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segunda-feira, 31 de maio de 2010

O Brasil visto lá de fora

Em tempos de eleições presidenciais, que podem descarrilhar esse trem chamado Brasil, com os PIGs (Partidos da Imprensa Golpista) disseminados, que nada informam, ou mesmo desinformam (vide a era Collor), como os colunistas pró-Serra e os anti-Lula/Dilma, tais como a revista Veja e seu  “representante-mor”, o chato, mal-amado e pseudo-intelectual Diogo Mainardi, 

o meu conselho é que fujamos desses “jornalistas golpistas”, e nos informemos através de notícias e jornalistas estrangeiros, que certamente não estão mancomunados com esse ou aquele candidato, para termos uma real visão de como o Brasil é visto lá fora, e o que não nos é revelado (para mais alienados ainda ficarmos). 

Há pouco tempo, a BBC de Londres, no seu programa "Hardtalk", entrevistou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e em outra entrevista o atual presidente Lula, ainda no final dos seus primeiros quatro anos de governo. O jornalista é provocativo e instigante em suas perguntas, não aliviando, nas acusações, nenhum dos dois políticos (veja vídeos, abaixo, no final do texto). 

O interessante é que, na entrevista do FHC, o ex-presidente insiste que as melhorias ocorridas no governo Lula (referidas pelo jornalista britânico e admitidas pelo próprio FHC), ocorreram graças a ele, ou seja, o intelectual bilíngue (e prepotente) FHC se auto-intitula co-responsável direto pelo sucesso do governo atual (pois se considera o “desencadeador” das melhorias do Lula), mas é imediatamente contestado pelo jornalista britânico, que questiona o por quê de nenhum avanço ter ocorrido nos 08 anos da era FHC contra os ainda não findados 04 anos da era Lula.

Enquanto que, na entrevista com Lula, quando o jornalista acusa o Brasil como um dos mais atrasados, apesar dos avanços reconhecidos pela comunidade internacional no governo Lula, o semi-analfabeto (nem por isso, inculto) presidente atual, humildemente, não culpa nenhum indivíduo ou partido pela acusação, e sim coloca a culpa "no modelo que persiste há 500 anos” (assim poupando a todos os políticos) em relação ao descaso com a política de não distribuição de renda entre os menos abastados. 

Se levarmos em conta que há 50 anos, os militares foram seguidos em sua maioria pelos partidos de direita, no controle do país, parte desse descaso com certeza tem dono, mas o presidente atual semi-analfabeto fez questão de não acusar ninguém, ou seja, tem muito mais nobreza de espírito e de caráter do que o intelectual ex-presidente. 

Agora, o mais instigante e mais revelador, na entrevista com o FHC, se faz na acusação do jornalista britânico, ao se referir aos mais de 600 (sim, seiscentos) processos criminais contra funcionários do governo, na era FHC, que foram quase todos arquivados (não desmentido e confirmado ao vivo por um FHC pra lá de acuado), e o jornalista diz, com todas as letras (para um FHC “tremendo nas bases” no seu inglês chinfrim), que o então procurador nomeado pelo ex-presidente FHC ficou internacionalmente conhecido com o apelido irônico de “O engavetador geral da república”. 

É notório que, na era FHC, muita coisa foi prá “baixo dos panos”, mas 600 processos ??????? E o FHC não negou, enrolou dizendo que  “não tinha poderes sobre o procurador geral (que, “por acaso”, foi ele que indicou e nomeou). E assim, o jornalista  “puxa a orelha do FHC, pois este passou a entrevista inteira, cobrando do Lula uma postura austera em relação às denúncias de corrupção no governo atual (o que ele não fez na época do seu próprio governo).

Há pouco tempo, recebi por e-mail “os escândalos” dos governos, desde os militares, que começava com apenas 08 denúncias no governo Geisel (até aí nenhuma novidade, já que a censura militar “estava solta” e “varria-se tudo prá debaixo do tapete”), mas no “apagar das luzes” do governo FHC foram só 44 escândalos (e os outros 556, onde foram parar????) contra 102 escândalos do governo Lula. 

E outra coisa muito interessante é que, muitos dos 102 escândalos do governo atual, na verdade foram desmascarados agora, mas se iniciaram nos governos anteriores, vide o escândalo dos sanguessugas, das ambulâncias super-hiper-faturadas dos Vedoim, que começou no governo FHC, com o atual candidato da elite José “Arruda Collor” Serra, na época ministro da Saúde, “canetando” e entregando milhares dessas ambulâncias (cada ambulância custou cerca de 120% além do preço de mercado, sem nenhum acessório emergencial para atendimento imediato à população) – com certeza esse foi um dos processos que não vieram a público, e foi devidamente engavetado na época, e o governo atual que desmantela a quadrilha (desde a era FHC/Serra) é que leva a fama de corrupto ??? 

