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quarta-feira, 28 de abril de 2010

A obrigação moral de ser anti-flamenguista

Certa vez, um flamenguista, tentando defender a malfadada fama dos torcedores do Flamengo, me disse achar “as outras torcidas bem mais chatas, especialmente porque deixam de torcer pelos seus times para torcer contra o Flamengo” (segundo ele, seria algo como uma "inversão de objetivos").

No meu caso em particular, não se trata disso, pois nem tenho time, nem curto futebol, acho apenas a torcida do Fluminense simpática, nada mais, e ao contrário, a baderneira torcida flamenguista incomoda a todos, e consegue brigar, inclusive, entre eles mesmos, mesmo com o time sendo vencedor (veja o vídeo no fim do texto).

Acho divertido ser anti-flamenguista, porque “anarquista” que sou, gosto de provocar essa torcida pentelha, pois é a minha única revanche, é a única maneira (pacífica que sou) de “dar o troco”, de “tirar a paz” deles, do mesmo jeito que eles a tiram de mim (vide o texto, aqui no blog, “A pentelha torcida flamenguista” em outubro de 2009).

Ouvir falar mal do timinho de m....deles deixa os torcedores fanáticos "inflamados”, daí aproveito prá fazer “laboratório” com essas reações “fumegantes” (o termo combina com a esfumaçada e “diabólica” torcida), e a pergunta que não quer calar: o que leva essas pessoas a se deixar envolver tão fanaticamente com essa tal paixão, a ponto de provocarem mudanças radicais no humor delas?

Tal qual uma religião, uma seita, ficam cegos, não conseguem enxergar a lavagem cerebral por trás de tal idolatria (eu me refiro aos fanáticos que, claro, existem em qualquer time, mas com o Flamengo, por ser uma das maiores torcidas, a coisa toma proporção absurda), e me pergunto: tanta coisa no mundo prá se angustiar e se deprimir, e o sujeito fica “de mal com Deus e o mundo” porque o timinho de m.... dele perdeu?????!!!!! (veja texto, aqui no blog, “A fila anda devagar prá quem não curte futebol” em novembro de 2009).

E é divertido ver como o “anti-flamenguismo” é difundido (porque incômodo) – há pouco tempo assisti a um episódio de “Os normais”, em que o personagem Rui (Luís Fernando Guimarães) e a Vani (Fernanda Torres) estão fazendo compras numa feira de rua, e o Rui sem querer troca a sua sacola com a de alguém, e só percebe a troca quando encontra, dentro da mesma, várias camisas do Flamengo,

e Rui tenta convencer Vani (que ficou chateada por ter perdido suas compras), amassando com as mãos as horrorosas camisas de listras vermelho e preta, com a seguinte frase: “Vani, tente ver pelo lado bom, pelo menos, por um bom tempo, você não vai precisar comprar pano de chão” – hilário, principalmente porque a cena foi encaixada ali “do nada”, o episódio “passava longe” do tema futebol, e curiosa, fiquei imaginando: afinal, quem estava por trás daquele casal fictício anti-flamenguista, os atores Fernando e Fernanda, ou os criadores do texto, a Fernanda Young e o Alexandre?

Já fui “pró-futebol” – copa de 70 – menina na tenra idade que eu era, lembro relances da euforia que foi aquela copa. Hoje, adulta, sei que havia a ditadura e as torturas militares, por trás de toda aquela massa seduzida e manipulada, mas no meu universo de criança (nessa hora, me lembro do filme “O menino do pijama listrado” – leia no texto, aqui no blog, “Lavagem cerebral” de março de 2010), a gente só enxergava o que nos era permitido ver.

E o talento e a garra daqueles jogadores eram ímpares (o que não se vê mais nos dias de hoje), havia sedução e poesia naqueles dribles mágicos. Naquela época, ou se tinha talento ou não se tinha nada. Hoje, a tecnologia a serviço do esporte, “produz” talentos que, muitas vezes, sem ela, o fulano seria “apenas um atleta de desempenho medíocre”. Hoje temos roupas cada vez mais apropriadas para melhorar a performance do atleta, dietas alimentares que “bombam” qualquer músculo esquelético, tudo é cronometrado para superar milésimos de segundos de vantagem em competições entre atletas.

E no passado, o atleta tinha uma responsabilidade como ídolo das gerações futuras, um exemplo de profissionalismo e perseverança a ser seguido. Hoje, ao contrário, o que vemos são os “mercenários do esporte”, a grana, e apenas a grana, dita a “garra” (tudo bem, ninguém “vive de vento”, mas não precisava exagerar).

Os atletas da época de ouro do futebol ficaram conhecidos pelos seus dribles quase poéticos no campo, enquanto que, os atuais, ficam mais conhecidos fora do campo, por seus escândalos sexuais com travecos, seus maus exemplos como sonegadores e maus cumpridores dos seus deveres cívicos, suas declarações machistas e/ou racistas, suas brigas públicas com mulheres de índole duvidosa e seus envolvimentos explícitos com o mundo do tráfico (leia o texto "Nossa eterna anuência com corrupção e impunidade", aqui no blog, em março de 2009).

No passado, a preocupação era transmitir a imagem do atleta bom moço, de bom caráter e com compromisso com o esporte e com seus fãs. Hoje, os "ídolos" do futebol, a maioria deles, são na verdade marginais e “bad boys” travestidos de atletas o "peixe" (podre) Romário e o "animal' (irracional) Edmundo veicularam na mídia a apologia ao estilo "macho galinha mau caráter" através de um rap ridículo intitulado "somos bad boys" – o menino pobre da favela não mais quer ser “doutor” (ao contrário, os pais abominam esse futuro para os filhos, e com razão, vide nosso mísero salário), o grande “negócio” agora é ser jogador de futebol ou pagodeiro (isso sim “dá dinheiro”),

mas todos nós sabemos que a grande maioria desses meninos não tem sequer talento para tais profissões, não passarão de “jogadores de pelada” (ou pagodeiros de fundo de quintal), mas persistirão por anos, longe das escolas, na tentativa infrutífera de um dia se tornarem um “imperador” ou um “fenômeno”.

Há pouco tempo li uma tese de doutorado, que discursava sobre a influência da masculinidade e da feminilidade no desempenho escolar, tentando explicar porque os meninos dessas escolas públicas têm desempenho muito abaixo das meninas. Se brincarmos, poderíamos supor que a mulher é mais inteligente, tem mais sinapses por isso não precisa de tanto neurônio como os homens,

mas deixando o sexismo e a brincadeira de lado, observa-se que a causa é justamente o enfoque que a família dessas crianças pobres dá como visão de “um bom futuro para os filhos” – ao menino é incentivado os esportes principalmente o futebol, as brigas, as disputas por poder, ficando avesso a escola, enquanto às meninas só resta estudar, se pretendem almejar algum futuro profissional. Veicula pela internet um vídeo caseiro (o vídeo parte para a zoação em cima do malfadado Flamengo) ironizando a educação familiar quanto a disseminação da marginalidade (veja no fim do texto).

