Prá mim, “homem comprometido é como gay.....não rola” (nada contra os gays, é óbvio, mas a comparação é pertinente). Muitos insistirão “não digas que dessa água não beberás”, mas eu me garanto, não por preconceitos ou por falsa moral, não é isso, não se trata disso, mas é porque homem comprometido me é “anti-tesão” – explico melhor – na verdade, o que me estimula numa relação é saber que sou exclusiva, que sou alguém especial para um “certo alguém” também especial e exclusivo prá mim.
Meu entusiasmo por alguém depende de eu me sentir “o objeto de desejo” do outro, e prá isso (e por isso) não dá prá dividir com ninguém, minha auto-estima e meu amor-próprio me impulsionam para a soberania, tenho que me sentir única, exclusiva, senão..... não rola, meu entusiasmo vai a zero se eu descobrir que fui preterida, minha libido desaparece, fico "assexuada" só de imaginar que deixei de ser, mesmo que por instantes, o centro da atenção do outro (e ninguém consegue esconder uma traição por muito tempo, só não enxerga quem não quer) – para mim, qualquer desatenção, "faça não, pode ser a gota d'água".
Tenho a mesma dificuldade que, em geral, impede um homem de perdoar traição da parceira, acho humilhante tanto para o homem quanto para a mulher. A sociedade aceita que a mulher perdoe a traição masculina como se fosse natural, biológica (bem conveniente para os homens), mas dificilmente aceita o contrário, que o homem perdoe a mulher traidora – ele logo é rotulado de “corno manso” e estigmatizado pela sociedade.
A mulher, ao contrário, aceita o traidor de volta ao lar como um "prêmio de consolação", afinal ela “venceu” a rival (Será? Ou é melhor fechar os olhos e não enxergar?). A mulher ainda é muito submissa e subjugada ao homem. Em geral, a mulher "perdoa" o traidor, mas a humilhação interior, a “navalha na carne” do seu íntimo, no seu amor-próprio é a mesma para ambos os sexos, porque zera a auto-estima, a autoconfiança, faz o traído se sentir menosprezado, menos amado, menos merecedor.
Tive uma amiga (é bem verdade que "ex-amiga", pois a mesma não gostava de ouvir verdades) que não contratou uma empregada doméstica, porque a mesma era "mais bonita que ela", e ela ainda disse isso para a fulana, alegando que não poderia deixá-la perto do marido - custei a acreditar que ela tenha se humilhado a esse nível, e ela virou ex-amiga porque eu retruquei, rindo (na verdade, não me contive e gargalhei), dizendo que eu não hesitaria em contratar a empregada, e com certeza eu despacharia o marido se ele se "engraçasse" pela fulana, porque, prá mim, homem que trai e ainda com um QI baixo está nesse mesmo nível intelectual, portanto fora do meu alto padrão de qualidade.
Ao contrário do que vêm "pregando" muitas mulheres – "traição com traição se paga" – eu não concordo em "pagar na mesma moeda". Ao contrário, meu lema "anarquista" sempre foi "não faça com os outros, o que não deseje para si próprio", assim mimha esperança é que, um dia, todas as mulheres traídas e humilhadas, não mais aceitarão de volta o traidor, e só assim seremos respeitadas, não como mulheres, mas como seres humanos que somos, em igualdade e dignidade, pois a dor da traição é a mesma, independente de raça, sexo ou cor.
Mas, enquanto isso não acontece, a ciência nos serve de consolo (vide o texto "Infidelidade masculina e QI baixo") pois confirma o que eu sempre prezei num relacionamento, jamais aceitar traição, pois prá mim, a relação nunca mais será a mesma, a confiança fica eternamente abalada, e aceitar um traidor de volta, além de humilhante, significa ganhar de brinde um "neanderthal" que continuará fatalmente "pulando a cerca". Como já disse e repito, homem cafajeste, predador e traidor, prá mim, pertence ao período mais arcaico e inferior da escala evolutiva da espécie humana, portanto não serve nem prá limpar o cocô do meu cachorro (que eu nem tenho).
Não adianta, são gerações atrás de gerações, revoluções sexuais, “queima de soutiens” e continuamos a procura do “romance ideal”. O filme do Woody Allen, o alegre e aparentemente descompromissado “Vicky Cristina Barcelona” (veja trailer no final do texto) é o exemplo fiel disso. A personagem Cristina (papel de Scarlett Johansson), "teoricamente" livre para experimentações sexuais e relacionamentos "abertos", inicialmente se deixa levar e aceita participar de um triângulo amoroso (com o libertário e sedutor Javier Bardem e a ciumenta e tempestiva Penélope Cruz), mas percebe que, apesar de sua natureza inconstante, acaba voltando para o individualismo, representado pela “busca” solitária por um romance ideal e exclusivo. No fundo, ninguém quer ser a "2ª opção" ou "vice" num relacionamento.
Em “Vicky Cristina Barcelona”, Woody Allen, mesmo despretensioso, continua (como nós) intrigado com relacionamentos, já na abertura com a letra da música “Barcelona” que diz: “Por que tanto perder-se/Tanto buscar-se/Sem encontrar-se?.... Não encontro a razão, porque me dói o coração?", tentando compreender porque insistimos nesses “irracionais, malucos e absurdos relacionamentos”,
como ele mesmo diz na cena final de “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (leia sobre esse filme, aqui no blog, no texto “Coisas que valem a pena viver” em fev/2010) em que ele lembra uma piada antiga – um homem diz a um psiquiatra: "Doutor, meu irmão é maluco, ele pensa que é uma galinha". O médico diz: "Então, porque você não o interna?". Ao que o homem responde: "Bem, eu o internaria, mas acontece que preciso dos ovos".