Enfim, já não chega os políticos golpistas, “tamos” bem de jornalistas e notícias golpistas. Assim, volto a insistir - “Ladies and gentleman, se eu pudesse dar um conselho, quanto ao futuro das eleições fraudulentas, esse conselho seria : Não se deixem enganar. Informem-se”.








sábado, 29 de maio de 2010

"Fantasie" sua vida

Dizem que o amor é uma bobagem, uma fantasia, mas ninguém sobrevive sem ele. Eu, pelo menos, continuo a procurar uma "sessão da tarde" em minha vida. Já me disseram que sou sonhadora demais, que vivo no mundo da fantasia, pode ser, mas, se a realidade "lá fora" não tiver magia (do cinema, por exemplo), a vida fica insuportável, e se a vida (e o cinema) é uma eterna fantasia, quero morrer sonhando. E falando em fantasia no cinema, aí vão dicas “prá sonhar” porque, segundo Mário Quintana, “uma vida não basta ser vivida, ela precisa ser sonhada”.

“A noiva cadáver” – animação do famoso diretor Tim Burton, que mostra os dois possíveis mundos, dos vivos e dos “mortos” (cenas do "making of" do filme no final do texto). O mundo dos vivos é mostrado como um lugar sombrio, frio e úmido, enquanto o mundo dos “mortos”, ao contrário, é lúdico, colorido, com muita música e alegria, numa alusão de que “passar dessa para melhor” é melhor mesmo, e que deveríamos aprender que nada termina aqui, apenas um novo começo nos espera, e a noiva cadáver “se rende” e vai enfim ao encontro da “luz”. Uma graça esse filme, e de quebra uma lição de espiritualidade.

“Edward mãos de tesoura”,  um verdadeiro conto de fadas, com Johnny Depp como uma criação de um inventor, que deixa seu corpo incompleto com mãos de tesoura. Johnny Depp impressiona com sua performance, seu rosto pálido, marcado tanto pelas cicatrizes, provocadas pelas suas desajeitadas mãos de tesoura, como pela frustração de não poder ser totalmente humano em sua plenitude de corpo e alma (pela “mão” que não pode acariciar sua pretensa  amada Winona Ryder). Uma fábula tocante e sensível sobre as limitações e frustrações do ser humano diante da vida e do mundo real (cenas do filme no fim do texto).

“Feitiço do tempo” ("Groundhog day")– a fantasia desse filme é a contínua repetição de um mesmo dia, na vida do personagem do Bill Murray, que não é explicada em nenhum momento do filme – um motivo surreal é dispensável e tiraria talvez a graça do filme. Bill Murray (dos também ótimos “Encontros e desencontros” e “Flores partidas”) vive um mal-humorado “homem do tempo” de um canal de TV que, um belo dia acorda prá viver (e reviver) o mesmo dia entediante, numa cidadezinha pacata do interior; com o tempo ele começa a tirar proveito disso pois é o único que sabe o que vai acontecer naquele dia. O uso de  gags repetidas  tornam o filme uma comédia genial e inusitada. E no fim do texto, além do trailer, a música "I got you babe" (que toca toda manhã na rádio e faz o personagem de Bill Murray acordar todos os dias na mesma fatídica hora) no raro vídeo do ex-casal Cher e Sonny, nos anos 60.

“O tigre e o dragão” e “Herói” , filmes que retratam o universo das lutas marciais (na verdade, um maravilhoso balé em forma de lutas) o 1º dirigido por Ang Lee (diretor também dos  ótimos dramas “Razão e sensibilidade” e o “Segredo de Brokeback Mountain”) e o 2º dirigido por Zhang Yimou (do também ótimo “O clã das adagas voadoras” e do  maravilhoso drama  “Lanternas Vermelhas”)  – a fantasia e as fotografias lindíssimas, em cores vibrantes,  fazem desses filmes “em mandarim”, do cinema oriental, uma “viagem” pelo mundo da fantasia e da força mental (tão cultivada pelo oriente e tão incompreendida  pelo ocidente) as "lutas” são, em geral, mais do poder da mente do que da força física, com os atores literalmente flutuando sobre as águas e por entre as árvores. Imperdíveis. Pura fantasia em forma de arte.

