Sport TV, são uma comédia a parte, dão um show de humor com as suas gafes e risadas hilárias, principalmente quando a zoação gira em torno de reportagens com interpretações dúbias, com piadas e/ou deboche de cunho homossexual entre eles mesmos.



Para os homens (de verdade), a zoação em relação a esse assunto é levada numa boa, sem problema algum, a brincadeira e o entendimento são mútuos pois a sexualidade está bem resolvida. Como acontece no filme britânico “Ou tudo ou nada” (“The full monty”), em que o ótimo ator Robert Carlyle e um grupo de amigos, desempregados de uma indústria de uma “cidade do aço” inglesa, descobrem o grande filão que é a dança de “strippers” numa boate para mulheres, e resolvem dançar, sem preconceitos, à moda dos gays (com direito a minúsculas sunguinhas de onça, tipo “tapa sexo”, em seus corpanzis desproporcionais) para enfim saírem do sufoco financeiro de suas vidas, ao som de “Hot stuff”, sucesso da musa gay dos anos 80, Donna Summer.


Já no filme “Priscila, a rainha do deserto”, da década de 90, o preconceito e a intolerância são vividos, e encarados sem medo, pelos protagonistas; o filme, divertido e irreverente, retrata a aventura de três drag queens que deixam o conforto urbano da cidade de Sidney e se aventuram, por diferentes motivos, no deserto australiano, a bordo de um ônibus todo pintado de rosa pink (a “Priscila” do título).

Neste divertido filme australiano, os atores machões, que di-vi-na-men-te encaram esse “jeito gay de ser”, são: Terence Stamp (o ícone sexual dos anos 60), o ator Hugo Weaving (o chefe do esquadrão antivírus de “Matrix”) e Guy Pearce (do suspense “Amnésia”). Os três estão ma-ra-vi-lho-sos, mais “gays” impossível, e a trilha sonora, claro, gira em torno dos famosos hinos gays dos anos 80, dos grupos Abba, Village People e outros.


Sem esquecer também dos misóginos e na contramão da homofobia e do bullying contra assumidos, dois curtas-metragens, o americano “It gets better” (dos estúdios Pixar) e o brasileiro “Não gosto de meninos” (no final do texto) mostram pessoas normais que apenas têm preferência sexual diferente dos héteros, e como tais, devem ser respeitados, e quem sabe, seja uma dica para os enrustidos enfim “saírem do armário”, e viverem felizes para sempre”, sem dissimulações, sem perseguições e sem preconceitos.

Em tempo: contrariando o hilário videotape sobre masculinidade do filme In & out”, homens (com H maiúsculo) dançam sim, a diferença sutil é o movimento dos braços e mãos, se "para cima" desconfie. 

E o que seria do cinema sem a música e a dança? Assim, fecho esse texto com cenas inesquecíveis de dança no cinema, no vídeo abaixo (se você for como eu, não vai resistir e vai dançar também), unindo héteros, homos e quem mais chegar, sem preconceitos, todos humanos, demasiadamente humanos” (parafraseando Nietzsche).









sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Ser ou não ser um motherfucker ?

Ufa! É cansativo ser anarquista num mundo cercado de “motherfuckers”. Como “adorável anarquista”, eu detesto regras e leis, pois o compromisso e a consideração para com o próximo é que são as verdadeiras “regras e leis” que seguem os anarquistas.

Liév Tolstói (escritor russo do célebre livro “Guerra e paz”), um pacifista que flertava com o anarquismo, foi perseguido pelas suas idéias libertárias contra os costumes da época em que viveu, ao pregar afazeres sem regras excessivas, sem leis e sem punições, nos primórdios do século XIX.

Em um dos meus trabalhos atuais, o excesso de “motherfuckers” tem tornado o ambiente, no mínimo, insuportável. Infelizmente não pude me livrar desse trabalho ainda (estou caminhando para tal, em breve), apesar de, no fundo, não ser exatamente o que eu queria, mas do jeito que as coisas andam por lá, parece que não tem volta. 

Horários e regras infundadas têm feito as pessoas se afastarem cada vez mais do ambiente hostil e improdutivo que se tornou o tal serviço (um colega acabou pedindo aposentadoria precocemente, e infelizmente, cada vez é mais raro pessoas querendo prestar serviço por lá).

Assim, para amenizar um pouco o mal estar e o clima pesado do ambiente, até onde eu posso ter algum tipo de autonomia com aqueles que me auxiliam nesse meu serviço, eu tento liberá-los da chatice de cumprir horários quando não mais se tem o que fazer (deixando-os, em comum acordo, em “stand by”, para qualquer eventualidade ou necessidade).

A revista “Info” publicou recentemente um texto intitulado “Sem chefe, sem horário, sem estresse” alertando para a necessidade (das empresas) de se rever a relação de trabalho com os seus funcionários, alegando que “a ausência de hierarquia e a liberdade no horário do trabalho acabam por reverter em maior produtividade e um ambiente de trabalho mais acolhedor”, com o funcionário satisfeito e mais cooperativo, por se sentir menos pressionado e mais respeitado, sem cobranças excessivas.

