Imagem

Imagem

Select Language

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A chave do "closet" do futebol

Vamos combinar? Esse velho clichê de que macho que é macho, "cospe no chão, não dança e só gosta de futebol" já era, "tá arcaico", "tá obsoleto", e já não corresponde a realidade do século XXI.

Hoje, a realidade é outra, o futebol, com o atual agarra-agarra ("sem querer querendo") de machos se tocando, e apalpando os "tesouros da família" uns dos outros, sei não, mas "tem pai que é cego" diria o personagem do Jô Soares, "O pai coruja", no extinto programa humorístico "Planeta dos homens" (veja no fim do texto).

É notório que o mundo gay tenha predileção por profissões que vislumbrem atividades artísticas como o teatro, a música e a dança, mas em compensação os que não aceitam "sair do closet" têm preferência por esportes. Mas não o esporte individualista, como é o caso do surf, por exemplo - a incidência de homossexualismo no surf é baixíssima - a preferência dos enrustidos, aqueles que não admitem "sair do armário", são os esportes coletivos (seja como amadores ou como profissionais ou meros espectadores),

e dentre os esportes coletivos, o futebol é a maneira mais fácil de camuflar essa tendência homossexual, não assumida, desses machinhos enrustidos, pois o fulano fica "protegido" pela fama de o futebol ser um esporte de macho, e ao mesmo tempo ele pode partir para as "encoxadas", os abraços "por trás", os "agarrões", considerados "adequados" na comemoração do gol, e depois partem para o bar para bebemorar (e depois vêm com a desculpa esfarrapada do "Fenômeno" com as travecas, alegando ter "se excedido no álcool" - de novo, tem "pai que é cego"),

eu conheço, pelo menos, uns quatro que posavam de machões (rudes, mal-humorados e torcedores do Flamengo), pais de família inclusive, e que com as "peladas" do futebol na areia "soltaram a franga" ( a verdade é que, olhando de perto, já havia umas "desmunhecadinhas" básicas) e assumiram seus parceiros do mesmo sexo, e detalhe, hoje posso dizer que viraram "gente como a gente" (eram enfim, mal-amados).

Abaixo reproduzo parte de um texto hilário (desconheço o autor mas, pelo conteúdo e pelo palavreado, foi escrito por um homem), que recebi de um amigo gay que adora futebol, por motivos óbvios (leia e entenderás a "obviadade", ops, quero dizer, a obviedade):

"Primeiramente, o futebol é um jogo. Só um jogo. É importante salientarmos esse detalhe óbvio com bastante afinco, pois há uma parcela enorme do mundo que considera o mesmo mais importante do que a própria vida.

Segundamente, o futebol é um jogo idiota. É estúpido ver vinte e duas pessoas correrem atrás de uma única bola....... Mas é importante frisar que, além do futebol propriamente dito, são muito mais idiotas as pessoas que não jogam, porém torcem...Todavia, há uma pequena parcela de seres humanos que realmente se beneficiam do supracitado esporte. A saber, os jogadores são os únicos que realmente ganham alguma coisa pra ficar chutando bola, e ganham caralhos de dinheiro. Como diria Descartes: Jogo, logo ganho.

Terceiramente, futebol é jogo de viado. Segue o óbvio:
E começa o jogo no estádio. Acabaram-se os problemas, e toda a aflição vai embora por noventa minutos. Bola entra, bola sai. E o jogo acaba. Uma cópula esportiva, o futebol pode ser comparado muito bem, ou melhor, ao ato sexual. Melhor, um ato HOMOssexual. E o torcedor, com certeza mais que absoluta, prefere assistir um joguinho do seu time do coração a dar aquela bimbadinha na patroa. Talvez, o torcedor mais afoito prefira dar uma bimbadinha com o Richarlyson do que com a patroa. 

Pesquisas científicas sérias comprovaram que, durante um jogo importante, o torcedor prefere ver os lances impreterivelmente, mesmo que possua uma mulher maravilhosamente-linda-pra-caralho-nua-toda-gostosa-se-querendo ao lado da televisão.

Caso a referida mulher se encontre na frente da TV, o torcedor promove um ato de vandalismo verbal, para conseguir locomover a mulher da frente da televisão, liberando assim a visão de vinte e dois homens suados, portando pequenas bermudas, se abraçando e beijando mutuamente durante a comemoração de um gol. Se isso não é ser viado, não sei mais o que é. GOL!
 
Além disso, um detalhe importante é o gol. O gol, do seu time, obviamente, faz o torcedor heterossexual imediatamente virar viado. Observe os abraços, beijos e apertos de bunda, logo assim que entra a bola.

Logo, prezado leitor, o futebol te faz idiota, mongolóide, ignorante e, ainda por cima, viado. A situação adquire um agravante +1, caso o time em questão seja o Flamengo.

E você, prezada leitora, caso o seu companheiro seja um admirador convicto do futebol, observe atentamente os dias em que ele prefere sair com os amigos para ver o jogo do mengão, na casa do Paulão sozinhos. Tem pederastia. Pense nisso.

Alô, Paulão? Tem jogo hoje! Posso dormir aí com você? 
Sei sei… Tudo viado".    (fim do texto reproduzido).

