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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Espiritualidade sem religião - sagrada só a cultura

Ao chegar de férias da minha viagem de navio que incluía uma parada em Salvador, terra de intenso sincretismo religioso, e já de volta a Niterói, fui botar em dia os noticiários (depois de uma semana propositadamente longe dos mesmos), e coincidentemente, numa das revistas semanais (depois do PIG, não dá prá confiar numa só) havia um texto sobre “porque acreditamos na vida após a morte”, e num dos jornais (procuro ler vários, não confio jamais num só) uma notícia sobre casais cujo cônjuge palestino não consegue cidadania israelense, assim não pude evitar refletir sobre esse instigante (e intrigante) tema e, “prá variar”, pensar em cinema.

Fui parar pela terceira vez, na Bahia, em pleno Pelourinho (desta vez por conta da viagem de navio pelas águas brasileiras), e no meio de todo aquele sincretismo religioso, me vi numa “saia justa” ao confessar para amigos o preconceito e o “temor” que até hoje tenho em relação à macumba (apesar de eu ser totalmente descrente do “possível mal” que um despacho de encruzilhada possa me fazer), compartilhando o mesmo sentimento com o humorista Leandro Hassum, no seu texto humorístico, em que ele ressalta o mesmo “medo” (quase um inconsciente coletivo) que é disseminado entre muitos brasileiros. Esqueci que estava entrando num terreno “perigoso” – discutir religião – e fui tentar explicar de onde vinha esse meu “pavor".
Como sou descendente de portugueses, cresci num meio católico (a religião oficial no Brasil sempre foi o catolicismo, trazida pelos brancos de origem portuguesa) e de geração em geração até os dias de hoje, ainda passa-se para essas crianças “a imagem do mal” vinculada à macumba (pois o candomblé, trazido pelos negros escravos africanos, nos áureos tempos da monarquia, era encarado como “bruxaria, coisas do mal”,  e então proibido e reprimido pelas autoridades policiais, e o preconceito foi gerado porque também igrejas neo-pentecostais e alguns outros grupos cristãos consideravam profana a prática dessas religiões).

E assim surgiu o sincretismo religioso no Brasil – os negros passaram a cultuar suas divindades secretamente, e para disfarçar, as identificavam com os santos da religião católica, ou seja, quando rezavam em sua língua para Santa Bárbara, na verdade estavam cultuando Iansã, e quando se dirigiam a Nossa Senhora estavam falando com Iemanjá, e por aí vai.

Essas divindades africanas foram “trazidas” da mitologia iorubá (um povo africano da região da Nigéria e adjacências). E macumba na verdade é o instrumento, feito com madeira de uma árvore africana (de nome macumba), usado nas cerimônias religiosas afro-brasileiras, mas todas essas cerimônias no Brasil foram vulgarmente rotuladas como macumba. Depois do candomblé, já no início do século XX, surge a umbanda, uma mistura de práticas do candomblé, com espiritismo e catolicismo.

Voltei para Niterói com a cabeça “quente” por conta da discussão acalorada que se seguiu à minha sincera declaração de “temor” e preconceito com a macumba, pois daí acabei por falar que hoje acredito que o homem, em qualquer parte do planeta, precisa da crença para se proteger do que lhe é desconhecido (os índios temiam o trovão), precisa da religião para se sentir imortal,  pois o ser humano jamais aceitou ser finito, jamais aceitará a morte como ponto final de sua existência, e a discussão se prolongou noite adentro com os ânimos algo exaltados. E provoquei mais ainda, "anarquista" que sou, quando disse que tinha dúvidas se Deus criou o homem ou, se ao contrário, o homem é quem criou Deus, buscando assim, de alguma forma, a imortalidade (ninguém "voltou" até hoje para confirmar, mas quem há de contestar?).

Voltando ao meu “temor”, digo temor entre aspas, porque não tenho medo algum dos tais rituais (nem dos tais despachos de encruzilhada que, defendem os “puritanos”, não fazem parte do candomblé original), mas não fico à vontade em ambientes sombrios, e tenho, infelizmente, preconceito enraizado desde a infância (apesar de atualmente saber infundado, e por isso tenho tentado me livrar disso, mas confesso, ainda não consegui), pois me incutiram, na minha memória de menina, “o mal” nesses rituais (que hoje nem acredito), tanto que até hoje detesto as cores do Flamengo, vermelho e preto (e parece que as cores berrantes têm grande influência negativa sobre o nosso espírito emotivo, pois tais cores parecem que contribuem para gerar na torcida flamenguista algo realmente macabro, pois são brigões e em geral desrespeitosos até com eles próprios).

