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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Corpo Fala

Tempos atrás, num bate-papo prá lá de filosófico e psicológico, fui "apresentada" ao livro "O corpo fala" por um sobrinho (que "amo de paixão" e que é um dos meus "seguidores"), estudante de psicologia, e é desse interessante livro que me propus a falar.

"O corpo fala" de Pierre Weil e Roland Tompakow (editora Vozes) tem como subtítulo "a linguagem silenciosa da comunicação não verbal", e aborda de uma maneira didática e divertida (através de desenhos em quadrinhos) a complexa relação interpessoal da sociedade moderna contemporânea.

Mesmo sem nunca ter lido o tal livro (ou qualquer outra leitura parecida), como sou muito observadora, eu já há muito tempo (acho que desde menina) percebia nas expressões corporais o reflexo do nosso íntimo, sem necessidade de verbalizá-lo, e ao contrário, como bem explica o livro, muitas das verbalizações não refletem o nosso verdadeiro "eu" interior.

A criança, na sua total inocência e na sua natural "mudez" do início da vida, talvez esteja na única fase da vida em que o ser humano expressa naturalmente todo o seu íntimo com as suas expressões corporais - se estiver com raiva ou chateada, a criança faz bico, franze a testa; se estiver feliz, a criança sorri e se "desmonta" em gargalhadas, em qualquer lugar, e como bem "entender".

Mas a sociedade nos impõe situações que, aos poucos, vamos aprendendo a dissimular, muitas vezes não queremos deixar transparecer nossos sentimentos, e assim tentamos (mas nem sempre convencemos, pois o "corpo fala") dissimular com falsas palavras, para despistarmos nossos sentimentos, nosso íntimo.

O livro mostra também como a linguagem corporal pode nos "trair"; por exemplo, podemos dizer "sim" verbalmente, mas o corpo pode estar "comunicando" sutilmente um "não", e vice-versa, e para perceber tudo isso, é só prestar atenção nos detalhes corporais - mãos, pés, postura, semblante.

O livro nos coloca como "detetive" do íntimo das pessoas (e o nosso próprio) analisando o comportamento pessoal e interpessoal (através dos gestos corporais do indivíduo) dentro de uma sociedade - sentimentos de culpa, de repressão, de desconfiança, de firmeza ou fraqueza, de medo, e outros; todos estão lá "gritando", refletidos na postura do nosso corpo.

Outra abordagem interessante do livro é sobre relacionamentos amorosos - ah, o amor - o autor compara nosso corpo com o de uma esfinge, a "esfinge dos egípcios", que era composta de quatro partes: um corpo de boi, tórax de leão, asas de águia e cabeça de homem.

A parte boi da esfinge seria nossa vida intuitiva e vegetativa, a parte leão seria nossa vida emocional, a parte águia seria nossa vida mental (espiritual e intelectual) e a parte cabeça de homem seria o conjunto das três - a consciência e domínio dos três "bichos" que compõem nosso "eu".

O amor então acontece quando nossos "três bichos" entram em harmonia com outros "três bichos", e se um dos nossos três bichos não estiver harmônico com o de nosso parceiro, haveria atrito em alguma fase da vida e a relação não vingaria.

Muito interessante a abordagem do livro, vale a pena lê-lo, é de grande ajuda no entendimento das nossas tão conturbadas relações interpessoais (no trabalho, na família, no amor) dos dias de hoje. Eu recomendo.  

Em tempo: é claro que nem sempre a mensagem do corpo é a real, e podemos interpretar erroneamente tais mensagens - os vídeos (no final do texto) mostram como o "corpo fala", e como o corpo pode produzir várias interpretações errôneas, dependendo do contexto (kkk).







domingo, 25 de outubro de 2009

A lista negra

Ela tinha uma "lista negra". Enumerados, estavam lá todos os que ela jamais deixaria entrar na vida dela, primeiro os cafajestes e predadores, depois os machistas, a seguir os indecisos. Ele a tinha na lista "boa" dele - ela não sabia,  mas estava "cotada" como uma pretendente "em potencial".