Mas agora deixando a brincadeira de lado, o triste é que não é nenhuma novidade que existe um falso machismo nos bastidores do futebol (vários casos de homossexualismo enrustido surgem a cada dia, os próprios jogadores admitem que "rola" nos vestiários, entre jogadores, massagistas, treinadores e por aí vai),

mas na frente das câmeras há um alto grau de intolerância, de preconceito e homofobia nesse esporte tão amado pelo brasileiro, e é inadmissível o atraso que ronda esse esporte, já é hora do futebol aprender a aceitar a diferença de sexo e de sexualidade. E evitar casos deprimentes como o do jogador Richarlyson que precisou ir ao Fantástico prá explicar sua verdadeira sexualidade (e o pior é que não convenceu ser hetero) e de um juiz arbitrário e homofóbico que disse "não poder imaginar um homossexual jogando futebol".

E essa perseguição homofóbica já fez vítimas fora do Brasil - o caso de um jogador inglês que, na década de 90, se declarou homossexual, e que acabou se suicidando, tamanha a pressão e preconceito que recebeu da mídia e de seus colegas.

Talvez seja necessário que um jogador de renome, um grande ídolo assuma publicamente e responsavelmente a sua homossexualidade (como acontece hoje, no meio artístico) para que se possa avançar verdadeiramente na modernidade e globalização, sem preconceitos e perseguições arbitrárias, que não cabem em pleno século XXI, e deixarmos de vez para trás o "arcadismo" do século passado.

Enquanto isso não acontece, fico com "um pé atrás" toda vez que um macho "fissurado" em futebol deixa "a  patroa" prá jogar bola com "o amigão", e vem com discurso "inflamado" de que "futebol é coisa de macho", e "que quem não gosta de futebol é gay" - sei não, mas o último que eu ouvi isso, dava umas "desmunhecadinhas" básicas, apesar de pai de família, e ao se separar, foi curar a "depressão" em Nova York, e ao voltar de lá, "pegou a chave e saiu do closet" e foi morar com o "amigão".

Tenho convivido com alguns com o mesmo perfil, e segundo meu amigo gay, esses enrustidos são os que mais hostilizam os assumidos (pura inveja, segundo meu amigo gay) e  também o sexo feminino, com piadinhas do tipo "eu sei do que você tá precisando" (ou seja, de novo, pura inveja). Enfim, vamos aguardar, o tempo fará (ou as "encoxadas" farão) a verdade aflorar. 

Ou se nada disso adiantar, temos a opção do  "soro de entregar enrustido" do alegre e serelepe "Capitão gay" (veja abaixo). E veja também o humor escrachado do programa "Gato fedorento" de Portugal sobre o mesmo tema (futebol e homossexualismo).
 

 






sábado, 26 de junho de 2010

Recordar é viver

O cinema, inexoravelmente, sempre nos brinda com cenas audiovisuais inesquecíveis, que continuam ultrapassando décadas e mais décadas, agora transpondo também séculos. Desde os primórdios do cinema mudo, as cenas que marcaram uma época ultrapassam a virada do século, e permanecem vivas na nossa memória, encantando gerações após gerações.

Me pergunto se, com o avançar “estonteante” das tecnologias prá todo lado, se ainda continuaremos dando valor a essas imagens tão “rudimentares” do século “passado”, ou se as gerações futuras as tratarão como “trash” num futuro próximo.

Bem, mas enquanto isso não acontece, e ainda temos esperança na humanidade, e no altruísmo e bom gosto da mesma, aí vão dicas de algumas cenas clássicas inesquecíveis do cinema, para regozijo e puro deleite.

Charles Chaplin com o seu eterno vagabundo Carlitos, encantou nossos avós e bisavós, e continua “fazendo escola” para os novos comediantes da atualidade – a cena da “dança dos pãezinhos” continua a encantar, mesmo depois de décadas (Jô Soares já fez a cena, em seu "talk show") – o filme “Em busca do ouro” (“Gold Rush”) é da década de 20, século passado (estranho, mas século XX agora já é passado) e em preto e branco.

Na década de 40, a bela atriz Rita Hayworth ficou imortalizada como “Gilda”  no filme de mesmo nome, cantando “Put the blame on Mame”, numa dança sensual, simulando um comportado “strip-tease” em preto e branco.

Ainda na década de 40, em “Casablanca”, em plena era nazista, a naturalmente charmosa e bela atriz Ingrid Bergman e o ator Humphrey Bogart protagonizam a cena que marcaria suas imagens para sempre na telona, ao som de “As time goes by”, eternizada na voz do ator/cantor Dooley Wilson, e a frase “We’ll always have Paris” (“sempre teremos Paris”) ficou imortalizada por causa desse filme.

Também na década de 40, Gene Kelly protagoniza “Marujos do amor” (“Anchors Aweigh”) na famosa montagem da dança com o rato Jerry (de “Tom e Jerry”). E já nos anos 50, ele fica eternizado para sempre, no musical “Cantando na chuva”, e também dançando e “ensinando inglês” para crianças francesas, em “Sinfonia em Paris” (“An american in Paris”) ao som do grande compositor George Gershwin, ou dançando com ele mesmo, em "Cover girl", como numa imagem em espelho.