“Ladyhawke, O Feitiço de Áquila”, apesar das cenas de espada serem “fraquinhas”, sem efeitos especiais (perdoável, o filme é antigo), a fotografia é lindíssima, e a proposta da fantasia é a estória envolvente do casal que "não se encontra nunca", por causa de um feitiço. O tal Áquila, um bispo da Idade Média, enfeitiça a Michelle Pfeiffer (de  “Ligações perigosas” e “A época da inocência”)– mais linda ainda nesse filme – transformando-a em falcão durante o dia e o Rutger Hauer (o “charmosérrimo” ator foi um dos andróides que Harrisson Ford tinha que destruir na excelente ficção “Blade Runner, o caçador de andróides”) é transformado em lobo durante a noite, e as imagens do falcão e do lobo num magnífico cenário repleto de neve são uma atração a parte, e também tem o ator Matthew Broderick (do também divertido “Curtindo a vida adoidado”) como o hilário Rato, unindo o casal no “sonho” (de dia e de noite) e na realidade. Lindo e divertido ao mesmo tempo.

"A vida em preto e branco" (com Tobey Maguire, o “Homem Aranha”) - o fictício seriado "Pleasantville" em preto e branco, dos anos 50  é o sonho de consumo americano, com suas famílias perfeitas, suas casas ajardinadas e seus rígidos valores morais. E num daqueles dias de conflito do personagem de Tobey Maguire, com sua família desmembrada, típica dos anos 90, ele recebe a estranha visita de um técnico de TV que lhe dá um estranho controle remoto que irá transportá-lo (junto com sua "irmã", a atriz Reese Witherspoon) para dentro da telinha, no cenário da fictícia cidadezinha, e assim começa a fantasia, inicialmente em cores monocromáticas, que vão aos poucos se colorindo de vida (veja cenas do filme, no fim do texto, com a voz de Etta James, ao fundo, cantando "At last"), a partir das emoções (prazerosas ou não) vividas pelos personagens da pacata cidadezinha fictícia, com efeitos especiais impressionantes e uma bela trilha sonora que tornam o filme ainda mais encantador.

Mais “fantasias” imperdíveis:
“A rosa púrpura do Cairo” (do Woody Allen), 
“Quero ser John Malkovich”,
“A viagem de Chihiro”,
“Uma cilada para Roger Rabbit”,
“As bicicletas de Belleville”,
“Toy Story”,
“Nanny McPhee, a babá encantada” (infantil, para "crianças" de 5 a 50 anos, com a fenomenal Emma Thompson – do também ótimo “Para o resto de nossas vidas” e de “Simplesmente amor”) 
"O labirinto"(infantil, com o cantor David Bowie e a atriz Jennifer Connelly ainda bem menina)
E o mais recente "Alice no país das maravilhas" de Tim Burton

E prá terminar, faço minhas as palavras do grande Fernando Pessoa: 

 “Tenho em mim todos os sonhos do mundo”.
 “Somos do tamanho dos nossos sonhos”.









domingo, 23 de maio de 2010

O que tem a ver "Os bastardos inglórios" com os nossos guerrilheiros?

Interessante como os olhares sobre um evento do passado, pode ser interpretado de maneiras diferentes, dependendo do olhar (e do interesse) de quem o interpreta. Por exemplo, agora com as eleições presidenciais em voga, têm surgido os reacionários “sem noção” (e sem argumentos atuais plausíveis contra os candidatos), com declarações ridículas, difamando os antigos guerrilheiros (da época da ditadura militar, dos anos de chumbo, na década de 60), por acaso, hoje candidatos.

Isso me faz lembrar o filme “Os bastardos inglórios” – aproveito para comentar esse excelente filme, e explico a seguir o por quê da comparação. 

Como explicar um filme que consegue ser engraçado em meio a cenas de extrema violência, escalpos de pele, nazismo e torturas diversas? A explicação – Quentin Tarantino. O diretor de “Pulp Fiction”, “Jackie Brown” e “Kill Bill” sempre consegue essa proeza nos seus filmes, mas em “Bastardos inglórios” ele se supera. 

Em meio a tensão da cena que está por vir, de repente, “rola” uma ação (ou um pequeno gesto de um personagem), que dá o tom e leveza a cena,  e a piada acontece sutilmente, enquanto o diretor nos prepara novamente para o suspense (e o jorrar de sangue) seguinte.

Tarantino gosta de tramas mirabolantes, ações e relações entrelaçadas, muita violência e muito sangue jorrando. Em “Bastardos inglórios” não é diferente. A trama se passa nos anos 40, em plena 2ª guerra mundial, com a França ocupada pelos nazistas.

Os “bastardos” são um fictício pelotão de elite do exército americano, todos judeus, treinados para penetrar atrás das linhas inimigas e liquidar nazistas, de forma bárbara, como numa revanche ao massacre judeu, com o objetivo de espalhar medo e terror entre os soldados nazistas.