Realmente, a influência familiar é vital. Meus pais, apesar de semi-analfabetos e de todas as dificuldades financeiras (éramos seis filhos), valorizaram a cultura e incentivaram o estudo, e fiz o mesmo pelos meus dois meninos um é torcedor light do Fluminense e passou (sem fazer curso pré-vestibular) para engenharia do petróleo da UFF, mas não gostou da área, e vai agora em maio, fazer 3º grau, no Canadá, em “Relações Internacionais”. 

O outro meu filho é estudante de medicina da UFF (passou também prá UERJ na época), odeia futebol (minha futura nora me agradece diariamente o presente), acha um “atraso de vida” (e um atraso para o país) perder tempo com futebol (ele curte surf e os dois praticam para-quedismo), considera os jogadores (e os torcedores fanáticos) "uns derrotados", segundo ele "um bando de machos suados se agarrando".

Voltando aos “imperadores” e aos “fenômenos”, nada tenho contra os salários exorbitantes do futebol (apesar de achar um despropósito o salário de um médico, engenheiro, professor, etc), mas esses “senhores” do futebol que alcançam fama e sucesso extraordinário (e salário idem) passam a “novos ricos” da noite para o dia, e sofrem o preconceito da barreira cultural, por serem oriundos de bairros pobres, até então sem acesso às modernidades que o dinheiro pode comprar, e de repente, se vêem diante do poder ilimitado do dinheiro, mas se esquecem que o dinheiro não compra tudo, não compra cultura, muito menos inteligência.

Tem uma piada interessante sobre isso: o médico chega pro ricaço e diz que ele “precisa praticar esportes” e o mesmo pergunta se pode “contratar um moleque prá correr na praia por ele”. Ou seja, não adianta ter dinheiro e contratar o melhor professor de português ou de línguas, o esforço cultural é do indivíduo e independe de dinheiro, e a frase “a necessidade faz o homem” aqui já não cabe no contexto, porque o jogador em questão já superou a necessidade de “correr atrás do sucesso e do dinheiro”.

E esses “novos ricos” logo que entram em contato com esse mundo novo, se vêem discriminados e obviamente não se adaptam, se sentem um “peixe fora d’água”, um “estranho no ninho”, vide o jogador Adriano o "Imperador" prefere a vida na favela à Itália ou o condomínio chique na Barra, e troca o vinho francês pela cachaça do boteco mais próximo – seria cômico se não fosse trágico, então prá que tanto dinheiro?

Desajustados, viram viciados em alguma “droga lícita ou ilícita da felicidade”. E o pior é que esse é o futuro de todo menino pobre da favela, se tiver talento (e se não tiver que é o mais provável, na grande maioria deles restará o tráfico, já que abandonou os estudos prá ser um “fenômeno”). O correto seria como acontece em outros países, em que se exige do atleta dedicação e esforço, não só no esporte, mas também na sala de aula, ou seja, a criança antes de ser um bom atleta, tem que ser um bom estudante.

Como já falei aqui no blog (no meu texto “Chatos de plantão” agora no início de abril, e também no texto “O domingo é dos chatos” em fevereiro), tenho motivos, de sobra, para ser anti-flamenguista, mas brincadeiras a parte, o principal motivo é que, quando olho sob esse aspecto social, tenho obrigação moral de ser anti-flamenguista,

pois como patriota e culta que sou, não posso pactuar com esse futuro cada vez mais sombrio para o Brasil – e o Flamengo, com seus jogadores irresponsáveis (e suas lamentáveis condutas), idolatrados por esses meninos, é o protótipo incontestável dessa sina, por ser o time que atinge a maior parte da população de jovens dentro e fora do Estado do Rio, portanto teria obrigação moral de dar bom exemplo para os futuros donos da nação.

Portanto, saudações anti-flamenguistas.



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Homem comprometido....."não rola"

Prá mim, “homem comprometido é como gay.....não rola” (nada contra os gays, é óbvio, mas a comparação é pertinente). Muitos insistirão “não digas que dessa água não beberás”, mas eu me garanto, não por preconceitos ou por falsa moral, não é isso, não se trata disso, mas é porque homem comprometido me é “anti-tesão” – explico melhor – na verdade, o que me estimula numa relação é saber que sou exclusiva, que sou alguém especial para um “certo alguém” também especial e exclusivo prá mim.

Meu entusiasmo por alguém depende de eu me sentir “o objeto de desejo” do outro, e prá isso (e por isso) não dá prá dividir com ninguém, minha auto-estima e meu amor-próprio me impulsionam para a soberania, tenho que me sentir única, exclusiva, senão..... não rola, meu entusiasmo vai a zero se eu descobrir que fui preterida, minha libido desaparece, fico "assexuada" só de imaginar que deixei de ser, mesmo que por instantes, o centro da atenção do outro (e ninguém consegue esconder uma traição por muito tempo, só não enxerga quem não quer) para mim, qualquer desatenção, "faça não, pode ser a gota d'água".

Tenho a mesma dificuldade que, em geral, impede um homem de perdoar traição da parceira, acho humilhante tanto para o homem quanto para a mulher. A sociedade aceita que a mulher perdoe a traição masculina como se fosse natural, biológica (bem conveniente para os homens), mas dificilmente aceita o contrário, que o homem perdoe a mulher traidora – ele logo é rotulado de “corno manso” e estigmatizado pela sociedade.

A mulher, ao contrário, aceita o traidor de volta ao lar como um "prêmio de consolação", afinal ela “venceu” a rival (Será? Ou é melhor fechar os olhos e não enxergar?). A mulher ainda é muito submissa e subjugada ao homem. Em geral, a mulher "perdoa" o traidor, mas a humilhação interior, a “navalha na carne” do seu íntimo, no seu amor-próprio é a mesma para ambos os sexos, porque zera a auto-estima, a autoconfiança, faz o traído se sentir menosprezado, menos amado, menos merecedor.

Tive uma amiga (é bem verdade que "ex-amiga", pois a mesma não gostava de ouvir verdades) que não contratou uma empregada doméstica, porque a mesma era "mais bonita que ela", e ela ainda disse isso para a fulana, alegando que não poderia deixá-la perto do marido - custei a acreditar que ela tenha se humilhado a esse nível, e ela virou ex-amiga porque eu retruquei, rindo (na verdade, não me contive e gargalhei), dizendo que eu não hesitaria em contratar a empregada, e com certeza eu despacharia o marido se ele se "engraçasse" pela fulana, porque, prá mim, homem que trai e ainda com um QI baixo está nesse mesmo nível intelectual, portanto fora do meu alto padrão de qualidade.

Ao contrário do que vêm "pregando" muitas mulheres "traição com traição se paga" eu não concordo em "pagar na mesma moeda". Ao contrário,  meu lema "anarquista" sempre foi "não faça com os outros, o que não deseje para si próprio", assim mimha esperança é que, um dia, todas as mulheres traídas e humilhadas, não mais aceitarão de volta o traidor, e só assim seremos respeitadas, não como mulheres, mas como seres humanos que somos, em igualdade e dignidade, pois a dor da traição é a mesma, independente de raça, sexo ou cor. 