E claro, não dá prá esquecer o famoso “pé de valsa” Fred Astaire, sempre magnífico, dançando de “ponta cabeça”, em “Núpcias reais” (“Royal wedding” dos anos 50) e em tantos outros filmes - belos tempos aqueles em que os homens dançavam divinamente, sem serem rotulados de gays (hoje em dia, os ditos "machos" jogam futebol e nem por isso não são gays, ao contrário, disfarçam bem mas, no fundo, "tão doidos" prá sair do "closet" com o parceiro do time - mas isso é papo prá um futuro texto). 

Mais recentes, já nos anos 70, relembro a memorável cena de “Butch Cassidy” com o eterno galã, o belo “olhos azuis” Paul Newman, na animada cena, pedalando uma bicicleta, ao som de “ Rain drops keep falling on my head”, de Burt Bacharach. 

Mais atual, anos 80, o ainda garoto Tom Cruise protagoniza uma das cenas mais "copiadas" até os dias de hoje, num playback imitando o cantor Bob Seger, com a música "Old time rock and roll" no filme "Risky business" (a cena já foi imitada no seriado "Scrubs", no seriado "The nanny" e até pelo "Alf, o ETeimoso"). E mais recente ainda, já nos anos 90, a cena marcante e bela, com Al Pacino, no papel de um cego, dançando um belo tango no ótimo “Perfume de mulher”. Inesquecíveis.

Infelizmente, não dá prá relembrar todas. O interessante é que, muitas dessas famosas e inesquecíveis cenas, não tinham o recurso tecnológico da atualidade, e mesmo assim foram criadas, graças a imaginação de grandes mestres do cinema, não "ficando atrás" quando comparados com os moderníssimos efeitos especiais da atualidade, e continuam a ser rememoradas e homenageadas, como a cena de Gene Kelly, remontada recentemente, com o desenho Stewie (no lugar do rato Jerry) da série em quadrinhos "Family guy" (veja abaixo no final do texto, as cenas e imitações mais famosas).

Recordar é viver e reviver (e sobreviver nesses atuais "dias de cão").
















 





 



quarta-feira, 23 de junho de 2010

"De médico e louco, ..."

De “médico e louco, todos temos um pouco” - esse adágio popular é famoso, talvez por isso o cinema curta tanto estes dois temas. E há de tudo um pouco no mundo da sétima arte em torno destas temáticas, que vão de biografias, dramas, suspenses, comédias e musicais, bem "ao gosto do cliente".

Em Quase deuses (Something the lord made), o cinema conta a história real de uma grande descoberta da medicina, e relata os “bastidores” da primeira cirurgia cardíaca realizada no mundo, voltada para a correção de doenças cardíacas congênitas, em crianças cianóticas (popularmente conhecidas como “crianças azuis”).

A cirurgia foi desenvolvida pelo médico cientista Alfred Blalock (que leva o nome do mesmo, cirurgia de Blalocke é até hoje realizada com pouquíssimas variações) e o feito não teria tido êxito, não fosse a habilidade de um técnico de laboratório, de nome Vivien Thomas, que era também carpinteiro, que desenvolveu as ferramentas necessárias que tornaram realidade o sonho de Blalock (vivido pelo grande ator Alan Rickman).

Em plena Grande Depressão americana, nos anos 40 do século XX, Vivien Thomas (vivido pelo ator e músico rapper Mos Def) queria ser médico, mas pobre e negro na cidade americana de Baltimore, cercado de preconceito racial, teve seu sonho abortado, mas no fim foi reconhecido pelo Departamento Cirúrgico do Hospital Johns Hopkins,  por sua notável contribuição para a medicina. “Quase deuses”é um filme singelo, sobre uma história real sobre amizade, parceria, reconhecimento, e uma lição de vida e perseverança.

“Sonhos tropicais” é um filme brasileiro, desconhecido do grande público, que conta a luta, do nosso renomado médico Oswaldo Cruz, tentando convencer a sociedade carioca da importância do saneamento básico para vencer doenças tropicais, enfrentando assim a população na famosa “revolta da vacina” nos primórdios do século XX.

O filme “Patch Adams, o amor é contagioso” conta a vida real do médico americano (vivido no filme pelo ator Robin Williams) que, junto com sua trupe de palhaços, viaja pelo mundo, para áreas críticas de guerra e conflitos, levando alegria como uma forma de minimizar os males e as doenças.

Em “Regras da vida”(“The cider house rules”), o personagem de Tobey Maguire vive um rapaz órfão, aprendiz de um médico (o ator Michael Caine), que lhe ensina o ofício de obstetra, mas não o prepara para as escolhas e decisões que a vida lhe impõe, e ele vai aprender com Charlize Theron muito mais do que pode suportar. E o filme conta com uma bela trilha sonora instrumental (assinada pela compositora inglesa Rachel Portman), que combina divinamente com as belas paisagens montanhosas, repletas de neve.

Há vida após a morte? Estudantes de medicina (Julia Roberts, Kevin Bacon, Kiefer Sutherland) resolvem romper a barreira entre a vida e a morte, no suspense “Linha mortal” (“Flatliners”) numa perigosa experiência, na tentativa de “checar ao vivo” esse enigma.