Brad Pitt está hilário como o sanguinário tenente dos “bastardos”, com um engraçado sotaque sulista “carregadíssimo” – quando precisa fingir-se italiano, mostra o quanto é real a fama de que americano só consegue se expressar na própria língua – muito engraçado (não a ponto de se gargalhar, é claro, afinal é um filme violento), mas muito divertidas essas sutilezas. 

Mas na verdade, há dois outros atores, desconhecidos até então, que realmente “roubam” a cena no filme. Um deles é um ator francês, de nome Denis Menochet – o personagem dele aparece só no início do filme, um fazendeiro francês sendo interrogado por um oficial nazista sobre a possibilidade de uma família judia estar escondida na região – um primor a atuação dele – com um mínimo de gestos e palavras ele transmite o máximo de tensão, e é ele o “gancho” da trama para se ficar “vidrado” na telona, desde o início do filme. 

E o outro ator, um australiano de nome Christopher Watz, até então desconhecido (não mais o será, pois levou o merecido Oscar de melhor ator coadjuvante pela sua brilhante atuação) – o ator dá um “banho” de interpretação, a frieza do personagem se mescla a uma “serenidade” na atuação, que o ator “empresta” ao personagem, que fica difícil odiá-lo, apesar de toda a crueldade do mesmo.

Ele é o tenente nazista, conhecido como “caçador de judeus”, cruel nas ações e palavras, mas algo na interpretação magnífica do ator nos faz querê-lo de volta a cena, e ele realmente domina todas as cenas em que aparece – fica uma sensação de amor e ódio pelo ator/personagem – ponto para o excelente ator, porque em geral o público antipatiza-se com tais papéis, marcando para sempre o ator que encarna personagens mal-vistos como carrascos nazistas. O ator consegue a proeza de ser cruel, mas não ser odiado pelo espectador, muito pelo contrário. 

E voltando à nossa ditadura militar, nos idos dos anos 60, Brad Pitt poderia ser comparado com os nossos guerrilheiros, ou seja, o “guerrilheiro” Brad Pitt era tão cruel e sanguinário quanto os nazistas, mas temos a tendência a não condená-lo, pois afinal ele estava “nos defendendo” contra o nazismo. Não seria o mesmo, no caso dos nossos guerrilheiros, que em algum momento tiveram que ser cruéis (e tiveram, sim, que assaltar bancos para custear a guerrilha contra o poderoso arsenal dos militares), tudo para nos devolver a liberdade de expressão que a ditadura militar nos tirou nos anos de chumbo? (com seus cruéis militares torturando, em surdina, civis contrários ao regime, nos porões da ditadura, assim como os nazistas torturavam civis só por serem judeus?). 

Se tendemos a não condenar o “guerrilheiro judeu” sanguinário Brad Pitt (ao contrário, tendemos a torcer por ele, já que estava contra a crueldade dos nazistas), por que condenar nossos guerrilheiros que apenas estavam, a nosso favor, usando das mesmas “armas” cruéis dos nossos militares (e como os nazistas, os nossos militares jogavam sujo, vide o atentado da bomba do Riocentro - que iria matar milhares de inocentes que comemoravam o dia do trabalho - em que os militares “plantaram” a bomba, e iam colocar a culpa nos guerrilheiros, mas o “feitiço virou contra o feiticeiro”, lembram???). 

Vejam o filme e reflitam. Ação, violência, humor e ficção – é Tarantino no seu melhor empenho. Não deixe de ver. É adrenalina pura, com talento e “cérebro”, coisa difícil de ver num filme de ação (abaixo trailer do filme e vídeos sobre a ditadura e parte da confissão dos militares sobre a bomba plantada no Riocentro).
 











quinta-feira, 20 de maio de 2010

Copa do mundo não é uma guerra

Há pouco tempo, um desses famosos "machinhos" que "se acham" (já falei que nada tenho contra seres humanos do sexo masculino, muito pelo contrário, mas quanto a "machos"....) ao me ouvir falar mal de futebol e principalmente da torcida do "timinho de merda" dele, o Flamengo, o tal fulano ficou “putinho” (gay enrustido é assim, fica “putinho”- se admitisse “sair do armário, soltasse a franga e virasse gente”, com certeza não ficaria mais “putinho” à toa) e resolveu me interpelar (o papo nem era com ele) e soltou a máxima, dizendo que “o futebol faz parte do Brasil e quem não gosta de futebol, deveria sair do país”.

Interessante, eu não sabia que prá ser brasileira, eu sou obrigada a “gostar de futebol, de carnaval e de novela”. Que eu saiba a constituição me garante liberdade de escolhas, não? Seja de ordem política, religiosa, social e moral. E tenho direito de liberdade de expressão, não??? Não posso me manifestar contra? Se não nadar “a favor da correnteza” tenho que deixar de ser brasileira e me mudar de país???

