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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Traição, relação falida e suas (in)consequências

De onde vem tanta insegurança, e falta de amor próprio das mulheres, em relação à traição dos homens? Por que aceitamos (opa, aceitamos uma ova, me tira fora dessa) a traição deles, se eles raramente aceitam a nossa? A culpa é de nós mesmas, as próprias mulheres, pois a sociedade patriarcal vigente durante séculos criou mulheres machistas que endeusam os homens, em detrimento do sofrimento eterno das mulheres, tornando-nos submissas aos homens em nome de uma “soberania” registrada nos textos bíblicos, pois "fomos feitas da costela do homem, portanto subalternas a eles" (Bulshit).

O que vem primeiro: “o ovo ou a galinha”? Ou seja, a baixa autoestima é que leva a mulher a aceitar ser traída (e ainda assim, permanecer ao lado do traidor) ou, ao contrário, a traição do parceiro é que leva a mulher à baixa-estima e, consequentemente, é esse sentimento de falta de amor próprio que a mantém ao lado do cafajeste traidor?? 

E o homem traidor? O que faz com que ele fique sempre com uma mulher de baixa autoestima ao seu lado, e em geral nunca consiga conquistar de verdade uma mulher segura de si?

Nas minhas andanças pela vida, o que tenho percebido (e lido nos compêndios de psicologia) é que o homem galinha é um pobre infeliz que tem apenas lampejos de uma passageira felicidade ao lado da mulher que seduz, mas a que realmente ele consegue definitivamente conquistar é sempre uma mulher de baixa autoestima, carente de afeto, que "aceita" (na verdade sofre em silêncio) as suas escapulidas. Isso porque uma mulher segura de si, independente e que tem amor próprio, só cai no conto de sedução desses tipinhos uma derradeira e única vez. Daí o “Don Juan dos pobres” tem que se contentar em viver de ilusões com uma verdadeira mulher, mas acaba por conquistar mesmo uma infeliz como ele.

Tenho frequentemente me deparado com alguns desses casos que, infelizmente, ainda continuam tão comuns nos dias de hoje. Como uma mulher se deixa engravidar mais de uma vez por um mesmo cafajeste que nunca lhe deu a mínima bola e que, mal a barriga começa a crescer, e o fulano já está sassaricando com outra bem debaixo do nariz da coitada? 

E por que homens divorciados, beirando os cinquenta, já com filhos adultos, resolveram engravidar, a torto e a direita, mulheres mais jovens, sem nenhum vínculo afetivo estável com essas mulheres? O que querem provar? Que ainda podem ser garanhões reprodutores? Desconhecem a famosa camisinha? Todas as camisinhas desses cinquentões estão furando em série??

Se se tratasse de adolescentes ou jovens adultos que, por falta de experiência, quando se dão conta, estão com um rebento a caminho, vá lá, mas mulheres trintonas e marmanjões de quarenta ou cinquenta anos inconsequentes??? Ora, me poupem.

A mim essas pessoas me soam apenas carentes, de uma extrema carência afetiva, falta de amor próprio e tremenda baixa-estima. Mas o que me incomoda mesmo é que carentes apenas geram filhos carentes, e essas pobres crianças vêm ao mundo sem nenhuma expectativa, pois não foram planejadas pelo enlace emocional de um casal normal, são frutos de mesquinhez de um lado (homens querendo "mostrar serviço tardio" e outros, na verdade, querem provar que não são gays, mas em geral não convencem e continuam "no armário") e de carência de outro (mulheres em contagem regressiva do relógio biológico) e isso não pode dar em boa coisa. 

Essas pessoas deveriam refletir sobre isso antes de se envolverem um com o outro, se não existe afeto que vá cada um para o seu canto, e deveriam parar de insistir no que não dá mais pé, a relação chegou ao fim e pronto, não tem que insistir no erro, ainda mais colocando um filho no mundo, como se esse ser indefeso fosse salvar uma relação falida. 

A música “Somebody that I used to know”, do neo-zelandês Gotye com a participação da voz potente da cantora Kimbra, fala disso, desse tipo de relação massacrada e acuada pelo outro, e que passa a ser um alívio quando acaba ("but I admit that I was glad that it was over").


Botar uma criança no mundo é de uma responsabilidade extrema, não se brinca com os sentimentos alheios, quem não consegue suprir sua própria carência de afeto não saberá transmitir para o rebento esse sentimento tão nobre. É possível melhorar a auto estima sem para isso colocar no mundo um pequenino ser indefeso que, repito, por tabela, será mais um carente afetivo.

E é fatídico, homem não gosta de “discutir a relação”, assim, quando ouço um homem questionar o seu relacionamento alegando “problemas, mas que está tudo bem”, pode escrever, é mau sinal, na verdade o fulano está querendo por o pé para fora da relação há muito tempo, mas não tem coragem, pois tem os filhos, a partilha dos bens, a incerteza se vai pintar uma nova relação (e se valerá a pena) e daí fica estagnado no tempo e no espaço, e é mais fácil deixar como está, literalmente deixar rolar. E esse desgaste é um passo para a traição. Gonzaguinha no seu "grito de alerta" (música no final do texto) desabafa e assume a sua parcela de culpa no desgaste da relação. 

A mulher. ao contrário, quando reclama da relação, não está inicialmente pensando em pular fora, na maioria das vezes, é só um desabafo, ela na verdade quer mudar a relação para melhor e compartilha com amigos na esperança de encontrar uma solução para o melhor desenlace do problema. 

"Infidelidade" (com Richard Gere e Diane Lane) é um filme erótico do diretor Adrian Lyne ( o mesmo de "Atração fatal" e "Proposta indecente") que mostra como um casal que "não discute a relação", que finge que "tá tudo bem, mas...", pode se perder numa traição desenfreada, e a relação antes saudável passar a ser malévola e doentia (trailer no final do texto).  

Na verdade, o grande problema mesmo é a expectativa errônea que os casais depositam um no outro, como se o parceiro fosse a única razão de sua existência. A verdade é que devemos aprender a desmistificar a crença de que o outro (seja ele o parceiro ou mesmo um filho) é o responsável pela nossa felicidade. Somos infinitamente sós nas nossas buscas pela nossa verdade, nas nossas questões existenciais mais preponderantes, e é vital esse fortalecimento solitário para se conhecer a si mesmo.

E termino essa reflexão, para descontrair um pouco, com o esquete (abaixo) do programa humorístico americano "Saturday night live" com o músico Gotye e a sátira à famosa música, sucesso absoluto nas rádios.










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