Claro que eu estou fantasiando em relação aos chatos flamenguistas, mas as cores podem nos acalmar ou, ao contrário, nos agitar (alguém tem dúvida de qual será o ânimo de um bebê cujo quarto de dormir for pintado de vermelho e preto?). E essas cores me remetem experiências juvenis negativas, quando ainda menina, sem querer, me vi defronte de um desses locais, totalmente lúgubre e sinistro aos olhos de uma criança, impregnado com cheiro de velas, tudo em preto e vermelho (hoje sei que a imagem funesta que vi era Exú, vermelho e preto, com seu tridente), que não me pareceu uma imagem nada agradável (tive pesadelos naquela noite), principalmente na minha visão de criança já influenciada com os preconceitos dos adultos cristãos.

Confesso que, mesmo hoje, já ciente que tal divindade africana é “guardiã dos lares contra inimigos”, continuo achando que não é uma boa visão aos olhos de uma criança (que parece com o "devil" do imaginário popular, ninguém pode negar), independente do que ela foi forçada ou não a acreditar, pois está no inconsciente coletivo, a criança chora ao ver uma imagem macabra de um ser vampiresco ou diabólico, mesmo em tenra idade, mesmo sem nenhuma influência ainda do meio em que vive (leia o texto que escrevi sobre “Arquétipos vampirescos no cinema”, em janeiro de 2011).

E coincidentemente quando chego a Niterói e vou ler as notícias, um dos temas da revista "Veja" era esse: “Cérebro - porque a idéia da vida após a morte não morre”. O texto revela: “Somos a única espécie com consciência da própria existência, mas o preço que pagamos por essa dádiva é a ansiedade de nos sabermos mortais. Talvez a ansiedade explique porque o além é paradisíaco. A idéia da imortalidade ameniza essa ansiedade que, ao contrário, sem atenuantes, seria incapacitante. A espiritualidade nos dotou de um otimismo inato que, no plano psicológico, nos conforta e nos estimula a procriar, ajudando a preservar a espécie”. E outra notícia relevante e alarmante, recente nos noticiários internacionais: ”Veto à cidadania de palestinos casados com israelitas divide Israel – segurança ou racismo?”

Sei que, com esse meu texto, assim como gerou polêmica a bordo do navio, vou provocar reações e indignações da parte de adeptos das mais diversas  religiões. Mas, mesmo assim, vou dizer o que penso nessa minha “peregrinação” pela medicina (na teoria e na prática), pela ciência (lendo Einstein, Carl Sagan, Stephen Hawking), pela filosofia (de Platão e Sócrates, passando por Nietzsche chegando a Sartre e Foucault), e claro, pelas religiões (na teoria e, muitas delas, na prática): já ouvi “milagres” de pessoas que se disseram, por exemplo, livres das drogas, por obra de “conversões” religiosas, ministrada tanto por católicos, protestantes, umbandistas, etc, mas também como médica, já ouvi relatos emocionados de ex-drogados que hoje estão “limpos”, graças a promessas que fizeram a beira do leito de morte de algum ente querido, outros decidiram largar o vício ao se depararem com a beleza e responsabilidade do nascimento de um filho, outros conseguiram através de simpatias, outros foi a acupuntura, para outros veio com a terapia com profissionais psicólogos e psiquiatras.

Enfim, o que posso concluir é que o movimento que o indivíduo faz para melhorar sua vida é o que realmente importa, e não o método (religioso, científico, médico psicológico ou emocional) que o levou àquela busca pelo seu bem-estar.

E afinal, quem está com a “verdade”? Os judeus que consideram Cristo um bom judeu, mas o “salvador” ainda está por vir? Ou serão os católicos com sua santíssima trindade e seus santos? Ou os evangélicos neopentecostais com a cobrança de seus dízimos como prova de fé e suas orações exorcizando demônios dos seus fiéis? Ou o Candomblé com suas rezas,“curas” e despachos nas encruzilhadas? Os espíritas, reencarnando até chegar a purificação? E o que será dos pobres dos índios? Serão banidos do Paraíso, por adorarem seu deus Tupã, e desconhecerem a “nossa verdade”?

