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domingo, 4 de novembro de 2012

Precisamos falar sobre "os Kevins" nas nossas vidas

Precisamos falar sobre "os kevins" que rondam as nossas vidas, que se escondem, por exemplo, por trás de chefias nos nossos trabalhos. Não é só na política, sob a forma de corruptos inescrupulosos, ou sob a forma cruel de "serial killers" que se escondem os psicopatas (como o "representante-mor" Anthony "Hannibal" Hopkins, de "O Silêncio dos Inocentes" do diretor Jonathan Demme, ou o dissimulado e irônico e não menos violento personagem de Malcom McDowell em "Laranja Mecânica" do diretor Stanley kubrick, ou o psicopata vingativo Robert de Niro em "Cabo do medo", de Martin Scorsese). Nem todos são necessariamente violentos e perigosos assassinos (estes talvez nós raramente iremos nos confrontar no nosso dia a dia). 

Mas os psicopatas sutis do cotidiano talvez sejam os piores, no sentido de que, por não serem violentos nem assassinos (até que se prove o contrário) conseguem enganar suas vítimas por muito mais tempo, dominando-as completamente sem elas perceberem. Em geral ocupam cargos de poder, tais como chefes que, à primeira vista, são simpáticos e acolhedores principalmente com os seus subordinados (leia-se suas futuras vítimas).


Tenho uma amiga que teve um deles como marido (passou "o pão que o diabo amassou" até descobrir com quem estava lidando). Eu, sem perceber inicialmente, convivi com um deles durante anos, mas essa consciência de que estava lidando com um psicopata como chefe no meu trabalho, realmente veio muito tempo depois, e como diz a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, no seu livro "Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado", só se tem certeza com a convivência diária com o malévolo e quando se tem ciência de como age um verdadeiro psicopata. 


Como diz a psiquiatra, o outro não representa nada para o psicopata, o outro é apenas um instrumento que o psicopata usa com o objetivo de obter diversão, status ou poder, e surpresa ao ler o livro da psiquiatra, identifiquei imediatamente o meu ex-chefe como um deles. Impressionante como é exatamente como ela define. Na frente das pessoas as quais interessava a ele se portar como um chefe e professor exemplar (sim, ele é professor, e pior, de medicina) ele dizia que eu era uma funcionária excelente, uma médica que fazia sempre 110% do meu trabalho, mas nos "bastidores" na minha sala de trabalho, trancava a porta a chave para então gritar como louco comigo, porque sabia que eu me sensibilizava com os pacientes, e assim me dominava, e a estratégia dele era então eficaz (psicopata é racional, não joga para perder), 


pois quem acreditaria nas minhas palavras (eu não aceitava seus métodos, digamos pouco ortodoxos, para com os pacientes) pois o professor só me elogiava pelos corredores do hospital (eu então fui rotulada de "descontrolada", óbvio, quando comecei a reagir contra, e o tal professor como todo psicopata, era sempre um modelo de controle emocional, impassível, incapaz de qualquer reação extrema, posando de "vítima" diante das minhas reações, diante de todos a minha volta). 

A minha sorte é que, apesar de sensível (vítima fácil para esses malévolos), sou anarquista, assim tive força para me rebelar e sair a tempo do setor (não tive apoio de nenhum colega, muito pelo contrário, e fui extremamente prejudicada com a minha saída, mas era minha saúde que estava em jogo, ou eu me matava ou o matava, tal a pressão psicológica do malévolo). 

A mesma sorte não teve outra médica que, bem antes de mim, tinha sido sua vítima mais fatal, pois até hoje está em tratamento psiquiátrico por grave depressão, sem condições de voltar a exercer a profissão de médica, e infelizmente foi rotulada por todos, sem exceção, como "depressão por problemas particulares emocionais", 


mas só eu sei o que ela passou, eu e mais uns tantos que também já passaram, mas infelizmente não denunciam (e o pior, alguns vieram me confessar que só depois que se tornaram vítimas do fulano, é que passaram a entender, tarde demais, meu aviso de alerta). Hoje, depois do que passei, uso a tática do "tit for tat" nas minhas relações inter-pessoais no trabalho, me protegendo das pessoas (e ignorando-as, inclusive) que não me respeitam (leia o texto "Regras do jogo da vida" em outubro de 2011).

O filme "Precisamos falar sobre o kevin" (baseado, infelizmente, em uma história real) aborda exatamente esse tema, ou seja, como um psicopata manipula e domina a sua vítima. No filme, a pobre mãe (Tilda Swinton, excelente como sempre) se acha a culpada por não ter desejado a gravidez do tal Kevin do título, mas a vinda da segunda filha que deveria deixá-la ainda mais hostil depois de lidar com o primogênito, ao contrário, a docilidade espontânea da filha a faz perceber que havia algo de muito cruel no filho, mas deveria fazer com que ela se livrasse desse sentimento de culpa em relação ao primogênito mas o filho psicopata sabendo da fraqueza da mãe (mãe sempre acha que falhou em algo) usa isso para mantê-la sob seu domínio e colocar o casal um contra o outro. 

O filme (angustiante, principalmente para mim, que fui vítima de um maldito "Kevin") e a entrevista da psiquiatra sobre a película no Jô Soares (no final do texto - assista, só depois de ver o filme, pois há revelações excessivas no programa sobre o filme) me deram mais força ainda para continuar a denunciar o tal professor, pois só denunciando é que a grande maioria dos que sofrem nas mãos de um desses malévolos vão estar mais preparados para enfrentá-los se souberem de antemão com quem estão lidando (a psiquiatra escreveu o tal livro pretendendo, assim como eu,  avisar às pessoas sobre tais mentes perigosas que circulam livremente no nosso dia a dia, porque infelizmente as pessoas se calam e não denunciam). 

Por isso sigo, anarquista que sou, denunciando por onde eu passo (e tenho provas, caso eu sofra alguma represália do malévolo, registradas em cartório, inclusive assinaturas de pacientes que foram prejudicados pela imperícia dele) - o tal professor é um mentiroso contumaz e um engodo (como a maioria dos psicopatas o são) e destrói a todos, sem exceção, que descobrem a sua imperícia.

E, como de vez em quando, ouço piadinhas de que a minha briga com o fulano foi "um problema pessoal de amor e ódio", eu na verdade fico com ódio dessas pessoas pois não admito que façam pilhéria com algo tão sério (se fosse uma brincadeira vá lá, ainda mais tratando-se de um gay enrustido, que eu tenho certeza que é o caso do meu ex-chefe), mas a coisa é muito grave, portanto antes de levarem na zoação as minhas denúncias, lembrem-se: esse psicopata não mora, mas trabalha (e é chefe) bem ao seu lado, e você (ou o seu paciente) poderá ser a sua próxima vítima. Pense nisso. Depois não diga que não avisei. Vale aqui o velho ditado: "quem avisa, amigo é".


E para não esquecer das sábias palavras de Martin Luther King (que a psiquiatra comenta que Einstein também reforçava esse conceito): "não me preocupo com o grito dos maus, mas sim com o silêncio dos bons" (portanto, não esperem que eu me cale).

Prepare-se, o filme "Precisamos falar sobre o Kevin" é aterrorizante, a única coisa amena é a bela música "Everyday" dos anos 50, de Buddy Holly, que também já fez parte da trilha sonora do belo filme "Conta comigo" (leia sobre esse filme, aqui no blog, em maio de 2010)
 
 







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