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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A "teoria do caos" e o "efeito borboleta" no cinema

Caos. O simples pronunciar isolado da palavra “caos” nos remete imediatamente à idéia de desordem, de desalinho. Mas a chamada “teoria do caos” está longe de anunciar necessariamente uma desordem à vista. 

Quando o matemático norte-americano Edward Lorenz, um especialista em meteorologia, elaborou “a teoria do caos” ele se referia a eventos meteorológicos que, mesmo modestos, poderiam desencadear grandes fenômenos climáticos imprevisíveis, o qual denominou “efeito borboleta”, sugerindo que mesmo “um simples revoar das asas de uma borboleta em Nova York poderia gerar um verdadeiro tufão no Japão”. 

A teoria (do caos) se baseava em questões matemáticas em que uma simples alteração nos dados numéricos climáticos poderiam desencadear resultados completamente diferentes nas previsões meteorológicas.

Mas o interessante é que essa “teoria do caos” foi adaptada para explicar o nosso cotidiano e as mudanças que ocorrem no nosso dia a dia (para o bem ou para o mal) que muitas vezes saem do nosso controle. 

Como, por exemplo, naquele dia em que estamos maldizendo o trânsito engarrafado que nos fará perder aquele vôo marcado, e ao ficarmos sabendo da pane e da queda do avião, passamos a agradecer ao “bendito” trânsito. Mas pode acontecer o contrário, perdermos o vôo e justamente o avião extra é que irá cair nos levando junto para o abismo. A sorte está lançada. É a teoria do caos, para o bem ou para o mal.



A gente se programa para o nosso dia a dia e, de repente, por conta de um pequeno contratempo, uma série de eventos inesperados vão acontecendo totalmente fora do nosso controle, como naqueles dias em que parece que tudo dá errado, o famoso “acordar com o pé esquerdo”. É o legítimo “efeito borboleta”.



E quantas vezes não tivemos vontade de voltar para a cama de novo, e tentarmos começar tudo de novo, então “com o pé direito”? E claro, o cinema não podia ficar fora dessa, pois na fantasia podemos mudar o passado ao nosso bel prazer, ir ao futuro em segundos e retornar ao presente na mesma velocidade do pensamento. Assim temos os ótimos “De volta para o futuro” e suas continuações II e III, “A máquina do tempo”, “Matrix” (*) e o excelente “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” (*).

Em “Babel” a teoria do caos acontece da pior maneira possível, em que uma brincadeira de criança com uma arma de verdade desencadeia acontecimentos que se desenrolam numa série de tragédias envolvendo personagens que aparentemente estariam em segurança, caso não fosse deflagrado o primeiro evento ao acaso.


Já o filme “Efeito Borboleta”  conta a história de um jovem (o ator Ashton Kutcher) que luta para lembrar fatos de sua infância, e, para isso, passa por várias sessões de regressão, até descobrir que tem a capacidade de retornar fisicamente ao passado e alterá-lo da forma que quiser. Porém, ao tentar consertar seus antigos problemas, termina por criar novos, já que uma pequena mudança criou um novo futuro e suas consequências (abaixo, cenas do filme com a música "Stop crying your heart out", da trilha sonora do filme, cantada pela banda Oasis). 


Mas a grande lição desses filmes é que a nossa vida, na verdade, é nada mais nada menos o somatório de todas as escolhas que fazemos ao longo da nossa existência. Seja no âmbito profissional, social ou familiar, tudo o que vivemos é decorrente de nossas escolhas. Mesmo com as mais diversas justificativas, o fato é que o poder de escolha é particular e intransferível.

O norte americano Jim Roth, um “filósofo” dos negócios, em um de seus livros, diz: “Não mudamos nossa vida de um dia para o outro, mas podemos mudar a sua direção. Uma decisão pode mudar completamente o rumo de nossas vidas”.  Ou seja, cada nova escolha cria uma nova possibilidade de alterar completamente o rumo de nossas vidas.