Agora, se preferir descontração, então vá para o “bom e velho” Jerry Lewis, com o “Bagunceiro arrumadinho” (The desorderly orderly) dos anos 60. Lewis é um auxiliar num hospital, que gostaria de ser médico, mas não consegue lidar com as dores e agruras dos pacientes sem se torturar e sentir o mesmo que eles.

Mas a grande “vedete” da medicina ainda é o “infarto do coração” (a minha praia, pois sou cardiologista). O que mais se ouve por aí é que, todo mundo preferiria morrer, subitamente, sem sofrimento, de um “enfarte fulminante”. Assim, o cinema não poderia deixar de “homenagear” esse órgão, com todas as honras.

O premiado diretor Bob Fosse filma, teatralmente, a morte do personagem de Roy Scheider, no ótimo musical “All that jazz” (“O show deve continuar”) em um maravilhoso balé, com as dançarinas vestidas com macacões estilizados “de artérias e veias” por todo o corpo, e o coração é o centro de todo o cenário, ao som de “Bye, bye, life”, e o personagem vai, enfim, depois de mais um enfarte, ao encontro da morte (representada e estilizada na pele da atriz Jessica Lange).

O tema polêmico “eutanásia” também é constantemente abordado no cinema, em filmes magistrais como “Menina de Ouro” (veja sobre esse filme, aqui no blog, em “Filmes de lutas de boxe”, *link no final do texto), e também no sensível e tocante “Mar adentro” com o talentoso ator Javier Barden, que dá um banho de interpretação, na pele de um tetraplégico, que “luta” pelo direito de morrer dignamente.

Mesmo para quem não entende de medicina, são filmes tocantes, emocionantes, que fazem do cinema um misto de entretenimento e cultura, e que gera sentimentos altruístas e discussões filosóficas. Não deixem de ver. Vale a pena (trailers abaixo).

E para quem não conhece, veja a série americana Scrubs, do canal Sony Entertainment Televison, que mostra os bastidores do dia a dia dos residentes de um hospital, com os dramas (e as comédias) que rolam na  rotina diária de um sofredor da medicina, intercalando cenas engraçadas com cenas emotivas de tristeza e impotência diante da morte, fazendo jus ao dito popular de médico e louco.... - lá você vai encontrar, por exemplo, aquele professor pentelho, que todo mundo quis, um dia, se livrar (e o personagem de Zach Braff sempre dá um jeito de fazer isso, nem que seja só na imaginação dele), lá está também aquele cirurgião que se acha e muito mais - veja abaixo, algumas cenas, uma delas com a participação especial do cantor Colin Hay. 

*http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2010/01/filmes-de-lutas-de-boxe.html















segunda-feira, 21 de junho de 2010

"MATRIX" e as "MidiATRIXs" brasileiras

A ficção científica no cinema costuma ser “algo” repetitiva em seus temas. Em geral gira em torno de uma 3ª guerra, levando a destruição total do planeta (fazendo jus a fatídica frase de Einstein: “não sei como será a 3ª guerra mundial, mas sei como será a quarta - com pedras e paus”), ou então temas com alienígenas, invadindo o planeta e “vampirizando” os terrestres.

Talvez por isso, muitos não tiveram interesse em assistir o recente Matrix, e também desconhecem “Blade Runner” (veja texto e trailer deste filme, aqui no blog, em dezembro de 2009), que são, prá mim, dos filmes de ficção, os mais apocalípticos de todos os tempos, com uma visão filosofal que "fazem a diferença" em relação a todos os demais filmes de ficção.

“Matrix” revolucionou a sétima arte, ao misturar, com maestria (e esperteza), temas filosóficos (a “Alegoria da Caverna” de Platão) com efeitos prá lá de especiais, e acabou agradando em cheio, ao mesmo tempo, aos “cabeças pensantes”, assim como os “fissurados” em ação, videogames e computadores que, ao contrário, nada questionam. Assim, aqui vai a dica, com a visão filosófica do filme, para os cabeças pensantes.

Desde Platão a humanidade se pergunta: “de onde viemos”? “prá onde vamos”? “Qual o sentido da vida”?  “E... afinal, a vida tem sentido”? Claro que essas perguntas continuam sem respostas, mas “Matrix” e “Blade Runner” questionam toda a nossa existência e finitude, e ao deixarmos a poltrona do cinema,  meio incrédulos, nos perguntamos, se Descartes tinha razão quando disse: “Eu duvido, logo penso, logo existo”. Será???

À primeira vista, como era de se esperar, “Matrix” parece não sair do velho clichê dos filmes de ficção em que, num futuro distante (talvez não tão distante, do jeito que a coisa anda), a raça humana, depois de inúmeras guerras e crescente destruição do planeta, encontra-se refém  de máquinas, controladas por computadores inteligentes.

Mas aí entra o diferencial a proposta de "Matriz" passa então, para o "campo filosofal" o tema filosófico foi inspirado no “Mito da Caverna” de Platão, em que o filósofo, através dessa parábola, exemplifica como podemos nos libertar da condição de "escuridão" que nos aprisiona, através da luz da verdade e do conhecimento.