Mas, enquanto isso não acontece, a ciência nos serve de consolo (vide o texto "Infidelidade masculina e QI baixo") pois confirma o que eu sempre prezei num relacionamento, jamais aceitar traição, pois prá mim, a relação nunca mais será a mesma, a confiança fica eternamente abalada, e aceitar um traidor de volta, além de humilhante, significa ganhar de brinde um "neanderthal" que continuará fatalmente "pulando a cerca". Como já disse e repito, homem cafajeste, predador e traidor, prá mim, pertence ao período mais arcaico e inferior da escala evolutiva da espécie humana, portanto não serve nem prá limpar o cocô do meu cachorro (que eu nem tenho).

Não adianta, são gerações atrás de gerações, revoluções sexuais, “queima de soutiens” e continuamos a procura do “romance ideal”. O filme do Woody Allen, o alegre e aparentemente descompromissado “Vicky Cristina Barcelona” (veja trailer no final do texto) é o exemplo fiel disso. A personagem Cristina (papel de Scarlett Johansson), "teoricamente" livre para experimentações sexuais e relacionamentos "abertos", inicialmente se deixa levar e aceita participar de um triângulo amoroso (com o libertário e sedutor Javier Bardem e a ciumenta e tempestiva Penélope Cruz), mas percebe que, apesar de sua natureza inconstante, acaba voltando para o individualismo, representado pela “busca” solitária por um romance ideal e exclusivo. No fundo, ninguém quer ser a "2ª opção" ou "vice" num relacionamento.

Em “Vicky Cristina Barcelona”, Woody Allen, mesmo despretensioso, continua (como nós) intrigado com relacionamentos, já na abertura com a letra da música “Barcelona” que diz: “Por que tanto perder-se/Tanto buscar-se/Sem encontrar-se?.... Não encontro a razão, porque me dói o coração?",  tentando compreender porque insistimos nesses “irracionais, malucos e absurdos relacionamentos”,

como ele mesmo diz na cena final de “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (leia sobre esse filme, aqui no blog, no texto “Coisas que valem a pena viver” em fev/2010) em que ele lembra uma piada antiga – um homem diz a um psiquiatra: "Doutor, meu irmão é maluco, ele pensa que é uma galinha". O médico diz: "Então, porque você não o interna?". Ao que o homem responde: "Bem, eu o internaria, mas acontece que preciso dos ovos".

E Woody Allen conclui com a brilhante reflexão: "Assim é como me sinto sobre relacionamentos, eles são completamente irracionais, malucos, absurdos, mas continuamos insistindo porque a maioria de nós precisa dos ovos".

terça-feira, 20 de abril de 2010

O filme "Across the Universe"

Across the Universe - os "Beatlemaníacos" adoram esse musical (eu me incluo aqui), porque lá estão reunidas todas as grandes músicas dos Beatles que marcaram toda uma geração, e ainda continuam encantando as novas e globalizadas gerações, como "While guitar gently weeps", "Get back", "All you need is love", "Don't let me down", "Revolution", "All my loving"  e claro "Across the Universe", e por aí vai.

Antes de mais nada, diferente dos demais musicais, as músicas desse filme não foram criadas para compor um enredo, ao contrário, foi a partir das letras das músicas dos Beatles que se criou o enredo desse filme, portanto não espere histórias mirabolantes, o objetivo e a intenção aqui foi criar uma história onde se poderia encaixar as famosas músicas do Beatles.

Mesmo recheada de clichês românticos e falhas no roteiro, a história consegue parecer verossímil, principalmente por retratar uma época romântica e revolucionária ao mesmo tempo. As músicas dos eternos Beatles é que fazem a história acontecer, ou seja, as letras das músicas é que fazem parte da trama e são elas que ditam o desenrolar da história.

Anos 60, auge da guerra do Vietnã, do movimento hippie, dos protestos anti-bélicos e anti-raciais (como o assassinato do líder Martin Luther King) "pipocando" por toda a América, o personagem Jude (nada mais que o "Hei, Jude" de Lennon-McCartney) sai das docas de Liverpool na Inglaterra (onde tudo começou), diretamente para o universo psicodélico de Greenwich Village (onde tudo acontecia), para conhecer Lucy (a personagem toma emprestado o nome da música "Lucy in the sky with diamond"), e nas ruas de Nova York tomadas pelos protestos iniciam um romance, que será a base para as músicas dos Beatles desenrolarem uma atrás da outra, na voz dos protagonistas e de seus amigos como, por exemplo, a divertida "With a little help from my friends".

O filme conta com a participação de Joe Cocker cantando "Come together" e também do vocalista do U2, Bono Vox, cantando "I am the walrus", e há referências a vários outros músicos, sendo as mais explícitas, nas figuras da roqueira Sadie e do guitarrista Jo Jo que lembram (mais no visual do que na voz propriamente dita), respectivamente, Jannis Joplin e Jimi Hendrix, respeitando-se as limitações, pois há de se convir que é difícil imitar esses dois talentos dos anos 60.

A personagem lésbica Prudence (em referência a música "Dear Prudence") protagoniza uma das mais belas interpretações da música "I wanna hold your hand". As cenas de confrontos raciais nas ruas de Detroit, com o menino escondido das chamas, atrás do carro, cantando "Let it be" (veja cena do filme no final do texto) e a música "Strawberry fields forever" em meio as explosões das bombas são emocionantes e ficam para sempre gravadas na nossa memória.

Quem conhece toda a trajetória dos Beatles vai encontrar, além das músicas, várias referências a lugares onde o famoso quarteto se apresentou, como por exemplo, a cena final do filme em que os personagens tocam no alto de um edifício, em referência a última performance musical dos Beatles, no final da década de 60, no alto do edifício da gravadora "Apple Records" e foram impedidos por policiais.

“Beatlemaníaco” ou não, não deixe de ver. É o retrato de uma época. Vale a pena.
 






domingo, 18 de abril de 2010

O que a fidelidade masculina tem a ver com a sofisticação intelectual da espécie humana?

Volto ao tema “Infidelidade masculina e QI baixo” (texto de 10 de abril) cuja pesquisa gerou muita polêmica. O sexo “forte” não gostou e questionou as conclusões do estudo que, por sinal, é de um acadêmico do sexo masculino – nós, mulheres, nada temos a ver com a pesquisa e muito menos com as conclusões, só estamos comemorando, apenas isso.

Tomei "emprestado" o título do artigo (que reproduzo abaixo) de Angelita V. C. Scardua, pós graduação em Neurociências e Comportamento pela USP e mestre em Psicologia Social também pela USP/SP, que disserta sobre antropologia, com achados arqueológicos interessantes, que reforçam a explicação científica para a pesquisa em questão, e cita conclusões de biólogos, arqueólogos e do filósofo e antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, considerado o “pai da antropologia moderna”. 

Antes, um pouco de Claude Lévi-Strauss (no final do texto, vídeo com os seus ensinamentos antropológicos) o filósofo morreu no final de 2009, com quase 101 anos de idade, e é o autor de  “Pensamentos Selvagens” e “Tristes trópicos”  (sobre  a sua experiência com o convívio com nossos indígenas na década de 30, quando morou no Brasil).  Lévi-Strauss levou a vida dos índios brasileiros e seus costumes sociais para o resto do mundo com seu livro. 