Não se trata de ser ou não ser “bonzinho”; ao contrário, como diz o texto, “não se trata de troca de favores, mas sim de confiança em pessoas responsáveis, pró-ativas e comprometidas”. No texto, presidentes e diretores de grandes empresas ensinam: “o controle rígido de horário pode até fazer o funcionário trabalhar por mais tempo, mas não necessariamente de maneira mais produtiva”. 

Perdi a conta de quantas vezes já fui chamada pejorativamente de “boazinha”. Como anarquista e brigona, considero um elogio quando me chamam de louca, histérica, desvairada, é melhor do que ser rotulada de panaca, bunda mole, maria vai com as outras, babaca, baba ovo, como muitos que conheço. Mas... boazinha!!!

No meu prédio, vizinhos “de porta” já me botaram “contra a parede”, por ser “boazinha” demais com minhas empregadas domésticas, rotulando-me quase como “um mau exemplo como patroa”, pois não estipulo horário de entrada nem de saída dos meus “subordinados” dentro da minha casa, que não trabalham aos sábados, domingos e muito menos nos feriados (e, claro, pago todos os encargos trabalhistas).

Percebem? As pessoas querem impor como eu devo proceder no trato com a minha empregada dentro da minha própria casa, para não influenciar “a anarquia” nos outros empregados vizinhos. Não é o máximo? Quer gente mais “motherfucker” que isso? Não satisfeitos em explorar seus próprios empregados ainda se acham no direito de se intrometer na casa alheia. 

O que posso dizer é que, em troca da minha boa relação com minha empregada, há um respeito mútuo, e as pessoas vivem me perguntando como eu consigo ter uma empregada que “cozinha divinamente, se prontifica a fazer minhas compras de supermercado, se oferece para pagar minhas contas no banco, resolver as pendências das obras do apartamento, e ainda estar sempre com um alto astral e um sorriso de orelha a orelha”. Por que será, hem? 

Mutuamente, eu dou uma ajuda extra, no estudo e no pagamento de um curso de enfermagem em medicina do trabalho (descobri que, antes de se empregar na minha residência, ela tentou trabalhar como técnica de enfermagem, pois tem o curso, mas nada conseguiu no ramo); brinco com ela que, só a liberarei para a nova profissão, se me arrumar outra empregada como ela (realmente ela é merecedora da minha ajuda, pois é talentosa e compromissada em tudo o que faz).

E no meu trabalho também não é diferente; tenho “seguidores” que, mesmo sem nenhum tipo de interesse (a não ser troca de conhecimentos profissionais), continuam frequentando o meu serviço mesmo quando eles já cumpriram, no meu setor, a carga horária determinada pelos seus superiores. Por que será, hem?

Minha relação com as pessoas com quem eu trabalho é de respeito pelo profissional que se mostra interessado no que faz, detesto regras e horários, cobro eficiência e comprometimento; se o meu subordinado já cumpriu eficientemente suas tarefas para comigo, eu o libero para sua vida lá fora, e o retorno disso é sempre promissor, e a confiança é sempre total (até que me provem o contrário, eu sempre acredito e confio nas pessoas com quem me relaciono).

Um adendo: desta vez, quem me chamou de “boazinha”, não é, em hipótese alguma, um “motherfucker” (muito pelo contrário), mas com certeza foi pressionado por um deles, e acabou se sentindo obrigado a me interpelar para que eu cobrasse “horário” (como sempre, com a mesma desculpa de sempre, para não provocar a “anarquia” entre os demais) de um dos que estão sob o “meu comando” no meu horário de trabalho.

e anarquista que sou, fiquei indignada porque, na verdade, o tal “motherfucker” está literalmente “putinho” por ter perdido o seu “boy” (que cansou de ser explorado) e que agora é um dos “meus seguidores” (pois este sabe que agora tem o respeito que merece). Quem mandou o fulaninho de m.... ser um “motherfucker” (filho da p...)? 

E como  “tudo que acontece na minha vida me leva ao mundo do cinema, assista Sacha Baron Cohen com a música Aladeen motherfucker (vídeo abaixo), do seu último (e não menos irreverente) filme O ditador.



O comediante britânico, mais uma vez, chega sacudindo a sétima arte, cada vez mais na limítrofe e tênue linha entre o politicamente incorreto e o francamente ofensivo e escatológico, com suas loucas e antológicas cenas (como esquecer da desvairada, constrangedora e não menos hilária cena da luta nudista, do filme Borat?).



Para ilustrar, deixo também o vídeo do comediante canadense Jon Lajoie, numa sátira intitulada “Everyday normal guy”, ironizando os rappers típicos que, em geral, posam de “fodões”, com suas músicas carregadas de palavrões (e claro, não podia faltar o “motherfucker”).











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