Trata-se de um diálogo entre Sócrates e seus discípulos, em que ele cita a parábola de Platão, mostrando a "visão de mundo" do ignorante que vive do senso comum, e a visão do filósofo na sua eterna busca da verdade. Sócrates dizia que "uma vida não questionada, não vale a pena ser vivida".

Assim, a "Matrix" é o mundo irreal, virtual, em que os computadores "enganam" os humanos, para que não se rebelem, enquanto “sugam” a energia desses sobreviventes que, capturados, vivem na verdade, em verdadeiros casulos gigantes (os efeitos especiais aqui são impressionantes).

Enquanto “vegetam”, esses sobreviventes têm a ilusão (criada pelos computadores) de que estão vivendo normalmente na Terra (que na verdade foi totalmente destruída), mas que é apenas uma criação virtual da Matrix, enquanto isso, outros sobreviventes, que conseguiram escapar do domínio das máquinas, vivem escondidos no subterrâneo e tentam mostrar aos humanos “da superfície” a ilusão que eles estão vivendo.

Para isso o personagem de Keanu Reeves, um hacker de nome Neo, que também vive dentro da ilusão criada pela Matrix, mas como na parábola de Platão, ele questiona aquela “realidade”, e assim é visto, pelo líder dos rebeldes (do subterrâneo), como o grande e possível “filósofo a levar luz e conhecimento” (quase um “messias” da raça humana), capaz de trazer os humanos para a verdadeira realidade que os cerca, e libertá-los da condição de prisioneiros.

Quando os humanos do subterrâneo entram no virtual planeta Terra, são percebidos como vírus (numa alusão ao que acontece hoje, nos nossos computadores) e entra em ação o pelotão de “agentes antivírus” (comandados pelo personagem de Hugo Weaving – o ator foi uma das drag queens do divertido “Priscila , a rainha do deserto”) para proteger a Matrix, a “Inteligência Artificial”.

Aí teremos verdadeiros “balés acrobáticos” de artes marciais, tiroteios em câmera lentíssima, e efeitos especiais de última geração, que “fazem a festa” do público fissurado em vídeo games e filmes de ação.

E a pergunta fatídica: Você está preparado prá fazer a escolha? Vai seguir o "coelho branco"? E a pílula? A vermelha ou a azul ? (atenção - a azul não é viagra, não). Veja o filme e entenderás.

Quem já viu Matrix, recomendo rever sob esse questionamento, mas Matrix tem várias releituras, com suas mensagens filosóficas, religiosas, morais, e questões diversas, alguns inclusive condenando o filme, por enxergarem nele "o anticristo" (o que acho um exagero, mas realmente o filme "dá o que falar").

Enfim, é genial o Matrix original, já as continuações deixam a desejar, viraram um “videogame” sem graça, só agradando aos "fissurados". Aos cabeças pensantes, recomendo a leitura do “Mito da caverna” para melhor entendimento (veja abaixo, no final do texto, vídeo comparando com o filme), e aproveitem e veja também a "Alegoria da caverna" em quadrinhos - pura realidade, mas prá lá de divertida

E não deixem de ver um dos últimos vídeos (abaixo) com a sensacional montagem da "MidiATRIX revelations" com a rede Globo (e a revista Veja), dominando nossas mentes, nos transformando no idiota Homer Simpson, e decidindo por nós que "pílula" escolher (as eleiçóes estão aí, que não nos deixa mentir).

Outras excelentes ficções: O encantador “ET, o extraterrestre, O divertido “MIB homens de preto” I e II, “O exterminador do futuro” e suas continuações, “De volta pro futuro” e suas continuações, “O planeta dos macacos” (prefiro a versão antiga com o ator Charlton Heston, bem antes dele virar o ridículo presidente da Associação americana de rifle), “O homem que caiu na Terra” (com o cantor “andrógino” David Bowie - já vi há anos em fita cassete, difícil de achar em locadoras, não achei ainda em DVD), “Contatos imediatos do 3º grau”, “Inimigo meu”, “O predador”, “2001 uma odisséia no espaço”, "Alien o 8º passageiro".












sábado, 19 de junho de 2010

O eterno preconceito contra a mulher

Em pleno século XXI, o preconceito contra as mulheres ainda persiste, apesar de muitas vezes camuflado (e, às vezes, ao contrário, explícito). Nós, mulheres, avançamos como seres humanos que somos (para "quem não sabe", antes de ser mulher, somos seres humanos, racionais, pensantes) no nosso direito ao voto, ao trabalho remunerado (apesar de ainda aquém, em comparação ao salário do homem), mas o preconceito continua.

O preconceito já começa no trabalho, no questionamento da competência. Se o colega é homem, deduz-se que é "naturalmente competente no que faz", e só com o tempo é que se descobre que o fulano é um engodo, só faz pose de intelectual, e esconde, por trás da arrogância, uma insegurança e incompetência muito bem camufladas (conheço um monte de machos, que se encaixam nesse típico "denorex", ou seja, parece competente, mas não é).