Claude Lévi-Strauss criou conceitos antropológicos que revolucionaram antigos mitos até então enraizados entre os seus colegas, e ficou conhecido mundialmente por defender que o homem pensa e se organiza de forma semelhante, seja ele integrante de uma tribo brasileira ou de uma metrópole européia. Para ele, o ser humano é igual, independente das culturas e hábitos em que está imerso. 

Ao completar 100 anos de idade, já mundialmente considerado um dos grandes pensadores do século XX, disse, com grande lucidez acadêmica : “Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele - isso é algo que sempre deveríamos ter presente".

Abaixo o artigo de Angelita Scardua (que reproduzo em partes): 

“Alguns evolucionistas propagam a idéia de que a busca pelo maior número de parceiras sexuais seria inerente à biologia masculina; afinal quanto mais parceiras, maiores as chances de transmitir os próprios genes.......Em especial, essa idéia parece fazer todo sentido quando pensamos num mundo onde a luta contra a fragilidade da nossa espécie frente ao risco, ao adoecimento e à morte dependia essencialmente da capacidade de gerar o maior número de dependentes saudáveis no menor espaço de tempo possível. Nesse tal mundo, o homem com mais mulheres poderia ser um trunfo para a perpetuação da espécie. Será?

Pode ser que sim, mas não necessariamente! Acontece que, ao contrário do que se costuma pensar, em relação ao papel da promiscuidade masculina na evolução humana, se ela teve sua importância, esta não estaria necessariamente associada à ausência de vínculos estáveis entre um homem e suas parceiras....... O biólogo holandês Franz de Waal defende a idéia de que a família nuclear foi parte essencial na diferenciação entre os humanos e os outros primatas.

Ao contrário de outras fêmeas primatas, as mulheres não possuem cio ou período fértil visível, estando sempre prontas para o contato sexual, inclusive no período de gravidez........Logo, os homens mais companheiros e presentes tinham mais chances de gerar descendentes do que os aventureiros sexuais, que "davam as caras" vez ou outra.......Assim, talvez, um homem promíscuo teria que ter uma certa disponibilidade para se dedicar às suas parceiras..........

A mulher promíscua, ao contrário, poderia colocar em risco as chances de perpetuação da espécie, pois, ao se acasalar com muitos homens tornaria mais improvável a possibilidade de que um macho assumisse com ela os cuidados da prole. O bebê humano é muito mais frágil do que o de outros primatas, necessitando de cuidados contínuos e intensivos por vários anos até que tenha condições mínimas de “se virar” sozinho........Num mundo inóspito com desafios físicos constantes, onde a obtenção de alimento, água, abrigo e proteção demandavam deslocamentos incessantes, uma mulher sozinha, grávida ou amamentando, teria poucas chances de cuidar de si mesma e da sua cria.

.....Há quem defenda que os filhotes poderiam ser cuidados por adultos que não fossem seus pais biológicos, em arranjos coletivos. Esse argumento parece razoável. Achados arqueológicos muito antigos, contudo, apontam para o fato de que a consanguinidade sempre foi importante na formação de vínculos, mesmo em grupos humanos muito antigos.

Em 2008, um grupo de arqueólogos alemães, ligados à Universidade de Mainz, publicou os resultados de um estudo no qual se confirmou a antiguidade da família nuclear entre humanos. O estudo foi feito com base num conjunto de quatro túmulos coletivos que datam de 4.600 anos atrás, no interior da Alemanha....... Através de análises de DNA, provou-se que, num dos túmulos, pai, mãe e filhos haviam sido enterrados juntos. O achado constitui a mais antiga evidência arqueológica de família nuclear já encontrada e identificada por meio da genética.

O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, por exemplo, defendia a idéia de que a família é necessária para a reprodução social de um grupo humano, pois garante a sobrevivência e a continuidade biológica e cultural do próprio grupo. Nesse sentido, podemos pensar que o surgimento da família nuclear, da organização erótico-afetiva centrada num casal comprometido física e emocionalmente, estaria diretamente associado ao desenvolvimento das camadas mais recentes do nosso cérebro. ........

É difícil pensar na formação daquilo que entendemos por humanidade sem levar em consideração o aumento de volume do nosso córtex. Muito provavelmente, na medida em que o humano em nós se diferenciava dos outros animais por meio da formulação de símbolos, imagens mentais, conceitos abstratos, etc., buscávamos uma maneira de preservar o inestimável patrimônio subjetivo que criávamos, assim como tentávamos perenizar nossa passagem pela terra por meio dos artefatos que inventávamos pelo advento da inteligência racional. Quanto mais pensávamos mais criávamos, quanto mais criávamos mais pensávamos!..............

Até meados do século XX, prevalecia entre os antropólogos a idéia de que a família nuclear era uma instituição apenas cultural. Evidências históricas e arqueológicas, porém, têm fornecido uma visão muito mais ampla da família nuclear, colocando-a como parcela indissociável da experiência humana primordial. O mais interessante dessa nova perspectiva científica da família nuclear é que ela coloca em xeque, em dúvida, a premissa de uma vantagem evolutiva para os homens promíscuos.

Afinal, se a organização erótico-afetiva baseada num casal estável está tão associada à sustentação do desenvolvimento da humanidade como grupo simbólico, racional e inventivo, a inteligência residiria na busca da exclusividade sexual, certo?

Sim, é provável! Ou seja, a evolução ótima da espécie tenderia a nos levar a escolha de condições que garantissem a formação de vínculos mais profundos e estáveis, de forma que pudéssemos gerenciar de perto a forma como o nosso legado individual e coletivo seria transmitido.

Assim, podemos especular que quanto mais sofisticada se torna a experiência humana – com maior volume de informações, eventos, abstrações, etc. – mais os homens inteligentes se voltariam na direção oposta à aventura sexual recorrente, tendendo a serem mais seletivos sexualmente e mais dedicados a uma única parceira.

O foco seria, então, não apenas a transmissão do legado, mas a qualidade do que seria transmitido. Parece fazer sentido, e a recente pesquisa (sobre Infidelidade masculina e QI baixo) torna esse raciocínio ainda mais instigante".


                                                                                   



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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Afinal, o que querem (de nós) os homens?

Freud morreu sem conseguir elucidar o dilema “o que querem as mulheres”, mas e os homens? O que querem esses seres “aparentemente” fáceis de agradar? Eles dizem que só querem sexo, mas na prática eles exigem dedicação exclusiva de nós mulheres. "SÓ"?? Mas "SÓ" isso????? E é claro que não podemos esquecer que antes temos de respeitar os horários das atividades favoritas deles, seja a leitura do jornal da manhã de domingo (será que não percebem que é o dia das mais pobres e medíocres notícias, que é a memisce e a sucata de sempre?), o horário do jogo de futebol (a pelada semanal com os amigos e o jogo na TV ou no estádio), e o bate-papo com os amigos no bar. E claro, sem jamais interrompê-los, em hipótese alguma.