Antes de tomarmos uma decisão, devemos avaliar o que realmente é importante para nós, para o nosso crescimento pessoal. O que você é hoje é o que você escolheu ser no passado, não importando em quais circunstâncias você escolheu. E se quer mudar, comece hoje, pelo presente, a fazer novas escolhas e mude seu destino.

A verdade é que não há como voltar no tempo e modificar os fatos como acontece no cinema. Os eventos vão acontecer, muitos deles independentes da nossa vontade, e precisam ser aceitos e vividos. Pode-se, no entanto, fazer escolhas no presente, escolhas estas que vão servir para se ter uma boa previsão do futuro que está por vir (caso não ocorra, claro, um acaso no caminho, o chamado “efeito borboleta”).

E ao fazermos escolhas, devemos estar preparados para as conseqüências dessas escolhas. Quem escolhe trair, por exemplo, deve estar preparado para a possibilidade de também ser traído. Sim, pois é sempre uma escolha: se deixar levar pela sedução do outro e trair ou vencer a luxúria e manter-se fiel ao parceiro.

Escolhas – fazemos escolhas a toda hora – eu, por exemplo, escolhi não aceitar ser traída. Eu não consigo entender como existem mulheres que se dizem “atraídas” por homens-galinha e cafajestes. Me soa como baixa estima e falta de amor-próprio dessas mulheres, pois homem-galinha, como diz na gíria, “traça” qualquer uma, e eu jamais vou me enquadrar em “qualquer uma”, sou única e exclusiva e dou exclusividade nos meus relacionamentos, portanto posso exigir exclusividade simplesmente porque não gosto de me sentir preterida e trocada, a qualquer hora, ao bel prazer de um reles espécime do gênero masculino.

Escolhi não aceitar ser traída e eu pago o preço desta escolha, pois são poucos os homens que não traem suas parceiras. Mas para mim, a fidelidade dá um charme extra ao homem, é um quê a mais, pois homens-galinha tem aos montes, tem de sobra e portanto não tem graça, ou seja, ter um homem fiel ao lado faz bem a auto-estima e ao amor próprio da mulher, e como diz a propaganda, “tem coisas na vida que não tem preço”, e esta é uma delas.

O destino se faz de diferentes formas, ele não muda, mas pode ser escolhido. Cada direção aponta um caminho diferente, um caminho reflete em geral uma escolha e uma escolha faz o destino se consumar. Agora, de nada adianta querer mudar apenas, pois não basta só querer, é preciso gerar atitude para se alcançar esses objetivos, e é preciso ser coerente com esses sonhos.

E o belo cinema francês ilustra bem essa atitude de mudança, com o “Fabuloso destino de Amèlie Poulain”, com a história da jovem que decidiu fazer escolhas e mudou o seu destino (antes fadado a reclusão e solidão) e de todos ao seu redor.


A vida é feita de escolhas... e conseqüências dessas escolhas. Boas escolhas... possivelmente boas conseqüências. Quanto às más escolhas...

Optei por mudanças na minha vida, escolhas por mudanças, se não está bom, eu mudo... de emprego, de relacionamento, de profissão, de amizade, de casa, de empregada doméstica, de cidade... Claro que nenhuma mudança ocorre sem uma conseqüência, e muitas vezes, gera alguma perda, mas prefiro a dúvida do que está por vir à certeza do que já não me satisfaz.

Assim como Edward Lorenz inseriu dados matemáticos e alterou o resultado de sua fórmula, nós também, através de nossas escolhas, colocamos novos dados (escolhas) a cada momento em nossas vidas. Escolhemos desde coisas simples como a nossa refeição, até com quem vamos nos relacionar, namorar ou casar. A partir das nossas escolhas é que decidimos como viveremos os próximos anos de nossas vidas.

O religioso Chico Xavier deixou escrito: “Embora nenhum de nós possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

(*) detalhes dos filmes citados no texto,  nos links abaixo:
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2010/06/matrix-e-o-mito-da-caverna-de-platao.html
http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2009/11/o-filme-brilho-eterno-de-uma-mente-sem.html


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