Se existe alguma coisa que “não podemos deixar de fazer (ou de assistir) antes de morrer”, uma delas é sermos “apresentados” aos irmãos Marx, os hilários “Marx Brothers”, famosos comediantes dos anos 30, que até hoje são imitados pelos grandes humoristas da atualidade. Não conhecê-los é, para mim, uma “perda irreparável”.
É difícil não se render ao talento desses comediantes (meus filhos adolescentes adoram), e há pouco tempo “apresentei-os” a um sobrinho pré-adolescente que inicialmente relutou em ver (o comentário nada animador dele foi: “em preto e branco, e ainda dos anos 30, sem efeitos especiais, titia?”), mas acabou se rendendo, e gostou tanto a ponto de me “pentelhar” querendo mais e mais cenas dos famosos irmãos.
É difícil não se render ao talento desses comediantes (meus filhos adolescentes adoram), e há pouco tempo “apresentei-os” a um sobrinho pré-adolescente que inicialmente relutou em ver (o comentário nada animador dele foi: “em preto e branco, e ainda dos anos 30, sem efeitos especiais, titia?”), mas acabou se rendendo, e gostou tanto a ponto de me “pentelhar” querendo mais e mais cenas dos famosos irmãos.
Nova-iorquinos, filhos de imigrantes judeus, inicialmente eram cinco músicos que se apresentavam nas noites do Brooklin tocando (piano, violão e harpa) e cantando junto com a mãe, mas apenas três deles (Harpo, Chico e Groucho) ficaram conhecidos como comediantes.
Tudo começou quando, durante os seus números musicais, ”rolava” um pouco do potencial cômico da “trupe”, e o público aprovou, então resolveram incluir nas apresentações musicais alguma comédia incidental (seriam os precursores da comédia “stand up” de hoje), fizeram sucesso, foram para o teatro e chegaram finalmente ao cinema.
Nos filmes, em geral sob a forma de musicais ingênuos (onde exibiam também seus talentos vocais e instrumentais) faziam tipos bem marcados: Groucho com seu bigode e sobrancelhas vastos (“reforçados” na verdade por pintura extra) e o seu famoso “andar de pato”, em geral fazia papel de um impostor volúvel e galanteador incorrigível, sempre “agarrado” ao seu charuto; já o Chico sempre como o malandro simpático e seu falso sotaque italiano; e o Harpo, o “mudinho” (na verdade não era mudo), sempre gaiato e um tanto quanto tarado.
Ficaram famosos nos anos 30 e permaneceram na mídia por mais de 30 anos, devido a brilhante inventividade desses irmãos, que eram fervorosos críticos humorísticos aos costumes e ao modo de vida dos americanos. Com um aguçado e bizarro senso de humor “azucrinavam”, literalmente “tocando o terror” satirizavam a alta sociedade e a hipocrisia americana, mas tudo muito bem “camuflado” dentro de uma comédia musical que passava levemente pelo pastelão.
A famosa “gag” dos espelhos é impagável – Harpo e Chico se vestem como Groucho e o “imitam” num falso espelho – a cena hilária e divertida faz parte do filme “Duck Soup” (no Brasil “Diabo a quatro”).
Esta cena do falso espelho já foi imitada por vários comediantes (inclusive a cena já foi montada em pleno metrô de Nova York com gêmeos idênticos - assista “Human mirror” no final do texto) e até em desenhos animados (em “Family guy” com o menino do desenho e ninguém menos que... Hitler... kkk).
A famosa “gag” dos espelhos é impagável – Harpo e Chico se vestem como Groucho e o “imitam” num falso espelho – a cena hilária e divertida faz parte do filme “Duck Soup” (no Brasil “Diabo a quatro”).
Esta cena do falso espelho já foi imitada por vários comediantes (inclusive a cena já foi montada em pleno metrô de Nova York com gêmeos idênticos - assista “Human mirror” no final do texto) e até em desenhos animados (em “Family guy” com o menino do desenho e ninguém menos que... Hitler... kkk).
Com suas gags e situações cômicas se tornaram ídolos de grandes celebridades de outrora e da atualidade, tendo até hoje “seguidores fiéis”, tais como Robin Willians, Billie Cristal, Woody Allen, Jerry Seinfeld (o humorista já recriou a cena do “cômodo apinhado de gente” em um dos episódios de sua série “Seinfeld”, no canal Sony Entertainment Television – ele adaptou a cena original da cabine de um trem (abaixo), para um cubículo de zelador de um prédio (no final do texto).