Ah, claro, ia me esquecendo, assim que chegarem  em casa (e ai de você, mulher, se questionar a hora ou com quem eles estavam) querem que você esteja a disposição deles. Ou seja, nós não podemos aporrinhá-los nas atividades favoritas deles, mas devemos largar todas as nossas atividades favoritas (também temos as nossas, ou vocês não sabiam?), para ficar a disposição deles (enquanto eles mesmos nunca cedem, nem se dançarmos nuas, na frente da TV, na hora do futebol deles) para lhes servir a mesa, o jantar, à cama. "Fácil", não? Muito "fácil" contentá-los, não?

O escritor Mário Prata disse certa vez que, para o homem, o casamento significa “botar uma mulher dentro de casa para ele poder sair para a rua” e ao voltar encontrá-la pronta para satisfazê-lo (quando solicitada, claro). Os homens gostam e se acostumaram a nos subjugar, mas se esqueceram de perguntar se nós, mulheres, queremos atendê-los nesses seus desmandos, portanto Freud formulou equivocadamente a pergunta, o correto seria: por que as mulheres não querem o que os homens querem delas?

Os homens querem de nós o que nós não queremos deles. Na verdade o que nós queremos é o mesmo que eles querem e já têm, ou seja, poder, mas não necessariamente o substantivo poder, mas sim o verbo poder - poder ter uma profissão, poder ter independência financeira, poder participar de congressos, poder fazer pós doutorado, poder sair, poder se divertir, poder dançar, poder ter cultura, poder viver enfim.

E poder ter o que vocês homens já conquistaram (e não abrem mão), ou seja, nós também queremos poder sair do trabalho e “emendar” num happy-hour com as amigas, e quando chegarmos em casa (também não queremos interrogatórios tipo “onde e com quem estávamos”) queremos poder tirar os nossos sapatos (nossos muitos pares de sapatos, diga-se de passagem) e também colocar os pés pra cima a espera da mesa pronta e do jantar servido (afinal, a batalha da rua é tão árdua quanto a de vocês, ou vocês não sabiam?) - veja abaixo vídeo com as "diferenças" (muitas delas impostas culturalmente) entre homem x mulher.

E queremos poder também ter nosso dia da semana pra "jogar" com as amigas – já que em geral não curtimos “uma pelada”, pode ser “jogar conversa fora” ou mesmo “bater pernas” no shopping, pra fazer valer “nosso suor” gasto no trabalho – umas comprinhas extras, mais uns sapatos, e quem sabe, bolsas “pra combinar”.

Poder nos vestir bem, sem ninguém questionar "por que esse ou aquele vestido, por que o novo corte de cabelo, etc - já notaram que os homens só percebem a roupa ou o novo corte de cabelo da parceira (e "implicam", mas elogiar que é bom, jamais) quando cismam que "vamos chamar atenção" do sexo oposto? 

O comentário mais comum é de que voltamos a nos cuidar só depois de separadas dos antigos parceiros (um amigo ao me ver bem vestida e bem produzida, chegou ao cúmulo de dizer que "ia se separar prá ver se a mulher dele se arrume melhor") - não nos vestimos bem porque estamos atrás de um novo parceiro (se pintar um que valha a pena, ótimo), apenas gostamos de nos cuidar e voltamos a poder fazer isso sem a implicância e a cobrança de antes.

E poder chegar em casa e poder curtir nossos programas favoritos sem sermos  interrompidas – como somos evoluídas, nossos programas favoritos passam longe de “novelinhas das 6, 7 ou 8 horas” (é bem verdade que, como tem homens vidrados na chatice do futebol, ainda tem mulheres também fissuradas nas “chatérrimas” novelas), são documentários, filmes “cabeça” e programas culturais e políticos tipo “Saia Justa" e "Manhattan Conection" (dispensa-se aqui apenas o pseudo intelectual e mal-amado Diogo Mainardi).

E quanto aos nossos “brinquedinhos” não queremos mais ser acachapadas, quando gastamos nosso dinheiro (do suor do nosso trabalho, diga-se de passagem) com mais uma coleção de sapatos e bolsas, pois saibam que os “brinquedinhos” de vocês costumam ser bem mais dispendiosos que os nossos, e nem por isso “enchemos o saco” de vocês – afinal, saibam, carro é apenas um meio de transporte, portanto, não precisa, pra vocês se exibirem, de som e DVD de última geração, de farol shenon (que até está proibido, se não for de fábrica), e muito menos de câmbio automático.

O escritor Marcelo Rubens Paiva, ao constatar que nós, mulheres, nos recusamos a nos casar pela 2ª vez (veja, no final do texto, uma das hilárias porém fatídicas razões), diz no seu texto "E daí que acaba", que "não aguenta mais ouvir uma voz feminina afirmar, com amargura e rancor, que não quer mais se casar de novo" e um tanto “desesperado” apelou:

  ”Trégua. Que venham os clichês. Cá está o ombro para o choro da mudança de humor inexplicável e inesperada. Quer que eu apague a luz na enxaqueca? Explico com toda a paciência a regra do impedimento.....  Fique na cama na TPM. Trarei uma bolsa de água quente e o jantar.......Sim, vamos comprar sapatos. Eu espero. Levo um livro, enquanto você experimenta a loja...... Adorei a cor do esmalte, o corte do cabelo. Batom vermelho te deixa mais bonita. Não, a calcinha não está marcando.... Ah, põe o tubinho preto, se bem que gosto quando você coloca aquele vestidinho colorido... Não, o sutiã não está aparecendo.....Eu ligo para o despachante, faço um rodízio nos pneus, troco a bateria, “reconfiguro” seu computador, mando lavar o tapete, o forro do sofá, “também adoro ele com almofadas indianas em cima”. Cuido de você na velhice, não te trocarei por uma adolescente que cheira a tutti-frutti, nem pela secretária vulgar da firma..... E tomaremos vinho tinto todas as noites. Prefere branco?... Celulite? Que celulite? .....Mas a maioria de vocês agora já conhecem as teclas atalhos, a pressão nos pneus,  sabem chamar o seguro para uma pane elétrica, e sabem que “carrinho por trás” dá cartão vermelho. Tornaram-se independentes.”

É, Marcelo, tornamo-nos independentes, e não é nos agradando com a realização desses famosos clichês que vocês nos farão felizes, pois o que na verdade queremos é essa liberdade que vocês já têm, e só vocês sabem como ela é vital para a realização plena do ser humano (por isso vocês não abrem mão dela).

E nós, mulheres, só estamos conquistando isso depois que voltamos a ficar solteiras, por isso é difícil abrir mão em prol de um novo casamento. Pagar prá ver? Na prática não tem funcionado ainda, depende muito mais de vocês homens do que de nós. Não estamos contra o homem, nem contra o relacionamento a dois, estamos contra esse padrão de casamento "do tempo da vovó".

Vocês, homens, precisam entender que “o tempo da vovó já era”, acordem, nossas mães e avós é que eram donas de casa (por falta de opção, diga-se de passagem), e precisavam de vocês como protetores e provedores, enquanto nós mulheres do século XXI trabalhamos fora (e adoramos, e não vamos abrir mão disso) e não gostamos de ser subjugadas, só precisamos de vocês para sexo, e claro, gostaríamos sim, de ter a mesma liberdade e dedicação exclusiva, do mesmo jeito que vocês querem e exigem de nós mulheres.