Eram amigos, se admiravam mutuamente, relacionamentos antigos já desfeitos há mais de dois anos, eles estavam solteiros quando se envolveram. Da amizade surgiu a paixão - dela com certeza, e dele? Parecia paixão, mas ela não tinha certeza.

De repente, o passado voltou insistentemente a bater na porta dele. Ela enterrou o passado, e ele? Por que deixou o passado entre eles? Queria mesmo reviver aquele passado ou tinha medo de um novo futuro? O presente não bastava?

Indeciso, ele não fazia uma escolha - reviver o passado, curtir o presente, apostar no futuro? Ela não suportou a indecisão dele. Ela não iria nunca ficar nos "bastidores", ela foi feita prá brilhar "sob holofotes". Ela achou que finalmente tinha encontrado "o homem ideal". Mas não, ele não a defendeu de tudo e de todos. Ele falou em "olhar nos olhos", mas não tinha olhos só prá ela e nem "sorriu" prá ela, diante dos amigos.

Então ela decidiu por ele. Desistiu do presente, deixou-o prá trás com seu passado, e apostou no futuro com alguém decidido a trilhar com ela um novo horizonte. Hoje não são mais amigos, ele agora está na "lista negra" dela. Prá sempre? Quem sabe? Só o tempo dirá.

sábado, 24 de outubro de 2009

Cinema Paradiso

Sempre que vejo um belo filme, tenho ímpetos de compartilhar minha emoção com o maior número possível de pessoas, tal meu fascínio pela sétima arte. "Cinema Paradiso" (trailer no final do texto) é uma dessas emoções, que continua a me encantar, não importa quantas vezes eu o reveja (perdi a conta).

O filme é uma verdadeira homenagem ao cinema (lá estão Ingrid Bergman, Clark Gable, Rodolfo Valentino, Brigite Bardot, Rita Hayworth e muito mais). O cineasta italiano Giuseppe Tornatori conta a sua própria história de amor ao cinema, praticamente autobiográfica, como um garoto apaixonado pela "telona" desde a infância, numa pequena cidade do interior da Itália (logo após o término da 2ª guerra mundial e anos antes da chegada da "telinha"), onde a vida se passava dentro da sala de cinema - qualquer semelhança, com qualquer cidade do interior, de qualquer país, não é mera coincidência. 

Enquanto escrevo, me inspiro ouvindo as músicas magistrais do filme, magníficas melodias instrumentais do compositor italiano Ênio Morricone, e relembro a cena final antológica do cineasta hipnotizado (e nós também) pelas belas cenas "emendadas" pelo projecionista Alfredo (personagem do talentoso ator Philippe Noiret), como um presente eterno para o menino Totó, e invariavelmente, assim como o pequeno cineasta, agora adulto, eu também me pego com os olhos marejados, não importa quantas vezes eu reveja a cena. 

E a trilha sonora é tão envolvente que sempre que a ouço, fico literalmente arrepiada, tal a emoção que me remete cada música à lembrança das belas cenas do filme.

Também na minha cidade, no interior, o cinema era o grande protagonista das nossas vidas (já existia a telinha na minha adolescência, mas ainda o cinema não tinha sido "engolido" por ela, isso só aconteceu depois, com a chegada dos video-cassetes e DVDs), e ali era o ponto de encontro das turminhas da escola, e assim como no filme, nos reuníamos para "guerrinhas de pipoca doce", enquanto aguardávamos o apagar das luzes, e enfim a emoção, os risos e os aplausos de toda a platéia diante daquela impressionante telona.

Até hoje, quando vou ao cinema (só curto os pequenos e "poeirentos", que infelizmente estão acabando, deve ser saudosismo, com certeza), me sinto tal qual a personagem do filme do Woody Allen, "A rosa púrpura do Cairo" - literalmente me sinto como fazendo parte da história, dentro da telona, vivenciando os personagens, e quando acende as luzes e acaba a "magia", tenho sempre que me perguntar "quem sou eu? onde estou?", para só então me "situar" e voltar à realidade do mundo lá fora.

