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sábado, 19 de junho de 2010

O eterno preconceito contra a mulher

Em pleno século XXI, o preconceito contra as mulheres ainda persiste, apesar de muitas vezes camuflado (e, às vezes, ao contrário, explícito). Nós, mulheres, avançamos como seres humanos que somos (para "quem não sabe", antes de ser mulher, somos seres humanos, racionais, pensantes) no nosso direito ao voto, ao trabalho remunerado (apesar de ainda aquém, em comparação ao salário do homem), mas o preconceito continua.

O preconceito já começa no trabalho, no questionamento da competência. Se o colega é homem, deduz-se que é "naturalmente competente no que faz", e só com o tempo é que se descobre que o fulano é um engodo, só faz pose de intelectual, e esconde, por trás da arrogância, uma insegurança e incompetência muito bem camufladas (conheço um monte de machos, que se encaixam nesse típico "denorex", ou seja, parece competente, mas não é).

Enquanto isso, a mulher é, "de cara", rotulada como incompetente, e só depois de muita perseverança (por parte da mulher, é claro, em mostrar seus conhecimentos no trabalho, etc) é que se vai haver aceitação de (no máximo) nivelamento intelectual com os demais profissionais do ramo, a ponto de, "surpresos", dizerem com a cara mais lavada: "não é que ela aprendeu direitinho!!" (não é ficção, eu mesma já ouvi isso). É o eterno preconceito de que a mulher só é competente "esquentando a barriga no fogão e esfriando no tanque" (e olhe lá).

O olhar inquisidor do colega homem no trabalho sobre a colega mulher é gritante, não se respeita nem mesmo os direitos inerentes ao sexo, como a gravidez, o aleitamento, a depressão pós parto  tanto para o colega, como para o chefe, do sexo masculino, somos sempre "um estorvo", pois temos um monte de "probleminhas femininos" que comprometem o serviço.

Mas, interessante é que, apesar de o profissional homem olhar a colega profissional grávida ou mãe, como "um estorvo", no entanto a coisa muda quando a mulher profissional é a dele – aí ele defende que a esposa falte ao trabalho, para "cuidar do filho dele que está doente", ou para "amamentar a cria dele".

E ao contrário, a "depressão pós parto da mãe do filho dele é grave, é preocupante", mas a da colega do trabalho é "frescura", é "piti", é "corpo mole". A verdade é que, no fundo, o homem não defende nem a própria mulher, ele apenas a quer em casa, cuidando e amamentando o filho dele que está doente.

E, ao contrário, a mulher no trabalho é solidária à outra, porque sofre o mesmo preconceito, por parte dos homens. Mas ainda reina o agravante das "mulheres machistas" que aprenderam, durante séculos, a valorizarem a "competência e a inteligência" do homem, em detrimento do seu próprio potencial intelectual, a ponto de questionarem, por exemplo, a competência da mulher, em posições de poder - vide a grande resistência das mulheres, em votar no seu próprio sexo, como mostram diversas pesquisas de opinião.

E por conta de todo esse preconceito, segundo as estatísticas, 70% de todos os assédios morais no trabalho são contra as mulheres. Os estudos mostram como os assediadores se aproveitam da "fragilidade" da mulher, imposta pela sociedade machista, que a rotula de "dondoca, dependente e incapaz", incutido na cabeça das mulheres como uma "verdade verdadeira", desde a tenra idade, de que ela é um "ser inferior", fazendo-as aceitar esse tipo de abuso como "um destino, uma sina", e as que se rebelam, que gritam e se fazem ouvir, são rotuladas de "histéricas e mal amadas".

Faço questão de fazer parte dessa "histeria", não me dobro nunca, detesto o rótulo de "dondoca frágil", como se fosse uma qualidade (que os homens criaram, apenas para nos subjugar).

Quero mais é ser anarquista, mas "adorável anarquista" que sou, porque bem-amada, não sou rabugenta, muito menos mal-humorada, mas "sai de baixo" quando me deparo com mau-caratismo, falta de ética e preconceito.

Alguém já disse, e eu tomo aqui emprestado, como lema: "mulheres comportadas não fazem história" e eu quero mais é fazer parte da História.
Tenho dito.

Para ilustrar este texto, deixo o vídeo de um encontro do psicanalista Jorge Forbes e a atriz Maitê Proença, no "Café filosófico" da TV cultura sobre o papel da mulher (e o quanto o homem está assustado) na sociedade atual.



2 comentários:

  1. É verdade. Passo por isso dentro de uma faculdade de Engenharia. Tem homem que não abre a boca a reunião inteira e é tido como "sensato". Aí uma mulher luta para falar coisas inteligentes e é ignorada. Depois de um tempo usam as idéias como se não fossem da mulher.

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  2. Na verdade, existem Homens e homens, os Homens são inteligentes e seguros,não precisam oprimir,nem ignorar e nem ridicularizar a mulher, vêem a mulher como parceira para evoluir, não se sentem feminilizados por isso e nem tem medo de perder o tal poder.
    Os homens já são preconceituosos,imaturos e ignorantes,têm medo de perder aquela pose machista do passado e por isso, ficam querendo inferiorizar a mulher. A boa notícia,é que esses últimos não passam de fósseis em extinção, um dia eles sumirão do planeta, ah, sim, sumirão!

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