Se quer a mulher na cozinha, vá pra lá, junto com ela, se quer ir bater papo com amigos, leve-a junto (se não, iremos sozinhas mesmo). Se quiserem café na cama, façam o mesmo por nós (mas não só no dia dos namorados, no dia internacional da mulher ou no nosso aniversário).

Na verdade é SÓ isso que nós mulheres queremos, um companheiro não só na cama, mas também na cozinha, na mesa do bar, na troca de fraldas, nas tarefas escolares, na pia da cozinha, no teatro, no cinema, na boate, e se for o caso (não é o meu) também dividir o mesmo gosto e respeito pelo futebol (irc) e pela novela (irc de novo).

E Marcelo Rubens Paiva finaliza "Não façam do homem uma noite sem vento, um mundo sem gravidade. Parecemos tolos e infantis, controladores e insensíveis. Mas as amamos tanto....". Mas se vocês nos amam tanto assim, porque não temos exclusividade na vida de vocês? Por que temos que ser fiéis e vocês raramente o são? Por que muitas de nós perdoamos suas "escapadas" (não esperem isso de mim, tenho amor-próprio, não conte comigo, me tira fora dessa) e vocês jamais nos perdoam? Ao contrário, vocês nos traem só pelo prazer de nos traírem, porque têm que "mostrar serviço quando provocados, senão o que dirão os amigos?"("mais vale uma parceira humilhada do que um amigo contrariado" ). 

Enfim, queremos e exigimos também dedicação, respeito e exclusividade na relação. Bem, Marcelo, agora que já sabem o que nós mulheres queremos de vocês, mãos a obra, vão a luta e façam por onde.
 

sábado, 10 de abril de 2010

Infidelidade masculina e QI baixo

Atenção, mulheres, a ciência enfim nos dá argumentos para confirmação (ou mesmo consolo) para nossas já conhecidas convicções, pois um recente estudo da “London School of Economics” concluiu que o adultério masculino está associado ao QI baixo. 

Segundo o estudo, publicado numa revista especializada em psicologia evolucionista, a “Social Psychology Quarterly”, homens que traem tendem a ter QI mais baixo e ser menos inteligentes (veja vídeo no final do texto). 

De acordo com o autor do estudo, Satoshi Kanazawa, especialista em psicologia evolutiva, “homens inteligentes estão mais propensos a valorizar a exclusividade sexual do que homens menos inteligentes”.

A análise do acadêmico, da prestigiada escola londrina, baseou-se em duas grandes pesquisas americanas, o "National Longitudinal Study of Adolescent Health" e a pesquisa "General Social Surveys", que estudaram atitudes sociais e QI de milhares de adolescentes e adultos. 

Ao cruzar os dados das duas pesquisas, o autor concluiu que as pessoas que acreditam na importância da fidelidade sexual para uma relação demonstraram QI mais alto. Outra conclusão do estudo é que o comportamento fiel do homem mais inteligente seria um sinal da evolução da espécie. Sua teoria é baseada no conceito de que, ao longo da história evolucionária, os homens sempre foram “relativamente polígamos”, e que isso está mudando "a olhos vistos". 

Como em toda regra, há exceções é claro, vide Bill Clinton e a baixaria com a estagiária Mônica Lewinski, mas também com uma “involuída” como a Hillary Clinton, “deu no que deu” (e ela ainda perdoa o sacana, pobre de nós mulheres que ainda temos que "dormir" com essa vergonha, por isso eles continuam a nos trair, pois tem sempre uma otária, sem amor próprio, disposta a perdoá-los, já o contrário raramente acontece). 

Para Kanazawa, assumir uma relação de exclusividade sexual teria se tornado então uma “novidade evolucionária”, e pessoas mais inteligentes estariam mais inclinadas a adotar novas práticas em termos evolucionários – ou seja, a se tornar “pessoas mais evoluídas”. Para o autor, isso se deve ao fato de pessoas mais inteligentes serem mais “abertas” a novas idéias e questionarem mais os dogmas.

Assim “ricardões” e adúlteros em geral seriam mais burros, porque seriam menos evoluídos, pois não conseguem se adaptar às normas de civilidade. E claro, nós mulheres, monogâmicas por natureza, já nascemos inteligentes e evoluídas (nem todas, é claro, também há exceções a regra).

Quanto a mim, muito antes dessa pesquisa, há muito eu já tinha concluído isso, vide meu texto “Casal fake”, que escrevi aqui no blog, em novembro de 2009, que finalizo assim: “homem que vive "pulando cerca", sinceramente, prá mim não serve nem prá limpar o cocô do meu cachorro (que eu nem tenho)”.

Ou seja, queridinha, sabe aquele seu ex, que te deu um pé na bunda, sorria, dê graças a Deus, e comemore, pois você se livrou, não só de um cachorro, de um “galinha”, mas também de um burro, praticamente um neandertal.


quarta-feira, 7 de abril de 2010

(500) dias com ela

Certa vez, ouvi uma frase, numa palestra médica, comparando a dor da angina (semelhante a do infarto) com a dor do amor não correspondido: "a angina é como o amor, dói muito.... e eu odeio sentir dor", e segundo o palestrante, a frase era de "autor desconhecido".

Podemos não saber quem é o autor da frase, mas podemos deduzir como é esse autor, ou seja, quem profere uma frase dessas (e quem a repete), tem medo do amor, e consequentemente da vida, portanto não vive, apenas vegeta, e nunca verá "o sol brilhar", pois vive das sombras, e não se aventura, por medo da queda, sem nem ter sentido a adrenalina do pulo.

Todos nós já juramos um dia "não mais nos apaixonarmos" toda vez que nos desencantamos com a paixão e o amor, mas essas juras são passageiras (ainda bem), pois quando menos se espera, lá está o cupido de novo a nos flechar, e "lá vamos nós de novo". É disso que se trata o filme que vou agora comentar.

O filme "(500) dias com ela" (veja "trailer" no final do texto) fala do amor, correspondido ou não. A história parece a de sempre, das comédias românticas e/ou dramáticas, "rapaz conhece garota e....", o que esperaremos então? Um final feliz depois de muitos desencontros? Ou cada um vai para o seu lado e viverão "infelizes para sempre"?

É, em geral não sai muito disso, mas esse em especial é um romance não hollywoodiano, nada novelesco, pior (ou melhor ?), é real, muito real, pois é a velha história do amor não correspondido, todos já viram e ouviram uma história como essa (alguém que você conhece já passou por isso, ou quem sabe, você mesmo),  mas a linguagem desse filme com suas saídas estratégicas tornam o filme divertido e  prá lá de inusitado.