Como já escrevi em outro texto, em abril de 2010, sobre futebol, eu já gostei bastante desse esporte, mas era o futebol dos belos tempos, dos idos anos setenta (link*para o texto "A obrigação moral de ser anti-flamenguista"), pois apesar (e talvez, por causa) da ditadura, havia um espírito de união, tipo "todos juntos, vamos, parece que todo o Brasil deu a mão", mas esse lixo atual??!! Tenho que assistir marginais travestidos de jogadores, e aturar arruaceiros travestidos de torcedores, e ainda xiitas, que nos mandam mudar de país, só porque temos coragem de dizer que o timinho de merda deles não passa de um timinho de merda ??

E a cada ano a coisa tem piorado. Agora vem a Copa do Mundo – não suporto a pecha de “guerreiros” que cismam em transformar esse esporte em uma arena de leões, e depois querem que as torcidas reajam pacificamente nas ruas.

Como? De um lado, temos os famosos jogadores “bad boys”, verdadeiros marginais travestidos de jogadores (se salva uns poucos), e de outro toda uma propaganda voltada para a violência – vide o comercial da cerveja Brahma que agora é a “oficial da Copa” (mau sinal, uma bebida alcoólica oficializando a “batalha”), em que somos “guerreiros” e temos que dominar e vencer todos os outros países “inimigos”. Lamentável o comercial da Brahma (veja o vídeo no fim do texto).

Depois, o que vemos nas ruas é apenas o reflexo dessa “guerra”, já que o espírito é de uma “batalha” a ser vencida, nada mais lógico uma torcida baderneira e desordeira - vide as torcidas (leia-se “arruaças”) organizadas (??) do Flamengo, que frequentemente tomam “de assalto” nossas ruas.

Em contraste com o comercial da Brahma, a Pepsi-Cola criou uma propaganda fenomenal para a Copa do mundo na África do Sul, com um campo de futebol “humano” em plena savana africana, e o time formado por jogadores de todas as línguas (Kaká, óbvio, foi o brasileiro escolhido pelo seu perfil ético), numa confraternização emocionante, num verdadeiro espírito esportivo, como deve ser toda competição (veja o belo vídeo no fim do texto).

E a música oficial da Copa se chama “Waving Flag”, e é de autoria do cantor africano K’naan, nascido na Somália, cujo estilo lembra o reggae de Bob Marley – abaixo a linda letra da música com o cantor e o vídeo oficial com a música legendada.

Nessas horas, me esqueço do xiita babaca flamenguista (e gay enrustido, diga-se de passagem), e volto a ter esperança que, um dia, quem sabe, o nosso futebol volte ao posto de esporte de união, de norte a sul, que já foi um dia, e motivo de orgulho de sermos brasileiros.

*http://rosemerynunescardoso.blogspot.com.br/2010/04/obrigacao-moral-de-ser-anti.html )








quarta-feira, 19 de maio de 2010

Brasil, mostra tua cara

Volto a insistir: “há algo de muito podre no reino da Dinamarca” (leia-se imprensa brasileira). De acordo com os editoriais e reportagens das maiores revistas em circulação no país, há dois Brasis em voga. Um Brasil, por exemplo, está nas páginas da revista “Veja” – lá não existe leitores (no setor de cartas) contra o Serra, todos o adoram e esperam o melhor para o Brasil  com a eleição do tucano.

E, em contrapartida, todas as cartas dos leitores da Veja, sem exceção, abominam Lula e sua sucessora Dilma. Estranho, não? Se as pesquisas de opinião dão quase igualdade de votos para os dois candidatos, onde foram parar os leitores a favor do partido de governo???  Isso sem falar nos editoriais e colunistas comprometidos em falar bem do Serra, num clima de "já ganhou" asqueroso, e sempre maldizer o governo Lula e sua sucessora “guerrrilheira”(vide o chato, mal-amado e pseudo-intelectual Diogo Mainardi).

Já na revista “Isto é”, o Brasil já é outro, ali já há um contrabalanço, leitores contra e a favor da Dilma e do Serra, e até os que defendem ou condenam a Marina, mesmo com a pouca popularidade dela nas pesquisas de opinião. E as reportagens, ora falam bem, ora picham os candidatos, dependendo do ponto de vista do colunista em questão, deixando para os leitores o livre arbítrio para a escolha do melhor candidato (ou o menos pior).