Senti a mesma dor dos personagens, quando da demolição do "cinema paradiso" da minha cidade (um lindo prédio de estilo colonial, que foi demolido, para dar lugar a um "moderno" banco, era a "chegada do progresso" na minha cidadezinha do interior), mas diferente dos personagens do filme, que estão envelhecidos e "desencantados", eu tinha ainda a juventude e a esperança que impulsiona a adolescência, mas mesmo assim aquilo me marcou para sempre.

"Cinema Paradiso" é um filme que todo mundo se identifica um pouco, seja pela inocência da infância, seja pelos anseios e paixões da adolescência, seja pelos desafios e amarguras da vida adulta, e claro, pela bela homenagem ao cinema. É um filme para toda a vida. Para ver e rever. Magistral.

Em tempo: Infelizmente, a tentativa de reencontro do casal da bela história de amor adolescente, foi decepcionante, na "versão original estendida".











terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cantadas

As cantadas tendem a ser agradáveis se sutis, sem termos pejorativos ou vulgares, do contrário soam ofensivas e extremamente desagradáveis. 

Tem aquelas cantadas interessantes (ótimas para o ego) em que o cara, sutilmente, como quem não quer nada e te aborda na rua, e invariavelmente a gente olha porque aparentemente o sujeito quer apenas uma informação.

Por exemplo, já fui abordada com um "ei, você pode ver, para mim, esse endereço?" e, naturalmente, olhei para ajudar o "desesperado" e um amigo a encontrarem o tal "endereço", e eis que o fulano então completa a frase: "o endereço de toda essa saúde", e o amigo ainda finaliza: "e que saúde!!!". Saio séria, para não dar a ele o direito de persistirem com a brincadeira, mas... que faz um bem, lá isso faz.

As cantadas podem ser bem-vindas se de bom gosto, e quando vindas de um estranho na rua, "tá garantido" o nosso sucesso com o outro sexo. Uma cantada que "massageou meu ego" foi há pouco tempo, na rua, andando a pé, recebo "do nada", um "uau...parabéns", não entendo o entusiasmo do sujeito, que então completa: "parabéns pelas belas pernas". O máximo, esta.

Outra cantada, também charmosa, sobre as minhas pernas, na rua: "que tal desfilar essas belas pernas na passarela da minha casa?" Não tive mais dúvidas, tenho que aceitar meu "título honorário" de possuir belas pernas, já que repetidamente confirmado não só por amigos e conhecidos, mas também por estranhos na rua.

Uma cantada que já li (nunca recebi uma dessas): o cara aborda a garota num bar, tira com a mão o gelo de sua própria bebida, joga-o no chão e pisa no gelo, espatifando-o, e então solta essa: "agora que quebrei o gelo, podemos conversar?". Soa divertida e irresistível, não dá para não deixar o papo rolar (dependendo do tipo que a pronuncia, é claro).

Tem as cantadas vulgares, com palavras chulas, que nem dá para repetir ou comentar, em geral vindas de canteiros de obras (por isso procuro atravessar para o outro lado da rua, antes de passar por um deles) ou dos famosos "homens em pé" que vemos por aí, nos botecos tipo "pé sujos", com um copo (de geléia) de cerveja na mão, em plena luz do dia, ou então vindas daqueles que nos abordam ostensivamente, nas boates, feito moscas varejeiras (irc).

E pior, tem os que não se dão por vencido, começam com cantadas, em geral manjadas, fraquíssimas, que não colam, e ao invés do sujeito, sutilmente, "sair de fininho", continua investindo grosseiramente, agora já com palavras ofensivas, típicas de quem "joga e não sabe perder". Esses são os mais ridículos, pois mostram o quanto são "losers".