Todos dizem agir em nome de um Deus criador do Universo, e se julgam “os donos da verdade”. Mas como explicar “a verdade” do presente que foi a “inverdade” do passado? Como explicar as “verdades” do passado daquele padre que largou a batina para assumir as “verdades” dos batuques do candomblé? E o que dizer das “verdades” do passado daquele pastor que largou seu rebanho com seus dízimos e suas orações de excomungar demônios para assumir a “verdade” de uma paróquia católica com suas imagens de santos (o bispo Edir Macedo é um deles, conheceu várias "verdades" que passaram a "inverdades",... e alguém acredita na honestidade e integridade desse ser como pastor?)

Em nome da “verdade”, praticam-se barbaridades como castração sexual em mulheres, apedrejamentos em praças públicas, guerras seculares entre judeus e palestinos, criam-se homens-bomba cujo suicídio "leva ao paraíso", poluem-se rios "sagrados" na Índia, sem falar nas falcatruas como desvios de dinheiro de doação de fiéis e simulação de "curas" ludibriando pessoas humildes (vivenciei vários casos de abandono de tratamento médico/psiquiátrico/psicológico por uma "cura" espiritual, com consequências dramáticas para o paciente).

Não se rotula alemão como nazista, nem russo como comunista, nem italiano como fascista, mas judeus sempre são rotulados como sórdidos, muquiranas e indignos de confiança, muçulmanos sempre serão rotulados como extremistas e terroristas. Ninguém barra um alemão na fronteira como nazista, nem um russo como comunista, muito menos um italiano como fascista, mas até o cantor americano Cat Stevens (veja no final do texto) foi barrado, ao tentar entrar em seu próprio país, em 2004, apenas por ter se convertido em muçulmano (mudou o nome para Yusuf Islam), e foi incluído na “lista de vigilância” (sem constar nenhuma denúncia formal contra ele) do Departamento de Segurança Interna dos EUA.

Se você declara seu time ou não torce prá nenhum, ninguém vai contra, se você não tem partido político, ninguém o condena, mas se você declara sua religião, dependendo do local e do preconceito vigente naquele contexto, ou se, ao contrário, se declara ateu, você pode perder um cargo político, uma eleição, e pode até ser linchado moralmente pela mídia se for alguém famoso. O médico Dráuzio Varella, ateu convicto  fala sobre ateísmo e excomunhão nas igrejas, e como a religião usa os seus dogmas e suas  "verdades" para dominar toda uma comunidade (vídeo no final do texto). 

Assim, hoje acredito que o mundo estaria melhor se não houvesse religiões, toda a espécie de religião deveria ser banida da sociedade, pois considero um atraso da humanidade, pois acaba sempre levando a uma forma de dominação política, econômica, social e/ou cultural. Digo banida não no sentido autoritário da palavra, mas a partir da conscientização (sei que utópica) do "apartheid" que ela provoca, segregando a humanidade.

Não sou contra a espiritualidade do ser humano, mas acho que a usamos mal nas religiões com suas "pseudo-verdades" que se proliferam pelo mundo. Poderíamos usar essa espiritualidade para cuidarmos melhor uns dos outros (e não só dos "irmãos" da igreja), cuidar melhor do planeta, das florestas, do meio-ambiente, como uma dádiva divina que recebemos e esquecemos de cuidar, pois estamos mais preocupados em nos trancafiar em templos, seguindo dogmas e supostas escrituras sagradas. Hoje, depois de vagar por templos e leituras diversas, cheguei a compreensão (principalmente libertadora) de que podemos ser espiritualistas sem pertencer a nenhuma religião e que a espiritualidade genuína não tem suas raízes assentadas na religião, mas na natureza humana em si mesma.

Deveríamos deixar os chamados “livros sagrados” no âmbito da literatura, como um relato da história de um povo. O afro-americano trouxe sua cultura para a música e temos hoje o belo blues (veja no final do texto, o documentário de Martin Scorsese, intitulado "The Blues", sobre a origem africana desse belo gênero musical), e os gregos trouxeram para a atualidade a história dos seus mitos e lendas, como a deusa do amor Afrodite, o deus Baco do vinho, que rendem belas histórias em vários segmentos das diversas artes, inclusive no cinema (“Poderosa Afrodite” do Woody Allen é uma delas).