As notícias, em cada uma dessas revistas, também mostram dois Brasis que se chocam – a revista “Isto é” mostra, por exemplo,  uma reportagem sobre a polícia militar de São Paulo, com toda sua truculência contra os civis, que “coincidentemente” foi agraciada no governo Serra e no atual do Gilberto (nun) Kassab, com mais truculência ainda, sob o aval desses dois governos – o confronto em 2008 da PM paulista com policiais civis insatisfeitos em greve, 

e no ano seguinte, teve o episódio que relembrou a ditadura militar, em que a PM paulista invadiu, a mando de Serra, o campus da USP, em 2009, em choque com estudantes, professores e funcionários públicos em greve, e em março de 2010 contra professores estaduais em protesto nas ruas, e agora em abril e maio com agressões e morte de civis inocentes sem passagem pela polícia.

E a Veja, nessa história toda?  Nada, não há nada publicado sobre tais fatos atuais na revista, nesse período atual do governo Serra e (nun) Kassab – ou seja, nós cariocas e demais estados brasileiros é que “nun Kassab eremos” de nada,  se ficarmos apenas assistindo às organizações Globo e lendo a revista Veja ( "Veja" o quê? a revista, na verdade, esconde e omite sempre quando lhe convém) jamais saberemos o que se passa na gestão tucana de São Paulo – Por que será ???? Por que não nos informam sobre esse lado macabro do governo paulista??? São "bonzinhos" e querem nos poupar ????? Ou será que, mais uma vez, querem nos empurrar "goela abaixo" um novo Collor da vida??????

Na época da truculência da PM paulista contra os estudantes da USP em 2009, a Veja até publicou uma reportagem, mas o tom da mesma era de “vandalismo” de estudantes manipulados pela CUT e que a “pobre coitada” da PM paulista só estava se “defendendo" contra os vândalos. Hilário.

"Qual é" desses órgãos de imprensa???? Acha que somos otários???? Mais de 8 mil pessoas (entre estudantes, professores e funcionários públicos da USP) todos marionetes de sindicatos??? Não é mais fácil acreditar numa manifestação de uma população instruída, portanto não manipulável, que está insatisfeita com os rumos da política do governo paulista?????

A sociedade tem que estar alerta, pois o risco de fraude nas eleições é fato iminente, ainda mais com a Copa do mundo no meio da corrida presidencial, em que fácil, fácil, se consegue ludibriar um povo alienado. 

Enquanto a “pátria amada” dorme em berço esplêndido, aguardando a Copa do mundo e as famigeradas eleições, alguns “insones” não dormem no ponto, e mostram a cara do Brasil – veja os divertidos (mas premonitórios) vídeos abaixo.
 




sábado, 15 de maio de 2010

Alta fidelidade

Alta fidelidade (“High Fidelity”) – o título desse filme faz alusão a vários significados da palavra – tanto no sentido “hi fi”, ou seja, “alta definição na reprodução de áudio numa aparelhagem de som”, assim como no sentido de “fidelidade aos princípios e costumes”, quando recusa-se a aceitar modernidades, e claro, no seu sentido mais profundo, entre relacionamentos afetivos (ou ao seu antônimo, ou seja, infidelidade).

O filme, dirigido por Stephen Frears (de “Ligações perigosas” e “Os imorais”) e estrelado por John Cusack (também de “Os imorais”, “Quero ser John Malkovich” e Tiros na Broadway”), é uma comédia romântica  inusitada, principalmente porque olha, e se volta, para o universo masculino, expondo tudo que o homem faz questão de esconder, ou seja, suas inseguranças sobre relacionamentos, sexo, traições e o famoso “pé na bunda”.

A história se passa nos anos 90, e o protagonista é dono de uma decadente loja de discos vinis, os famosos LPs, e totalmente avesso à modernidade dos CDs, exige fidelidade no som e nos seus discos e músicas, e passa o tempo todo do filme se questionando quanto aos seus repetidos fracassos amorosos.

John Cusack tem dois amigos/funcionários na sua loja de discos, e o ator Jack Black é um desses amigos lunáticos – sabe aquele amigo pentelho que todo mundo teve que aturar na infância? Pois aí está ele, na pele do ator, que está hilário dentro do personagem – as cenas mais hilárias do filme são protagonizadas por ele.

Jack Black é o sujeito que se esqueceu de crescer, é o gordinho desajeitado (com o famoso “cofrinho” à mostra), que se acha “perito” em rock, e a performance dele, no final do filme, cantando “Let’s get it on” de Marvin Gaye é o máximo.



John Cusack e os dois amigos/funcionários se divertem, durante a monotonia da escassa clientela, enumerando listas de “Top Five” – as cinco músicas prá quando se está na fossa, os cinco “pés na bunda” mais dramáticos que levaram pela vida afora, as cinco melhores (e piores) músicas de todos os tempos e por aí vai.