Enquanto isso, a mulher é, "de cara", rotulada como incompetente, e só depois de muita perseverança (por parte da mulher, é claro, em mostrar seus conhecimentos no trabalho, etc) é que se vai haver aceitação de (no máximo) nivelamento intelectual com os demais profissionais do ramo, a ponto de, "surpresos", dizerem com a cara mais lavada: "não é que ela aprendeu direitinho!!" (não é ficção, eu mesma já ouvi isso). É o eterno preconceito de que a mulher só é competente "esquentando a barriga no fogão e esfriando no tanque" (e olhe lá).

O olhar inquisidor do colega homem no trabalho sobre a colega mulher é gritante, não se respeita nem mesmo os direitos inerentes ao sexo, como a gravidez, o aleitamento, a depressão pós parto  tanto para o colega, como para o chefe, do sexo masculino, somos sempre "um estorvo", pois temos um monte de "probleminhas femininos" que comprometem o serviço.

Mas, interessante é que, apesar de o profissional homem olhar a colega profissional grávida ou mãe, como "um estorvo", no entanto a coisa muda quando a mulher profissional é a dele – aí ele defende que a esposa falte ao trabalho, para "cuidar do filho dele que está doente", ou para "amamentar a cria dele".

E ao contrário, a "depressão pós parto da mãe do filho dele é grave, é preocupante", mas a da colega do trabalho é "frescura", é "piti", é "corpo mole". A verdade é que, no fundo, o homem não defende nem a própria mulher, ele apenas a quer em casa, cuidando e amamentando o filho dele que está doente.

E, ao contrário, a mulher no trabalho é solidária à outra, porque sofre o mesmo preconceito, por parte dos homens. Mas ainda reina o agravante das "mulheres machistas" que aprenderam, durante séculos, a valorizarem a "competência e a inteligência" do homem, em detrimento do seu próprio potencial intelectual, a ponto de questionarem, por exemplo, a competência da mulher, em posições de poder - vide a grande resistência das mulheres, em votar no seu próprio sexo, como mostram diversas pesquisas de opinião.

E por conta de todo esse preconceito, segundo as estatísticas, 70% de todos os assédios morais no trabalho são contra as mulheres. Os estudos mostram como os assediadores se aproveitam da "fragilidade" da mulher, imposta pela sociedade machista, que a rotula de "dondoca, dependente e incapaz", incutido na cabeça das mulheres como uma "verdade verdadeira", desde a tenra idade, de que ela é um "ser inferior", fazendo-as aceitar esse tipo de abuso como "um destino, uma sina", e as que se rebelam, que gritam e se fazem ouvir, são rotuladas de "histéricas e mal amadas".

Faço questão de fazer parte dessa "histeria", não me dobro nunca, detesto o rótulo de "dondoca frágil", como se fosse uma qualidade (que os homens criaram, apenas para nos subjugar).

Quero mais é ser anarquista, mas "adorável anarquista" que sou, porque bem-amada, não sou rabugenta, muito menos mal-humorada, mas "sai de baixo" quando me deparo com mau-caratismo, falta de ética e preconceito.

Alguém já disse, e eu tomo aqui emprestado, como lema: "mulheres comportadas não fazem história" e eu quero mais é fazer parte da História.
Tenho dito.

Para ilustrar este texto, deixo o vídeo de um encontro do psicanalista Jorge Forbes e a atriz Maitê Proença, no "Café filosófico" da TV cultura sobre o papel da mulher (e o quanto o homem está assustado) na sociedade atual.



quarta-feira, 16 de junho de 2010

"Os bons e eternos companheiros" - livros, cinema, música e dança

Adoro ler, e dizem que quem gosta de ler, pode até estar só, mas nunca será um solitário – e é verdade, o livro é um companheiro que não nos decepciona (se bem escolhido, claro, como qualquer boa companhia). Com a leitura atravessamos fronteiras dos países, do mundo, do universo, e até as da alma “viajamos”, inclusive, para dentro de nós mesmos.

Com o livro, a imaginação corre solta, o autor descreve um personagem, uma cena e/ou uma paisagem, mas fica a cargo dele só o esboço, e cabe a nós, leitores, criarmos a imagem dos mesmos, na fantasia do nosso subconsciente, da melhor maneira que nos agradar a imaginação.

Já o cinema, ao contrário, já traz o personagem “pronto”, as paisagens já estão ali, do jeito que o diretor e o produtor imaginaram a cena descrita. Por exemplo, de um best-seller literário a cena é captada “à semelhança” da imaginação do cineasta, mas em compensação, se "cair" nas mãos de um bom diretor e de um talentoso ator, está garantida – o cinema te dá algo que o livro não consegue – a eterna imagem de uma cena, cuja expressão do ator ficará marcada, para sempre, na nossa memória, principalmente se a cena é acompanhada de uma bela trilha sonora.

Por exemplo, em “Cinema Paradiso” (ver texto e trailer sobre esse filme, aqui no blog, em outubro de 2009) o olhar hipnotizado e “marejado” do ator, diante das cenas “emendadas’" de beijos e mais beijos famosos, desde os primórdios do cinema na telona, ao som instrumental da bela trilha sonora do maestro italiano Ênio Morricone, é absolutamente inesquecível.