Ou seja, cantada é para conquistar, portanto tem "hora certa, pessoa certa e momento certo" (assista vídeo abaixo - kkkk ), e muito cuidado com as respostas, porque dá direito a réplicas e  tréplicas, que podem descambar para baixaria, portanto diante de cantadas fracas ou de gosto duvidoso, meu conselho é ignorar, o "loser" acaba desistindo e vai "cantar" em outra freguesia.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O início do fim

Foi o início do fim. Ela ainda não sabia, mas aquela frase marcaria o início do fim. "Depois de 15 anos, é só chute na bunda". Ela não podia acreditar no que acabara de ouvir. Ainda pasma, se negava a crer que aquela frase tinha vindo dele. Logo ela, que sempre confessava pros amigos: "parece que nos casamos ontem". Por que ele disse aquilo? Por quê??? Prá ser engraçado? Tinha vergonha de declarar-se ainda apaixonado depois de tanto tempo?

Não, não era isso. De uns tempos prá cá, andava sarcástico, quase ferino. Só ouvia os amigos "fakes". Não havia mais elogios, só cobranças. Motivo? Ela não lhe dava mais a devida atenção, dizia ele. Não era verdade. Ela ainda o amava, mas agora tinha os filhos, a carreira. Ele não suportava vê-la dividida. Queria-a só prá ele. As crises existenciais surgiram para ele e para ela. Viver assim, feito gato e rato?

Nunca fora assim. Entendiam-se. Completavam-se. Amavam-se. Mas agora....  filhos adolescentes, mais crises.....tomaram rumos opostos, na vida, na profissão, na educação dos filhos, nos valores - prá ele materiais, prá ela emocionais - foram se afastando, o amor foi indo embora pouco a pouco, junto foi-se a admiração, o respeito e a harmonia, ele não mais a defendia de tudo e de todos. Ele não fazia mais questão das coisas a dois. Ele dizia cansado de ser "cordeirinho". E ela, não tinha sido também "cordeirinha" até então?

Não houve traição. De nenhum dos dois lados. A única traição foi ele ter quebrado a promessa de "crescer" juntos, de compartilhar alegrias e (principalmente) tristezas - ele não teve maturidade prá superar as tristezas que a vida (e a morte) nos reserva - até que a "morte" os separe. A "alma imoral" dela não suportava mais, aquele lugar tinha se tornado estreito e sufocante. Não tinha mais volta.

Foi difícil, mas ela pegou sua "estrada", deixou tudo prá trás, só lhe interessava os filhos, precisava garantir um futuro emocional prá eles. Não mais se falaram. Calaram-se para sempre.
 





domingo, 18 de outubro de 2009

A (pentelha) torcida FRAmenguista

Prá completar a chatice que já é o domingo - os Titãs têm toda razão com a letra da música "Domingo" - "tudo está fechado....programa Sílvio Santos..." - acrescento também "Faustão", "FaNÁtico", praias apinhadas de gente e jornais com fofocas de artistas, nada "melhor" (prá não dizer o contrário) que ter que aturar outra chatice que é a dos torcedores do Flamengo.

Prá não dizer que não falei em flores (parodiando o Geraldo Vandré) e já não falando mesmo, porque "não dá prá florir", pois é impossível tecer elogios para a (pentelha) torcida FRAmenguista. Todos os torcedores dos outros times cariocas, com raras exceções, comemoram na hora do gol do seu time, como qualquer mortal que torce por um esporte, e no máximo no outro dia estarão envergando suas camisas, orgulhosos do seu time, e ponto final, retornam a sua vida, profissional e diária, praticamente só se pronunciando de novo, no dia do próximo jogo, 

mas não espere isso dos flamenguistas (é claro que há exceções, poucas, aliás, eu diria muito poucas), ganhando ou perdendo lá estarão eles, não contentes em azucrinarem na hora do gol, continuam pelo resto do dia e por toda a semana, "enchendo o saco" dos que não tão nem aí prá toda essa chatice. São provavelmente "alienígenas" que contaminam uma parcela da população que, sem nem pensar, vivem dessa "euforia" como a única "alegria" (e quem disse que encher a cara é sinônimo de alegria?) de uma pobre vida inculta e sem graça.