O protagonista passa o tempo todo do filme falando diretamente para a câmera, quase um confessionário, tentando nos mostrar o porquê de suas separações traumáticas, e curte a fossa nos brindando com o melhor do rock (a outra “estrela” do filme) enquanto tenta entender porque a namorada o deixou e o trocou pelo bicho-grilo Tim Robbins (outro ator que está hilário num papel nada convencional). A cena em que ele fantasia como irá expulsar o fulano da sua loja é hilária.

Bruce Springsteen faz uma ponta como ele mesmo, dando uma “palhinha”, e de quebra, dá uns conselhos amorosos para o personagem de  John Cusack . E o pop-rock  se faz presente nas músicas de Bob Dylan, Fred Mercury, Elvis Costello, Marvin Gaye e termina com a voz de Art Garfunkel cantando "I believe when I fall in love it will be forever" (de Stevie Wonder).



E para ilustrar ainda mais esse texto, assista "a pérola" abaixo em matéria de traição e "pé na bunda" – o programa intitulado "Pretinho básico", de uma rádio do sul, “desfila e destila” as traições femininas, em cada um dos signos do zodíaco, começando pelo meu signo, peixes (realmente não traio, por isso mesmo jamais admito ser traída) e as vozes masculinas, interessadas no tal horóscopo, são uma comédia à parte.



E por falar em top- five, vale uma olhada no programa CQC da Band, com Marcelo Tas, Marco Luque e Rafinha.





domingo, 9 de maio de 2010

À grande família anti-flamenguista

Nos últimos "censos" sobre torcidas de futebol no país, continua em 1º lugar o Flamengo, com 17% da população do país se declarando flamenguista (seguidos de perto pelos corinthianos que respondem por 11%), sendo cerca de 46% da população carioca devota ao time.

Interessante é que todas as outras torcidas do país somam 52% da população (dados retirados também dessas pesquisas), portanto anti-flamenguistas, restando ainda 31% da população que somam os times que têm torcida que não atingem nem 1% da população e os que "não tão nem aí prá futebol".

Portanto, o número de anti-flamenguistas ultrapassa os 51%, mesmo no próprio estado do Rio, assim tá explicado porque meus textos anti-flamenguistas têm feito tanto sucesso, a ponto de internautas (amigos e até desconhecidos) me encaminharem inúmeras paródias hilárias sobre esse time e essa torcida pentelha e inconveniente, que não pude deixar de compartilhar com todos (veja vídeos no fim do texto).

E não é por falta de tentativa (pois até prá falar mal, é preciso assistir a chatices), mas eu não consigo entender como alguém pode se entusiasmar com os "famosos" bate-bolas em mesas redondas sobre futebol.

Os locutores sabem "de cor e salteado" o nome dos 11 jogadores de um determinado time e, "não satisfeitos", decoram também o nome dos 11 reservas, de um ou outro time, com todo o "trava língua" que cabe nesses nomes esdrúxulos, tipo Richarlyson, Wallyson, Werley, e por aí vai, e ainda discutem uns com os outros disputando quem "sabe mais", e chegam a abandonar a mesa "emputecidos' um com o outro. Haja cultura inútil. Quanta baboseira sem fundamento.

Pelo menos, num desses programas, o tempo não é totalmente perdido, é o caso do programa do Paulo "amigão" Soares e Antero Greco, porque  pelo menos esses dois apresentadores são uma "comédia a parte" (veja vídeo hilário das gafes deles no final do texto). 

Agradeço desde já os vídeos que enriqueceram e ilustraram divinamente os meus textos. Divirtam-se, como eu me diverti.






 







sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ainda "Conta comigo" - Carta a um jovem ator

O filme “Conta comigo” (“Stand by me”) não só ficou impregnado na minha memória (como comentei no texto anterior), mas também na de muitos outros, cinéfilos ou não. Sempre insisto que o cinema é a mais completa das artes, nunca é efêmera, porque registra para sempre na telona (e na nossa memória) os sentimentos dos personagens, e como bem disse o cineasta húngaro Stván Szabó: “o cinema é a única de todas as artes que consegue captar para sempre em imagens eternas o rosto, os olhos e as expressões humanas... é como escrever com a câmera”.

No filme “Conta comigo” o ator River Phoenix deixou registrado, para sempre, a sua imagem no personagem do garoto frágil e sensível por trás de uma aparente rebeldia. Na década de 80, época em que o filme foi lançado, assim como eu e muitos outros, também o cantor Milton Nascimento, viu e reviu o filme tantas vezes quanto pôde, fascinado com a história e principalmente com o talento de River Phoenix, e impressionado, acabou escrevendo uma linda canção em homenagem ao ator, intitulada "Carta a um jovem ator". 
 