Em “Simplesmente amor” ("Love actually"), não há como não se emocionar com a expressão de surpresa e encantamento da atriz Kira Knightley, quando descobre, sem querer, a paixão platônica e secreta que o melhor amigo do seu companheiro nutre por ela, sob o olhar constrangido e desesperado do mesmo, na pele do ator Andrew Lincoln. E ainda nesse filme, a dor da traição nos olhos marejados, na interpretação magistral da atriz Emma Thompson, nos leva a sofrer junto com ela (ah, a dor da traição, sempre dolorosa, não importa o sexo), ao som da bela música  “Both sides“ (dos anos 70) de Joni Mitchel.

E ainda nesse filme, aproveitem para ver também, o ator brasileiro Rodrigo Santoro fazendo papel romântico com a atriz americana Laura Linney, nessa emotiva mas também divertida comédia romântica, com uma trilha sonora excelente, que fala do amor entre pais e filhos, entre amigos e entre casais, e que conta também com outros grandes atores como Alan Rickman, Colin Firth, Lian Neeson e uma ponta hilária com o “mister Bean”, e também tem a ótima performance dançante do ator Hugh Grant (veja cena no recente texto, aqui no blog, “Cinema, música, dança - irresistíveis”).

Em “Antes do amanhecer”, temos a singela e cativante cena de Ethan Hawke e Julie Delpy que, tímidos, desviam o olhar um do outro, ficam “sem graça” diante do crescente interesse um pelo outro, e não conseguem se encarar, ao som da música “Come here” de Kate Bloom – e prá quem não conhece, e gostar, não deixe de ver a sequência desse filme, com o reencontro do casal (rodado oito anos depois, com os mesmos atores) em “Antes do pôr do sol”.

Em "Quase famosos" (leia texto sobre esse filme, aqui no blog, em dezembro de 2009), Kate Russel nos emociona com sua disfarçada mas triste reação, na cena em que descobre que foi "trocada" numa aposta por um "punhado" de dólares e cerveja (veja no final do texto).

Em “Hora de voltar” ("Garden State"), dá vontade de "soltar os bichos" junto com o ator Zach Braff, na cena antológica em que ele resolve dar seu “grito de liberdade” na beira de um abismo, ao som de Simon and Garfunkel, com a música "The only living boy in New York" (ver texto e trailer desse filme, aqui no blog, em novembro de 2009).

O cinema tem essa pequena vantagem sobre a leitura, mas a verdade é que um complementa o outro, simplesmente não dá prá viver sem os dois. Junte a isso, a dança e a música e "o mundo está a salvo". Pelo menos para mim.





sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cinema, música e dança - irresistíveis

Além do cinema, a dança e a música são minhas outras grandes paixões, e assim, quando se juntam, o filme passa a ser, para mim, irresistível. Muitos deles não são necessariamente musicais, e muitas vezes não são nenhum blockbuster, mas acabam marcando”, devido a uma determinada música (e/ou dança) que passa a ser um protagonista à parte.

Por exemplo, no filme Duets, num concurso de Karaokê (o tema principal do filme), os atores Huey Lewis e Gwynet Paltrow arrasam cantando Cruisin, e no  mesmo filme, o ator Paul Giamatti (de Sideways, entre umas e outras) e Andre Braugher cantam o clássico Try a little tenderness, do famoso cantor americano de soul Otis Redding, e essa mesma famosa música pode ser vista também em A garota de rosa shocking (anos 80), na ótima e hilária performance do ator John Cryer (hoje bastante conhecido como o irmão de Charlie Sheen na série americana Two and half men).

O filme “Pequena Miss Sunshine”, além de prazeroso de assistir, com a hilária, excêntrica e desajustada família de uma menina de 7 anos que quer ser miss na sua pequena cidade, tem a cena hilária da menina que aprende com o avô uma coreografia digna de um inferninho, e assim apresenta a música Superfreak num concurso moralista de uma cidade interiorana americana.

Tem filmes que são médios em termos de conteúdo, como algumas comédias, dessas estilo rasgadas, mas uma cena com determinada música combina tanto, que faz parte de toda a graça do filme, como a hilária cena do ator Terry Crews em As branquelas, cujo personagem prá lá de másculo adora a música (bem ao estilo patricinha) A thousand milles. Já a atriz Jennifer Garner, em De repente, 30”, faz uma divertida performance de Thriller (do Michael Jackson) com o ator Mark Rufallo.

O ator Hugh Grant também é um dos que marcam seus personagens com cenas dançantes (quem disse que homem não dança??, e esse, além de bonito e charmoso, dança demais), como em Simplesmente amor, no papel de um primeiro ministro inglês, prá lá de descontraído, dançando ao som da  música Jump for my love. E o ator Matthew Broderick também ficou famoso numa cena dançante com a música dos Beatles Twist and shout no divertido Curtindo a vida adoidado.

A famosa música Say a little prayer for you, de Burt Bacharat, vira declaração de amor do amigo gay (o ator gay Rupert Everett) de Júlia Roberts, sob o olhar desolado de sua verdadeira paixão, papel do ator Dermot Mulroney, em O casamento do meu melhor amigo”; e a música Day, oh! (Banana Boat Song) faz parte de uma das cenas marcantes do filme Os fantasmas se divertem.