E agora ainda têm o exemplo do fenômeno Ronaldinho, que faz propaganda de cerveja, sou "brahmeiro" - nada a ver com esporte, tudo a ver com a pança dele e a dos torcedores que se encharcam de álcool em comemoração às façanhas (???) dos seus jogadores.

E não satisfeito, um torcedor fanático do Flamengo ensinou um pobre e infeliz de um pássaro do meu prédio a cantar, sem parar, o irritante corinho do hino do Flamengo, e toda a vez que estou na piscina do meu condomínio, lá está o infeliz a assoviar a musiquinha, sorte (???) a nossa que ele só sabe o comecinho, e interrompe com um "fiu, fiu" que acaba "agradando" às mulheres, principalmente as que não estão em forma dentro de suas roupas de banho (deve ser por isso que ninguém ainda "esganou" o pobre do pássaro).

Moro no meio de dois clubes, e todos os dias que se seguem a um jogo do Flamengo, sem exceção, um "pé de cana" num dos clubes nos acorda pela manhã, aos berros, sempre com a mesma e irritante cantoria que até já decorei (chatice também funciona como lavagem cerebral): "mengo, mengo,...vem aqui pro seu negão". Não, eu não "tô de zoação", é a pura verdade, a 2ª feira após jogo do Flamengo é sagrada, não preciso de despertador, lá estará ele, cumprindo seu prá lá de chato ritual.

Se há uma cena no teatro, em que o personagem é um alcóolatra, ou um pentelho inconveniente, ou um chato de galocha, alguém tem dúvida qual camisa de que time ele estará vestindo? Se um passageiro torcedor bêbado tumultua num ônibus, pode contar que a camisa dele é do Flamengo. É um clichê "clássico", não falha nunca, lá estará o sujeito "azucrinando"com aquela camisa estilo "presidiário" com ares de "devil" (uma alusão às listras vermelho e preta - horrorooooosa - e a torcida baderneira, uma verdadeira "visão do inferno").

E não querendo ser preconceituosa, mas....ao homenagear o Rio como vencedor da sede das Olimpíadas, os torcedores do FRAmengo fizeram um "letreiro" humano, com o ano 2016, só que o nº 6 ficou ao contrário lembrando a letra a, ficando então 201a (vide abaixo a foto da mancada) - haja burrice. E o vídeo abaixo com a "entrevista" com torcedores do FRamengo é hilária.








segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Procura-se o homem ideal

O homem ideal tem olhos pretos, ou castanhos, ou mesmo azuis ou verdes, tanto faz, mas só tem olhos para você. É simpático com as tuas amigas, mas seus olhos sempre procuram, encontram e pairam vidrados apenas nos teus.

O homem ideal te cobre de elogios na frente de todos (dos amigos, dos pais, dos irmãos, dos tios), mesmo depois de anos e anos, dividindo juntos cama, problemas e filhos (em comum ou não).

O homem ideal é romântico sem ser brega, é macho sem ser machista. Às vezes é "cordeirinho", mas não "pau-mandado"; é engraçado sem ser palhaço.

O homem ideal tem cabelos pretos, ou castanhos, ou mesmo louro, quem sabe ruivo e até grisalho, mas cabelos suficientes para você agarrá-lo gentilmente pela nuca e aninhá-lo junto ao teu corpo.

O homem ideal não "tá nem aí" para futebol, ou se ele curte, pelo menos que não seja "fissurado" - será trauma de infância? É que, para mim, metade do "charme" do homem se esvai "ralo abaixo" quando o pego demasiadamente entusiasmado num bate-papo sobre futebol (na hora do "jogão" decisivo, vá lá, mas depois... e se só sabe falar disso... aff...).

O homem ideal pode até não concordar com você, mas te defende contra tudo e contra todos, sempre. O homem ideal te é fiel e você também, porque fidelidade obviamente é sinal de amor e respeito, fundamentais numa relação mútua.

O homem ideal, de vez em quando, usa gravata só para satisfazer teu fetiche de poder puxá-lo por ela, e "tascar-lhe" um beijo daqueles, tipo "Cinema Paradiso".

