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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"Quase famosos" - o filme

"Quase famosos" ("Almost famous") - a história se passa nos anos 70, no despontar das grandes bandas de rock, que até hoje influenciam os jovens de hoje e de outrora (ainda mais com a carência e a pobreza musical dos tempos atuais), e o filme conta o envolvimento e fascínio de um adolescente, um aspirante a jornalista, apaixonado pelo rock, escalado para acompanhar uma banda em ascensão - o diretor Cameron Crowe mescla um pouco da sua própria história de adolescente, ele foi repórter mirim da revista "Rolling Stones" e participou de uma das turnês do Led Zeppelin.

O filme é puro saudosismo, como não se encantar (e rememorar) diante da expressão memorável do ator adolescente, quando ganha da irmã (que, escondida da mãe, sussurra em seu ouvido "It'll set you free") os discos em vinil e suas famosas capas? Lá estão Jimmy Hendrix, Beach Boys, Joni Mitchel, Bob Dylan, Led Zepellin, The Who - esse último o vinil da trilha sonora do filme "Tommy", a famosa ópera-rock com Roger Daltrey, Elton John e Eric Clapton - e enquanto a gente se delicia com a cena, ouve-se ao fundo as vozes da dupla Simon and Garfunkel cantando "America".

Os atores estão em perfeita harmonia - Frances McDormand (do também excelente "Fargo" dos irmãos Coen) como sempre excepcional no papel da mãe suuperprotetora - e quem de nós, pais, não se viu no lugar dela? Orgulhosa e temerosa ao mesmo tempo. Philip Seymor Hoffman (do também excelente "Magnólia" e "Capote") interpreta o verdadeiro Lester Bangs, um dos críticos de música mais respeitados daquela época. E Kate Russel (linda com os cabelos cacheados e óculos anos 70 a la "Mr John Lennon x Mr Elton John") está cativante como a "Penny Lane" (aqui mais uma homenagem do diretor - a famosa música sobre a não menos famosa rua da Liverpool dos Beatles). 

O filme retrata os bastidores de uma época em que o mundo se viu diante de mudanças radicais na música e nos costumes, uma época em que as drogas foram retratadas de maneira quase romântica. De uma forma sutil, assiste-se ao início da  decadência do rock, quando percebe-se que "a coisa" de repente estava virando "apenas um negocio lucrativo". E por trás da história do rock, assiste-se aos conflitos, paixões e angústias de todo jovem adolescente ao descobrir e trilhar o mundo dos adultos.

A cena mais marcante do filme acontece dentro do ônibus da turnê da banda, onde a música "Tiny dancer", do Elton John, cantada em coro pelo grupo, consegue desfazer as caras amarradas dos integrantes da banda brigados entre si, e termina com o adolescente comentando com a Penny Lane que precisava voltar prá casa e esta o silencia com "you are home" (veja a cena do filme no final do texto). 

A trilha sonora é um desbunde, ela não te larga, te segue pelas ruas na saída da sessão, de repente você sem perceber se vê cantarolando no meio da multidão na volta prá casa (ou no caso do DVD quando revi o filme, me vi rodopiando sozinha em frente ao meu grande espelho da minha sala de estar) - "Tangerine" do Led Zeppelin, "The wind" com a voz suplicante e envolvente do Cat Stevens, "River, de Joni Mitchel (vídeo, no final do texto, na voz de Sarah Mclachlan) e de novo Elton John com a bela "Mona Lisa and mad hatters" e tem muito, muito mais. Imperdível.



















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