E, um ano antes da morte do ator (década de 90), Milton decidiu gravá-la, mas queria colocar o nome do River Phoenix no título, e para isso ligou para o mesmo, mas sua família negou por desconhecer o cantor brasileiro. No entanto, quando o ator soube, procurou descobrir de quem se tratava, e coincidentemente ouviu uma música de Milton e tornaram-se fãs/amigos um do outro (o ator inclusive veio ao Brasil conhecer o cantor). Abaixo a letra e o vídeo da música:

 "Se um dia a gente se encontrar/e eu confessar
  Que vi um filme tantas vezes/para desvendar os olhos teus

   E se a gente se falar/contar as coisas que viveu
   O que esperamos do amanhã/será que pode acontecer?

   Pois, paralelo ao personagem/eu quis saber mesmo é de ti
   Queria que fosses feliz/uma água calma a inundar

   A sua margem de carinho/um peito aberto a quem chegar
   Como o teu nome diferente/uma paisagem nos induz

   Uma paisagem de inocência/mas que se sabe e que conduz
   Conduz agora este momento/
   O pensamento e os olhos meus

   Brilhando de emoção e grato/alguém que só te conheceu
   num filme que viu tantas vezes/

   Que este poema aconteceu"

quarta-feira, 5 de maio de 2010

"Conta comigo" ("Stand by me")

Existem filmes que podemos dizer que são "hereditários", nos seguem desde a infância/adolescência, nos marcam, e invariavelmente passam de "pais para filhos". Um desses filmes é "Conta comigo" ("Stand by me").

É a história de um escritor "de volta" a sua infância (papel de Richard Dreyfuss), relembrando seus amigos de "brincadeiras de moleque", seus dramas infanto-juvenis e suas indeléveis experiências da adolescência.

O escritor começa rememorando a sua juventude, com a lembrança de um episódio que marcou a sua adolescência e a de seus jovens amigos – o desaparecimento de um adolescente, que ocorreu na época na sua cidade natal, é o estopim para desencadear uma série de aventuras cheia de emoções, mistérios e medos.

A partir desse episódio, quatro jovens se aventuram na busca do corpo do então adolescente, e a "busca" se repercute muito mais na reflexão da vida de cada um desses meninos do que na morte do adolescente em si. A aventura acaba tornando-se, na verdade, uma jornada de auto-conhecimento e descobertas que os marcaria para sempre.

A história é baseada num romance, intitulado "O corpo", do famoso escritor Stephen King (também autor de famosos romances recheados de suspenses, já imortalizados pelo cinema, como "Carrie, a estranha", "O iluminado", "À espera de um milagre" e "Um sonho de liberdade"). 

São apenas quatro adolescentes, mas você certamente vai se considerar o quinto adolescente da história, tal a sensação de envolvimento e de pertencer àquele grupo de meninos em busca de aventuras.

Porque mesmo rodado nos anos 80, e retratando jovens dos anos 60, todos se reconhecerão naqueles meninos, pois, para qualquer um de nós, qualquer que seja a época, a adolescência é sempre igual, é o mesmo medo de crescer e de ter que enfrentar a chegada da vida adulta que a infância cisma em nos abandonar.

Um dos meninos é protagonizado pelo ator River Phoenix que faz o papel de um menino rebelde que, num dado momento, retira a máscara de pretensa rebeldia, revelando-se frágil diante da vida e de todos.

Revendo o filme, a sensação de estranhamento (quase uma premonição - veja o filme e entenderás), com a fragilidade do personagem por trás da máscara de rebeldia, é ainda maior, pois o ator (que tinha em torno de 14 anos na época do filme), por volta dos vinte e poucos anos, morreu subitamente após sair de uma boate (depois de participar de "Indiana Jones e a última cruzada” – ele foi o Indiana jovem) em condições estranhas, pois era tido como vegetariano e aparentemente não usava drogas (mas houve boatos de overdose, depois confirmada). Ele era um dos irmãos do ator Joaquim Phoenix (de "A vila" e  também "O gladiador" ao lado de Russel Crowe).

É um filme eterno e etéreo, qualquer geração, seja dos anos 60, 80 ou da geração do atualíssimo e globalizado século XXI, todos, sem exceção, se reconhecerão nesses meninos em busca de sua identidade, seus desejos, seus medos e seus sonhos de adolescentes.

E a música famosa que dá nome ao filme ("Stand by me"), na voz do Ben E. King, foi depois imortalizada pelo John Lennon, e virou recentemente brincadeira para o desenho animado "Timão e Pumba" (veja trailer do filme e a música com John Lennon e no desenho animado no fim do texto).

Não deixe de ver, e aproveite e "transmita hereditariamente" para os seus. Vale a pena. As gerações agradecerão o presente.










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