O filme já começa divertindo-nos, já nos créditos iniciais, com a velha e batida frase "qualquer semelhança com pessoas do mundo real é mera coincidência", no entanto aqui o diretor provoca com  "especialmente você, Jenny Beckman" e a seguir ataca com "bitch" (prá quem não sabe, "vagabunda", ou mais chulo ainda, "vadia, vaca, piranha" em inglês)

– minha curiosidade de "cineasta e cinéfila amadora" me fez "ir atrás dessa tal Jenny", claro que a intenção do diretor é essa (o até então desconhecido Marc Webb, com apenas alguns curta-metragens na sua ficha técnica), afinal a pergunta que não quer calar: quem é essa tal "bitch” Jenny Beckman?  Com certeza alguém que deu um chute na bunda de outro alguém (mesmo fictício) só prá atiçar a curiosidade do espectador e deixá-lo "vidrado" no filme

– tirada inteligente e espetacular do cineasta (descobri nos "bastidores" que a tal Jenny deu um chute na bunda do produtor do filme e ele a "homenageou" nos créditos, ou então ela nunca existiu e é mais uma jogada de marketing bem bolada que funcionou maravilhosamente), pois qualquer que seja a verdade por trás dessa jogada, ela dá a dica da temática do filme, não é portanto uma história de amor, mas sim sobre o amor, como nós nos comportamos antes, durante e depois de uma paixão avassaladora, e qual o aprendizado final do amor, seja ele correspondido ou não.

Outra jogada sensacional do diretor, que faz com que o filme se torne inusitado, na sua forma de contar uma história simples e banal que todo mundo já viu, é a cronologia aleatória, são flashbacks não lineares, um vai e volta frenético no passado e no presente, prá contar os tais 500 dias na vida e romance do casal com seus altos e baixos, tendo como marcador do tempo vinhetas animadas mostrando os dias avançando e voltando, e com a pintura de uma árvore marcando dias felizes com folhagens verdes, e dias conturbados do relacionamento com as folhagens amareladas e ressecadas quando o rapaz está "no fundo do poço".

E a grande "vedete" do filme é a trilha sonora, que conta com "Simon and Garfunkel" cantando "Bookends", com direito a karaokês com o protagonista, um romântico incorrigível que cresceu ouvindo "The Smiths" (tem várias músicas do grupo como "There is a light that never goes out" e "Please, please, let me get what I want"). O ator Joseph Gordon-Levitt, quase um desconhecido do grande público (ele era o jovem alienígena da extinta série americana "3rd rock from the sun" com o veterano John Gleese), improvisa no karaokê cantando “Here comes your man” do grupo Pixies, 

e faz um divertido número musical, nas ruas do centro de Los Angeles, com "You make my dreams come true" da dupla "Hall & Oates" (conhecidos pela famosa "Jingle bell rocks"), enquanto a atriz Zooey Deschanel, que faz o par romântico com ele (e diferente do velho clichê, ela é bastante prática, nada romântica), também é ainda novata na telona (tem participações em filmes independentes e fez o papel da irmã do adolescente protagonista no filme "Quase famosos", que já comentei aqui no blog em dezembro de 2009) e também está ótima no karaokê cantando "Sugar town". Irreverente e avessa aos clichês, a personagem de Zooey é fã do Ringo Star, entre os quatro Beatles e a sua música favorita é "Octopu's Garden", do famoso bateirista.

E como todo o amor que começa e um dia pode acabar, a mesma imagem da amada que fazia o rapaz delirar de paixão, passa a ser motivo da revolta do rapaz que "jura nunca mais se apaixonar" quando descobre que não é mais correspondido na sua paixão. Contei o filme todo? Estraguei o final ? Claro que não. O filme é genial na sua maneira de contar o que todos nós já sabemos, vale a pena assisti-lo e você vai chegar a conclusão (que todos nós já sabemos) que sim, às vezes dói, mas não dá prá comparar com uma doença, como fez parecer o palestrante médico descrente de amor (e por isso mesmo infeliz por suas não escolhas),

porque nem sempre o amor traz só dor, e mesmo a dor da paixão nos faz crescer e nos impulsiona prá frente, que é o que vamos ver acontecer com o protagonista, depois dos tais 500 dias, suas reflexões acabam levando-o a redescobrir suas verdadeiras paixões na vida, reacendendo seu interesse, por exemplo, pela sua verdadeira vocação na profissão escolhida, até então abandonada. Acredito que nesses casos a frase mais sensata que cabe aqui é a do escritor Rubem Alves quando disse sabiamente: "Ostra feliz não faz pérola".

Prá terminar, cito também a frase do cineasta brasileiro Domingos de Oliveira que, certa vez, com extrema convicção e sabedoria, disse: “A relação e o amor entre as pessoas não existem para nos fazer felizes, mas sim para nos fazer vivos; mesmo se sofremos, o que realmente importa  é estarmos vivos”.  




































terça-feira, 6 de abril de 2010

Aquecimento global: aonde vamos parar?

Manhã de seis de abril, de uma terça-feira chuvosa, repleta de desmoronamentos e desabrigados pela cidade. As águas de março agora começam “a fechar o verão” avançando pelo mês de abril.

A caminho do trabalho, percorro o centro da cidade, tudo deserto, lojas fechadas, carros destruídos por árvores tombadas, ruas alagadas com uma “língua” barrenta rompendo o asfalto, parece madrugada de domingo tal o silêncio das ruas.

Volto prá casa, pensando naqueles que não mais terão um lar para retornar, e me lembro que, há dez dias apenas, constatei com certa tristeza, mais uma vez, as poucas adesões ao “apagão ecológico”.

Um ano atrás, escrevi sobre a “Hora do Planeta”, o 1º ano que o Brasil participaria do movimento mundial de alerta contra o aquecimento global, e agora um ano depois, assisti, desolada, que “a coisa vai de mal a pior”, no ano passado teve jogo Fla x Flu e claro, as chatíssimas novelas na “hora exata do planeta”. Abaixo, meu texto de um ano atrás:

“Hoje, dia mundial de alerta contra o aquecimento global, na hora marcada, apaguei as luzes, desliguei todos os aparelhos elétricos, acendi minhas luminárias “zen” (de velas perfumadas), penduradas no teto de minha sala, e fui prá varanda da sala, me deitei na minha rede, e claro, me pus a escrever. Olho em volta enquanto escrevo, poucas janelas aderiram ao “apagão”, ouço apenas uma criança (ainda há esperança nas gerações futuras?) gritar “apaguem as luzes”, exatamente um minuto após o horário marcado.

É triste, mas é a nossa realidade; pela manhã, pensei em aproveitar o “apagão” e marcar com amigos um violão a luz de velas, regado a um bom vinho, mas desisti, “apagão” programado no horário de jogo de futebol e de novela ? Impossível a adesão, o planeta que espere, que “se exploda”, vai derreter em lava incandescente, o povo “não tá nem aí”, pois o “Fra” e o “Fru” e a Odete Roitmann (desconheço as novas vilãs das novelas, então vai essa mesma) são imperdíveis.

Deitada na minha rede, olhando a noite sobre a mata atrás do meu prédio (resquícios que ainda restam da Mata Atlântica em minha cidade), lembro-me dos micos de rabo comprido, que vejo frequentemente pela manhã, da minha varanda, pulando de galho em galho, e me pergunto até quando ainda os verei, e me lembro de uma  crônica da atriz Fernanda Torres, que pergunta prá onde foram os grilos, o coaxar dos sapos e os tatuís das praias e bairros do Rio.

Eu ainda tenho o privilégio de ver os miquinhos, e quando vou a minha cidade no interior do estado, ainda vejo os tatuís na praia, que fazem “cosquinha” quando colocados na palma da mão, com suas patinhas ágeis a procura de areia prá se enfiar (passei minha infância atrás deles), eles deixam rastros típicos na areia após cada onda do mar e até hoje o mar é meu companheiro fiel e confidente.