Assim a Torah e o Talmude fariam parte da história e da cultura do povo judeu, a Bíblia seria a história do povo cristão, o Alcorão do povo árabe, a mitologia Iorubá representaria o povo afro-brasileiro (trazendo o belo som contagiante dos tambores do Olodum - veja no final do texto, o charme do balanço e da performance das mulheres na percussão - apenas para enriquecer a nossa música brasileira, assim como o blues enriqueceu a música americana), desvinculando todos eles dos rituais religiosos, pois infelizmente todos eles, sem exceção, têm separado os homens numa apartheid de crenças que só geraram guerras e inimizades, sem pé nem cabeça, de geração em geração. No Brasil, a coisa ainda é considerada “light”, mas em nome da religião, guerras atravessam séculos, cristãos católicos versus protestantes, judeus versus palestinos muçulmanos.

Tentei deixar meus filhos livres dessas influências religiosas que só segregam as pessoas, mas confesso que é muito difícil, cobram-nos o tempo todo o batismo (“seus filhos têm que se livrar do pecado original”), depois a comunhão (essa eu consegui livrá-los, na época, mas ainda com algum receio). Lembro-me, menina ainda, ser levada para comungar (receber a hóstia sagrada), mas antes tinha que "confessar meus pecados” e juro que eu fazia um grande esforço para achar um pecadinho qualquer, no fundo da minha memória. Menina ainda, eu nada tinha de pecado a confessar, praticamente inventava algo para satisfazer ao padre e aos meus pais, e poder assim receber a tão almejada e “merecida” hóstia.

Ou seja, para mim, o que fazem é uma lavagem cerebral incutindo-nos a idéia do pecado, do malévolo, do inferno, e vamos crescendo, sem pensar, como numa fila de “bois mandados”, cheios de medos e receios, conceitos e preconceitos deturpados (e os livros "sagrados" são recheados de preconceitos). E muitos dos conceitos machistas, que perduram até os dias de hoje, têm origem e suporte nesses chamados "livros sagrados", em que a mulher é sempre vista como um ser inferior, incompleto e incapaz, que deve ser sempre submissa ao homem (já que foi "gerada de uma parte do homem").

E isso não se restringe só ao catolicismo, pois praticamente todas as religiões, com seus rituais, criam seus temores nos seus seguidores, cobrando dízimos como ato de fé e reconhecimento da devolução do que “pertence a Deus”, incutindo a idéia da “Terra prometida” que no Torah judaico pertence aos judeus, mas no Corão de Maomé pertence ao povo árabe muçulmano, e por conta disso até os dias de hoje, netos, bisnetos e tataranetos dessas famílias judaicas da atual Israel, não conseguem entender por que têm que odiar os meninos refugiados islâmicos que vivem a menos de quinze minutos de suas casas, e vice-versa – assista o belo documentário “Promessas de um mundo novo”, dirigido por um judeu não ortodoxo, que vai a fundo nessa lavagem cerebral de sete crianças judias e palestinas, que contam suas experiências (e desesperanças) numa guerra eterna pela "Terra prometida", nos arredores de Israel (veja uma parte do premiado documentário, no final do texto).

A filósofa e escritora Márcia Tiburi  escreveu sobre como nós, seres humanos, somos efêmeros (e como detestamos ter ciência disso), texto que surgiu após ter assistido a peça teatral francesa “Os efêmeros” (veja videoclipe "Saia de vídeo: em busca dos efêmeros" no final do texto), uma colcha de retalhos sobre os pequenos momentos que podem tomar proporções gigantescas nas nossas vidas; no espetáculo, todas as histórias, de alguma forma, sempre remetem a um fim (de um casamento, de uma ilusão, de uma era).

Spinoza (antes Baruch e posteriormente Bento ou Benedito de Spinoza) foi um dos grandes racionalistas da chamada Filosofia Moderna, que viveu no século XVII, um judeu nascido em Amsterdã, considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Conhecia a fundo os escritos da Bíblia, do Talmude e de vários escritos judeus, além de ter dedicado parte da sua vida aos estudos de grandes filósofos como Platão, Sócrates, Aristóteles e outros grandes sábios da Antiguidade. Como todos os que se opõem aos chamados “livros sagrados”, Spinoza foi excomungado da Sinagoga como herege, por causa dos seus postulados a respeito de Deus, pois defendia que Deus e a Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, e que a Bíblia nada mais era que uma obra metafórico-alegórica que não se prestava a uma leitura racional e que não exprimia a verdade sobre Deus.