E até o Jô Soares já imitou a famosa “dança” das mãos ao piano, cena em que Chico e Harpo “arrasam” ao piano, brincando com as quatro mãos, inclusive tocando “mamãe eu quero”, da nossa famosa Carmem Miranda (que inclusive participou de alguns filmes deles).
Groucho era o mentor intelectual do grupo, se caracterizou pela irreverência e humor perspicaz. É dele a famosa frase (repetida por Woody Allen em “Annie Hall”, que já comentei): “eu não frequento clubes que me aceitem como sócio”. Quando por exemplo uma fã o cumprimentou com o usual ”prazer em conhecê-lo” ele respondeu: “me conheço há anos e nunca tive nenhum prazer nisso”.
Suas tiradas inesperadas recheiam os seus filmes, como numa das cenas em que Groucho pede ao garçom uma laranjada. O garçom diz que não tem. Groucho então pergunta se têm pato com laranja. O garçom responde que sim. Groucho fulmina: "Então esprema o pato e me traga a laranjada".
No seu programa de TV perguntou a uma mulher o porquê de tantos filhos, ao que ela responde “adoro crianças e amo meu marido”, e ele imediatamente dispara: “eu também amo meu charuto, mas de vez em quando, eu o tiro da boca”.
No seu programa de TV perguntou a uma mulher o porquê de tantos filhos, ao que ela responde “adoro crianças e amo meu marido”, e ele imediatamente dispara: “eu também amo meu charuto, mas de vez em quando, eu o tiro da boca”.
O que Groucho realmente tinha de único, era o talento para unir um gênero caótico de comédia à habilidade para demolir tudo o que cheirasse a autoridade – fosse ela qual fosse.
E, se hoje cansamos de ouvir “...se hay govierno, hay poder, hay ... soy contra” devemos ao talento deste comediante pois é dele a máxima “I don’t know what they have to say, it makes no difference, anyway, wathever it is, I’m against it”. Groucho, o irreverente “anarquista” (não é a toa que eu, como “adorável anarquista”, adoro este falecido comediante).
E, detalhe, sempre atual, recentemente em dezembro de 2009, o partido republicano conservador americano adaptou a cena do Groucho, “I’m against”, para se posicionar contra a reforma da saúde de Obama nos EUA.
E, se hoje cansamos de ouvir “...se hay govierno, hay poder, hay ... soy contra” devemos ao talento deste comediante pois é dele a máxima “I don’t know what they have to say, it makes no difference, anyway, wathever it is, I’m against it”. Groucho, o irreverente “anarquista” (não é a toa que eu, como “adorável anarquista”, adoro este falecido comediante).
E, detalhe, sempre atual, recentemente em dezembro de 2009, o partido republicano conservador americano adaptou a cena do Groucho, “I’m against”, para se posicionar contra a reforma da saúde de Obama nos EUA
Assim, não deixem de conferir, o talento único desses geniais músicos comediantes. Os melhores filmes são “Duck Soup (“Diabo a quatro”) e “A night at the opera”, mas há cenas hilárias em praticamente todos os filmes dos irmãos.
E no filme “Todos dizem eu te amo” (trailer no fim do texto), Woody Allen fez uma bela e divertida homenagem aos musicais de outrora (com os atores Alan Alda, Julia Robert, Edward Norton tentando “desesperadamente” imitar, sem conseguirem, e por isso mesmo hilário, de Fred Astaire a Gene Kelly), e aproveita para homenagear os famosos irmãos, vestindo todo o elenco do filme, numa festa, como um deles (o Groucho Marx com o famoso bigode e sobrancelhas).
E Allen intitula a sua película com o nome da famosa música “Everybody says I love you” (que ele coloca na abertura e no final do filme) que é de autoria dos irmãos Marx.
Mesmo em preto e branco - e até por isso genial, pela originalidade, sem os efeitos especiais dos dias de hoje, apenas pura criatividade - eles continuam divertidíssimos e ingenuamente (mas nem tanto) irreverentes. E mais uma vez repito, eles eram impagáveis.
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