Tive também o privilégio de ver meus meninos crescerem e curtirem a infância deles no meio de camaleões (tínhamos uma casa de veraneio, numa região oceânica), subindo em árvores, a luz dos  vaga-lumes a “iluminar” nossos caminhos a noite, com a ajuda do luar e das estrelas (lindas as noites estreladas) e dormíamos com o coaxar dos sapos e acordávamos com o cantar dos passarinhos e beija-flores que vinham beber no galho das árvores frutíferas que plantamos.

Tomei um banho no escuro, água fria no corpo (revigorante) e então voltei prá rede, embalada pelo barulho da chuva que caía sobre a cidade. Será que as pessoas não têm consciência do que estão perdendo? No escuro, os outros sentidos ficam mais aguçados, o ruído da chuva no toldo da minha varanda é suave e reconfortante.

Enquanto meus pensamentos rolavam (e minha caneta enchia de rabiscos os papéis no escuro) o tempo passou depressa, nem percebi e já tinha esgotado a “hora inteira do planeta”, não tive os amigos, nem o violão, nem o vinho, mas a noite foi prá lá de agradável comigo mesma, e meus pensamentos me renderam esses escritos.

Se ainda houver uma próxima (do jeito que a coisa vai, sei não), quem sabe o mundo pense de outra forma, e ainda não seja tarde demais (veja vídeo no fim do texto), e ainda consigo convencer as pessoas a trocarem a energia elétrica (e o futebol e a novela) por um luar e um violão, mas até lá fico com o Woody Allen e suas frases pessimistas, porém realistas:

“Mais do que nunca na história, a humanidade está numa encruzilhada. Um caminho leva ao desespero e à absoluta falta de esperança. O outro, à total extinção. Vamos rezar para escolhermos corretamente." (Woody Allen)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Chatos de plantão"

Todos nós temos nossos gostos, e claro, nossas chatices, mas preservo o direito de ter minha liberdade respeitada, assim como respeito a do meu próximo, e procuro, anarquista que sou, me guiar, seguindo a risca o seguinte lema: “a liberdade de um termina quando começa o direito do outro”, 

assim, quando quero ouvir, assistir, curtir minhas músicas e meus programas prediletos, tenho o cuidado de não incomodar o próximo, pois muitos podem não pactuar com o meu gosto (bom gosto, diga-se de passagem, “modesta” que sou), por exemplo, no carro, antes de ligar o meu som, tenho o cuidado de fechar os vidros e só então coloco  meu CD, e se por qualquer motivo, tiver que abaixar o vidro, imediatamente diminuo antes o som,

então, por que “cargas d’água” justamente os que têm mau gosto (“e mau gosto não se discute, se lamenta”) é que não se mancam? Por exemplo, os que gostam de funk, essa baixaria em forma de pseudo música, com letras de baixo calão, “bate-estaca”, e uma voz de “cantor de banheiro com caganeira”, por que justamente esses “sem noção” é que cismam em ouvir essas baixarias na maior altura, nos seus carros, com vidros rebaixados?

São os “chatos de plantão”, e eles estão por toda a parte – outro exemplo? Os amantes de músicas de corno (leia-se música sertaneja), eles proliferam nos seus apartamentos aos domingos (não contentes, atualmente já começam aos sábados). Já notaram que tem sempre "uma mulher bandida que roubou o coração do otário" ou "a fêmea não presta, não vale nada, mas o idiota continua atrás da pistoleira"? - vá gostar de "ostentar galho" assim em outra freguesia,

e você que nada tem com isso, que é também filho de Deus, é obrigado a ouvir essas letrinhas chinfrim ("preciso de você aqui, não dá mais prá viver assim"), a mesmice de sempre (basta ouvir uma só, e você já "ouviu" todas), letras chatas, repetitivas e simplórias demais (caminhoneiro "escreve e canta" melhor) na voz de cantores chulé de voz esganiçada na maior altura. Não contentes, os tais ouvintes domingueiros se juntam a voz de "taquara rachada" do fulano cantando em uníssono - é muita tortura, "mermão" (e olha que eu moro num bairro considerado nobre, imagina como é na periferia).

E os bregas mais famosos da atualidade, "os arrumadinhos" Victor e Leo? Uns marmanjões almofadinhas (duvido que gostem do que cantam, aquilo é teatro puro) com sua ridícula "fada do amor e varinha de condão" ("você se foi e não me levou, eu espero o tempo que for", ou seja, mais um corno conformado). Aproveitando uma dessas músicas "chatérrimas", parodiando a dupla também famosa pela breguice extrema Bruno e Marrone, só posso finalizar implorando aos chatos de galocha: "não faz isso comigo, sai da minha vida, pelo amor de Deus, antes que eu perca a cabeça......"

Outro exemplo? Os evangélicos e suas pregações aos berros. Quem mora ao lado de uma dessas salas alugadas que viram igreja “tá f.....” – o humorista Leandro Hassum tem um texto muito engraçado sobre isso, que reproduzo um trecho abaixo:
“Não tenho nada contra religião, mas não me adaptei a igreja evangélica. O evangélico grita muito, né minha gente? Amém, amém, Aleluia, aleluia, sempre aos berros. “Pô, reza prá você, amigão. Tá entrando no meu canal de oração, bicho. O cara é Deus, escuta à beça, não precisa gritar, ele escuta bem, ele é Deus”(veja, no fim do texto, o humorista no Jô Soares).

Quer mais? Os flamenguistas pentelhos. Será que eles não percebem o quanto são inconvenientes? Enchem o saco bem antes, durante (tudo bem, faz parte) e muito, muito, muito depois do jogo. O chato de galocha do meu vizinho FRAmenguista, sem “desconfiômetro”,  começa desde a manhã (o jogo será a tarde) com a “pentelhação”, berrando “Mengo” aos quatro ventos, vive aos berros com o pobre do filho de 3 anos que não o “deixa ver o jogo em paz” , e à noite quando vai sair, só o ouço gritando com a esposa que “sim, vai a festa com a camisa do  mengão”, e eu assisto, de camarote, do lado de cá, com dó da pobre moça, tão bem vestida com um mané a tiracolo, vestido de macaco listrado de vermelho e preto.

Há pouco tempo, “topei” com mais um desses chatos no trabalho, será que não tem noção de que o jogo já acabou, que já é segunda feira, que o domingo ficou lá atrás, e ele não está mais na mesa do boteco regada a chope (e cheiro de xixi) e que agora, no trabalho, praticamente ninguém mais “tá nem aí” prá futebol, e que o papo agora rola em torno do batente?

Mas o fulano não se emenda, a cada um que entrava na sala, no trabalho, o fulano repetia “e aí, o freguês (no caso, o adversário Vasco) tá de volta!!! Nas caras  abismadas dos colegas do trabalho estavam estampadas a perplexidade de todos, e o chato de galocha não se manca, e pela enésima vez repete “o freguês está de volta”! What?????????????????????
O freguês é a ... Holy shit! Só xingando em inglês. De novo não. Eu quero a morte.
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