Einstein, o renomado cientista do século XX, quando perguntado se acreditava em Deus, disse: “Acredito no Deus descrito por Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe”. O documentário "Spinoza: o apóstolo da razão" conta a vida do filósofo renascentista que desafiou a igreja do século XVII propondo a separação entre religião e filosofia.

O que Spinoza escreveu sobre Deus, ainda no século XVII:
“Pára de ficar rezando e batendo no peito! O que Eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti".
“Pára de ir a templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos. Aí eu vivo e expresso o meu amor por ti".
“Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau".
“Não me culpes por tudo o que te fizeram crer”....
"Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei, essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti".
"Respeita teu próximo e não faças o que não desejas para ti"....
"Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo"....
“Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, de teus filhos... não me encontrarás em nenhum livro!”
"Não me procures fora! não me acharás. Procura-me dentro de ti... aí é que Eu estou". (Bento de Spinoza)

Que eu saiba, Jesus Cristo não fundou nenhuma religião, apenas deixou uma mensagem de amor, paz e fraternidade entre os seres humanos, e o mesmo fez Sidarta Gautama, Confúcio, Maomé. O filósofo iluminista francês Voltaire escreveu: "Eu acredito no Deus que criou os homens, e não no Deus que os homens criaram". E acredite, se Jesus Cristo estivesse ainda entre nós, e se deparasse com os diversos conflitos e intolerâncias religiosas da humanidade, repetiria a sua célebre frase: "Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem".

Para ficar "por dentro do além”, se você não tem “medo nem preconceito”, e assiste a tudo o que o cinema tem de bom, então não deixe de ver:

Sobre espiritismo, assista o já famoso “O sexto sentido” e o excelente “Os outros” (com Nicole kidman). Tem também o clássico “Ghost, do outro lado da vida” e os recentes sobre a vida de Chico Xavier.

Sobre exorcismo e ocultismo temos o clássico “O exorcista” e “O bebê de Rosemary”, além dos também macabros “O advogado do diabo” e “Poltergeist”.

Sobre dogmas e preconceitos religiosos, não deixe de ver “Código de Honra” ("School ties") em que o “estudante” Brendan Frazer, bom caráter, boa índole, óitmo desportista, passa a ser hostilizado quando descobrem que é de origem judaica e acusado injustamente por um delito que não cometeu, apenas por ser judeu. E em "Paradise now" a amizade de dois amigos palestinos homens-bomba enfrentando (e confrontando) seus destinos e suas convicções.

O cinema do sueco Ingmar Bergman é repleto de referências religiosas, fruto de sua infância marcada pela austeridade de um pai pastor luterano, dono de conceitos religiosos rígidos e severos - o belo "Fanny e Alexander" é praticamente sua "obra-testamento" (detalhes sobre esse premiado cineasta e sua imensa filmografia, aqui no blog, em julho de 2011).

E não deixe de assistir o relevante, esclarecedor e chocante documentário (citado no texto) “Promessas de um mundo novo”.























2 comentários:

  1. Oi Rosemary. Li seu texto e gostei do seu ponto de vista. Achei seu blog porque estava buscando o título: "Espiritualidade sem Religião", que usei em meu site e em um livro que lancei há aproximadamente um mês. Se desejar dar uma olhada, o livro está a venda nas Livrarias Curitiba (loja física e virtual), entre outras.
    marciopelegrini@uol.com.br

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  2. Oi Márcio. Esta é a grande vantagem da internet - a divulgação cultural "a jato" - talvez eu nunca fosse ter acesso ao seu livro, já que na minha cidade não existe essa livraria - me interesso muito pelo tema, vou lê-lo sim, vou comprá-lo pela loja virtual e prometo, se gostar, divulgar aqui no meu blog. Fique a vontade para também divulgar meu blog entre amigos interessados (abordo sempre filmes como exemplo dos meus dilemas e devaneios)
    Abs, Rosemery Nunes

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