Longe de ser musicais e/ou campeões de bilheterias, esses filmes marcam pelas cenas dançantes que ficam eternamente em nossa memória - abaixo cenas de alguns deles (quem achar que vai perder a graça se assistir às cenas previamente, então deixe prá assistir só no filme). E em breve, dicas dos verdadeiros e grandes musicais do cinema.














domingo, 6 de junho de 2010

Comédias no cinema

Comédia é para mim um gênero difícil, porque a piada, prá mim, precisa ser sutil, não gosto de comédias escrachadas, com cenas escatológicas, de gosto duvidoso, e muito menos pornochanchadas ou picardias juvenis, pois são piadas “forçadas”, manjadas, muito clichês, prá lá de batidas, nada originais.

Já gostei muito do gênero "non-sense"  do grupo “Monty Python”, e as comédias do Leslie Nielsen (“Apertem o cinto, o piloto sumiu”), mas depois que foram demasiadamente imitados pelas contínuas sequências de “Todo mundo em pânico”, “Casseta e Planeta” e outros, acho que a fórmula se esgotou, perdeu um pouco a originalidade e consequentemente a graça.

As melhores comédias (trailer no final do texto) na minha opinião são, por acaso, um pouco antigas, talvez porque sejam precursoras de muitas das comédias atuais:

“Meu primo Vinny” com Joe Pesci (prá relembrar, ele foi o irmão de Jake “De Niro” La Mota em “Touro indomável” e um dos “Bons companheiros”) e Marisa Tomei (Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu papel engraçado e irreverente nesse filme) - os dois estão impagáveis no papel do advogado diplomado “por correspondência” e sua namorada, que “se viram” prá defender os primos adolescentes, injustamente  acusados de um crime que não cometeram.

“Um peixe chamado Wanda”  e  “Será que ele é?” com Kevin Kline, que mostra seu lado cômico nessas duas comédias surreais – no 1º filme ele está o máximo como um malandro conquistador e seu falso e hilário sotaque italiano, e de quebra, tem o ótimo John Cleese, um dos integrantes do grupo Monty Phyton, e as cenas hilárias do personagem coadjuvante gago e suas tentativas infrutíferas para matar uma velhinha, e no 2º filme ele tem que provar para a sociedade de uma cidadezinha provinciana (e prá ele mesmo) sua (duvidosa) masculinidade (trailer e comentário desse filme, aqui no blog, no texto "Limpar salão em público - coisa de macho?" em março de 2010 - para ler esse texto, acesse o link  a seguir: http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2010/03/limpar-salao-em-publico-coisa-de-macho.html).

Em “Melhor é impossível” Jack Nicholson consegue nos fazer esquecer as caras insanas e demoníacas, sua marca registrada, dos seus outros famosos filmes (“Um estranho no ninho”, “O iluminado”) e nos delicia como um rabugento portador de TOC (transtorno obsessivo compulsivo) e por isso mesmo irresistivelmente engraçado com suas gafes e humor negro.

“Tootsie” traz o ótimo Dustin Hoffman (dos também excelentes “Perdidos na noite” e “A primeira noite de um homem”, prá quem não sabe, esse não é pornô, apesar do título) na pele de um ator desempregado e frustrado que, travestido, tenta um papel de mulher numa novela de televisão. E a música “It might be you”, que acompanha os passos do casal em direção a um final prá lá de inusitado e divertido, é um bálsamo pros ouvidos.

Duas comédias brasileiras excelentes que, milagre, não partiram prá apelação (não há  cenas picantes e piadas  de gosto duvidoso, tão comum nas nossas comédias e séries tupiniquins) são as impagáveis “O auto da compadecida” e “Lisbela e o prisioneiro”, com o ótimo Selton Melo.

As do tipo sessão da tarde, sessão  pipoca, meio comédia românticas, que  rendem boas risadas:
“Pequena Miss sunshine”,
“Mais estranho que a ficção”, 
“Tudo acontece em Elizabethtown”,
“Simplesmente amor” , 
“Abaixo o amor”, 
“O diário de Bridget Jones”

As “assistíveis”, como  um passatempo sem compromisso, tipo “num tô fazendo nada, vou dar uma olhadinha”:
“As branquelas”,
“A máfia no divã” 1 e 2, 
“Alguém tem que ceder”, 
“O amor não tira férias”,
“Entrando numa fria” 1 e 2,
“Tratamento de choque”,
“Cruzeiro das loucas”, 
“Euro trip”
"O amor é cego"

Mas prá mim, imbatível mesmo é o Woody Allen (já falei sobre esse grande cineasta, aqui no blog, em fevereiro de 2010, no texto "Coisas prá fazer antes de morrer), sempre inovador, consegue  transportar pros seus filmes o cotidiano, com sutileza ímpar, em comédia e drama ao mesmo tempo. Inimitável. E prá relembrar, leia também, aqui no blog, o texto "Coisas que valem a pena viver" (também em fevereiro de 2010), sobre os lendários irmãos Marx, os verdadeiros precursores do gênero comédia.
 



 



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...