E Woody Allen conclui com a brilhante reflexão: "Assim é como me sinto sobre relacionamentos, eles são completamente irracionais, malucos, absurdos, mas continuamos insistindo porque a maioria de nós precisa dos ovos".
Meu entusiasmo por alguém depende de eu me sentir “o objeto de desejo” do outro, e prá isso (e por isso) não dá prá dividir com ninguém, minha auto-estima e meu amor-próprio me impulsionam para a soberania, tenho que me sentir única, exclusiva, senão..... não rola, meu entusiasmo vai a zero se eu descobrir que fui preterida, minha libido desaparece, fico "assexuada" só de imaginar que deixei de ser, mesmo que por instantes, o centro da atenção do outro (e ninguém consegue esconder uma traição por muito tempo, só não enxerga quem não quer) – para mim, qualquer desatenção, "faça não, pode ser a gota d'água".
Tenho a mesma dificuldade que, em geral, impede um homem de perdoar traição da parceira, acho humilhante tanto para o homem quanto para a mulher. A sociedade aceita que a mulher perdoe a traição masculina como se fosse natural, biológica (bem conveniente para os homens), mas dificilmente aceita o contrário, que o homem perdoe a mulher traidora – ele logo é rotulado de “corno manso” e estigmatizado pela sociedade.
A mulher, ao contrário, aceita o traidor de volta ao lar como um "prêmio de consolação", afinal ela “venceu” a rival (Será? Ou é melhor fechar os olhos e não enxergar?). A mulher ainda é muito submissa e subjugada ao homem. Em geral, a mulher "perdoa" o traidor, mas a humilhação interior, a “navalha na carne” do seu íntimo, no seu amor-próprio é a mesma para ambos os sexos, porque zera a auto-estima, a autoconfiança, faz o traído se sentir menosprezado, menos amado, menos merecedor.
Tive uma amiga (é bem verdade que "ex-amiga", pois a mesma não gostava de ouvir verdades) que não contratou uma empregada doméstica, porque a mesma era "mais bonita que ela", e ela ainda disse isso para a fulana, alegando que não poderia deixá-la perto do marido - custei a acreditar que ela tenha se humilhado a esse nível, e ela virou ex-amiga porque eu retruquei, rindo (na verdade, não me contive e gargalhei), dizendo que eu não hesitaria em contratar a empregada, e com certeza eu despacharia o marido se ele se "engraçasse" pela fulana, porque, prá mim, homem que trai e ainda com um QI baixo está nesse mesmo nível intelectual, portanto fora do meu alto padrão de qualidade.
Ao contrário do que vêm "pregando" muitas mulheres – "traição com traição se paga" – eu não concordo em "pagar na mesma moeda". Ao contrário, meu lema "anarquista" sempre foi "não faça com os outros, o que não deseje para si próprio", assim mimha esperança é que, um dia, todas as mulheres traídas e humilhadas, não mais aceitarão de volta o traidor, e só assim seremos respeitadas, não como mulheres, mas como seres humanos que somos, em igualdade e dignidade, pois a dor da traição é a mesma, independente de raça, sexo ou cor.
Mas, enquanto isso não acontece, a ciência nos serve de consolo (vide o texto "Infidelidade masculina e QI baixo") pois confirma o que eu sempre prezei num relacionamento, jamais aceitar traição, pois prá mim, a relação nunca mais será a mesma, a confiança fica eternamente abalada, e aceitar um traidor de volta, além de humilhante, significa ganhar de brinde um "neanderthal" que continuará fatalmente "pulando a cerca". Como já disse e repito, homem cafajeste, predador e traidor, prá mim, pertence ao período mais arcaico e inferior da escala evolutiva da espécie humana, portanto não serve nem prá limpar o cocô do meu cachorro (que eu nem tenho).
Não adianta, são gerações atrás de gerações, revoluções sexuais, “queima de soutiens” e continuamos a procura do “romance ideal”. O filme do Woody Allen, o alegre e aparentemente descompromissado “Vicky Cristina Barcelona” (veja trailer no final do texto) é o exemplo fiel disso. A personagem Cristina (papel de Scarlett Johansson), "teoricamente" livre para experimentações sexuais e relacionamentos "abertos", inicialmente se deixa levar e aceita participar de um triângulo amoroso (com o libertário e sedutor Javier Bardem e a ciumenta e tempestiva Penélope Cruz), mas percebe que, apesar de sua natureza inconstante, acaba voltando para o individualismo, representado pela “busca” solitária por um romance ideal e exclusivo. No fundo, ninguém quer ser a "2ª opção" ou "vice" num relacionamento.
Em “Vicky Cristina Barcelona”, Woody Allen, mesmo despretensioso, continua (como nós) intrigado com relacionamentos, já na abertura com a letra da música “Barcelona” que diz: “Por que tanto perder-se/Tanto buscar-se/Sem encontrar-se?.... Não encontro a razão, porque me dói o coração?", tentando compreender porque insistimos nesses “irracionais, malucos e absurdos relacionamentos”,
como ele mesmo diz na cena final de “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (leia sobre esse filme, aqui no blog, no texto “Coisas que valem a pena viver” em fev/2010) em que ele lembra uma piada antiga – um homem diz a um psiquiatra: "Doutor, meu irmão é maluco, ele pensa que é uma galinha". O médico diz: "Então, porque você não o interna?". Ao que o homem responde: "Bem, eu o internaria, mas acontece que preciso dos ovos".
E Woody Allen conclui com a brilhante reflexão: "Assim é como me sinto sobre relacionamentos, eles são completamente irracionais, malucos, absurdos, mas continuamos insistindo porque a maioria de nós precisa dos ovos".
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