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quarta-feira, 23 de junho de 2010

"De médico e louco, ..."

De “médico e louco, todos temos um pouco” - esse adágio popular é famoso, talvez por isso o cinema curta tanto estes dois temas. E há de tudo um pouco no mundo da sétima arte em torno destas temáticas, que vão de biografias, dramas, suspenses, comédias e musicais, bem "ao gosto do cliente".

Em Quase deuses (Something the lord made), o cinema conta a história real de uma grande descoberta da medicina, e relata os “bastidores” da primeira cirurgia cardíaca realizada no mundo, voltada para a correção de doenças cardíacas congênitas, em crianças cianóticas (popularmente conhecidas como “crianças azuis”).

A cirurgia foi desenvolvida pelo médico cientista Alfred Blalock (que leva o nome do mesmo, cirurgia de Blalocke é até hoje realizada com pouquíssimas variações) e o feito não teria tido êxito, não fosse a habilidade de um técnico de laboratório, de nome Vivien Thomas, que era também carpinteiro, que desenvolveu as ferramentas necessárias que tornaram realidade o sonho de Blalock (vivido pelo grande ator Alan Rickman).

Em plena Grande Depressão americana, nos anos 40 do século XX, Vivien Thomas (vivido pelo ator e músico rapper Mos Def) queria ser médico, mas pobre e negro na cidade americana de Baltimore, cercado de preconceito racial, teve seu sonho abortado, mas no fim foi reconhecido pelo Departamento Cirúrgico do Hospital Johns Hopkins,  por sua notável contribuição para a medicina. “Quase deuses”é um filme singelo, sobre uma história real sobre amizade, parceria, reconhecimento, e uma lição de vida e perseverança.

“Sonhos tropicais” é um filme brasileiro, desconhecido do grande público, que conta a luta, do nosso renomado médico Oswaldo Cruz, tentando convencer a sociedade carioca da importância do saneamento básico para vencer doenças tropicais, enfrentando assim a população na famosa “revolta da vacina” nos primórdios do século XX.

O filme “Patch Adams, o amor é contagioso” conta a vida real do médico americano (vivido no filme pelo ator Robin Williams) que, junto com sua trupe de palhaços, viaja pelo mundo, para áreas críticas de guerra e conflitos, levando alegria como uma forma de minimizar os males e as doenças.

Em “Regras da vida”(“The cider house rules”), o personagem de Tobey Maguire vive um rapaz órfão, aprendiz de um médico (o ator Michael Caine), que lhe ensina o ofício de obstetra, mas não o prepara para as escolhas e decisões que a vida lhe impõe, e ele vai aprender com Charlize Theron muito mais do que pode suportar. E o filme conta com uma bela trilha sonora instrumental (assinada pela compositora inglesa Rachel Portman), que combina divinamente com as belas paisagens montanhosas, repletas de neve.

Há vida após a morte? Estudantes de medicina (Julia Roberts, Kevin Bacon, Kiefer Sutherland) resolvem romper a barreira entre a vida e a morte, no suspense “Linha mortal” (“Flatliners”) numa perigosa experiência, na tentativa de “checar ao vivo” esse enigma.

Agora, se preferir descontração, então vá para o “bom e velho” Jerry Lewis, com o “Bagunceiro arrumadinho” (The desorderly orderly) dos anos 60. Lewis é um auxiliar num hospital, que gostaria de ser médico, mas não consegue lidar com as dores e agruras dos pacientes sem se torturar e sentir o mesmo que eles.

Mas a grande “vedete” da medicina ainda é o “infarto do coração” (a minha praia, pois sou cardiologista). O que mais se ouve por aí é que, todo mundo preferiria morrer, subitamente, sem sofrimento, de um “enfarte fulminante”. Assim, o cinema não poderia deixar de “homenagear” esse órgão, com todas as honras.

O premiado diretor Bob Fosse filma, teatralmente, a morte do personagem de Roy Scheider, no ótimo musical “All that jazz” (“O show deve continuar”) em um maravilhoso balé, com as dançarinas vestidas com macacões estilizados “de artérias e veias” por todo o corpo, e o coração é o centro de todo o cenário, ao som de “Bye, bye, life”, e o personagem vai, enfim, depois de mais um enfarte, ao encontro da morte (representada e estilizada na pele da atriz Jessica Lange).

O tema polêmico “eutanásia” também é constantemente abordado no cinema, em filmes magistrais como “Menina de Ouro” (veja sobre esse filme, aqui no blog, em “Filmes de lutas de boxe”, *link no final do texto), e também no sensível e tocante “Mar adentro” com o talentoso ator Javier Barden, que dá um banho de interpretação, na pele de um tetraplégico, que “luta” pelo direito de morrer dignamente.

Mesmo para quem não entende de medicina, são filmes tocantes, emocionantes, que fazem do cinema um misto de entretenimento e cultura, e que gera sentimentos altruístas e discussões filosóficas. Não deixem de ver. Vale a pena (trailers abaixo).

E para quem não conhece, veja a série americana Scrubs, do canal Sony Entertainment Televison, que mostra os bastidores do dia a dia dos residentes de um hospital, com os dramas (e as comédias) que rolam na  rotina diária de um sofredor da medicina, intercalando cenas engraçadas com cenas emotivas de tristeza e impotência diante da morte, fazendo jus ao dito popular de médico e louco.... - lá você vai encontrar, por exemplo, aquele professor pentelho, que todo mundo quis, um dia, se livrar (e o personagem de Zach Braff sempre dá um jeito de fazer isso, nem que seja só na imaginação dele), lá está também aquele cirurgião que se acha e muito mais - veja abaixo, algumas cenas, uma delas com a participação especial do cantor Colin Hay. 

*http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2010/01/filmes-de-lutas-de-boxe.html















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