O homem ideal tem lábios carnudos, ou mesmo finos, talvez grandes, ou até pequenos, mas lábios que te beijam o corpo todo, numa sofreguidão sem fim.

O homem ideal tem braços fortes, longos, para te surpreender e te envolver pelas costas quando vai ao teu encontro, e te surpreende diante dos amigos (sem crises de ciúmes infundados), te dando boas vindas com um beijo na nuca, daqueles de arrepiar dos pés a cabeça.

O homem ideal é uma utopia? Enquanto não me convenço disso, vou só pela vida, apaixonada pela idéia de que ele existe sim. Quem sabe, um dia, o encontro, perdido à minha procura? Mas, segundo Jô Soares, "o homem perfeito", se realmente ele existe... (assista abaixo - kkkk)










sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Na natureza selvagem

Ver, comentar e indicar bons filmes é, prá mim, um enorme prazer, mas não me vejo no papel de crítica cinematográfica "ao pé da letra", porque deve ser muito chato ter que assistir filme ruim e ainda ter que comentá-los. Li, certa vez, um crítico que se referia ao "bonequinho viu" do jornal O Globo como um deles, só que o bonequinho "cata fora" quando o filme é de má qualidade, já o crítico tem que aturar até o fim, prá que então o bonequinho possa (e claro, nós também) abandonar a poltrona antes do término da sessão.

Lembro-me quando fui com meu filhote ver um daqueles filmes animados japoneses, que os guris tanto adoram; o filme era algo insuportável, nem um pouco animado, nos dois sentidos - é desanimador de tão chato e ao mesmo tempo não há animação pois os personagens "levam um ano" prá mudar de expressão, e quando mudam, mexem no máximo a boca ou os olhos.

Na época, me senti o próprio bonequinho do jornal, "largada" na poltrona, contando os segundos prá cair fora dali, mas não podia fazer como o bonequinho, porque meu filho estava adorando o filme, e quando ele me perguntava: "tá gostando, mãe?", eu então me recompunha na cadeira, disfarçando, e com um sorriso amarelo eu dizia: "tô amando, meu anjo".

Hoje já adolescente, quando relembramos juntos a cena, rimos muito, e hoje ele é ótimo companheiro nas sessões de cinema, curte todos os filmes que indico. Já o outro meu filho, não curte tanto, porque como muitos, ele entra em qualquer sessão, sem nenhuma noção do que está passando e acaba tendo péssimas experiências com a sétima arte.

Cinema, assim como teatro, livros, shows, é como vinho, se você não souber escolher, vai levar prá  casa "vinagre" no lugar do vinho, não dá prá ir na indicação "sem pé nem cabeça" de um ou outro desavisado.

O filme "Na natureza selvagem" conta a história real de um rapaz de vinte e poucos anos, que nos anos 90 decidiu abandonar os estudos e viajar até o Alaska; fascinado pela natureza e cheio de idéias na cabeça, ele resolve ir ao encontro do seu "eu", se livrando de posses materiais, seguindo os passos de outros idealistas e/ou aventureiros (seus livros de cabeceira eram Tolstói,  o pacifista e "simpatizante do anarquismo" de "Guerra e paz", e o aventureiro Jack London de "Caninos brancos")

Quando ele se vê sozinho, diante da beleza e vastidão daquela natureza selvagem, ele se rende, e deixa registrado entre os parágrafos dos seus livros de cabeceira - " A felicidade só é plena, se compartilhada" e provavelmente teve ímpetos de voltar, mas algo saiu errado. O filme é belo em suas paisagens, ora áridas e desérticas, ora exuberante em sua imensidão e seus habitantes selvagens. Sem falar nas excelentes músicas, compostas pro filme, do Eddie Vedder (do Pearl Jam) "Society" (veja abaixo a música, com fotos do filme) e "Garanteed" com sua voz rouca inconfundível. Não perca.




domingo, 4 de outubro de 2009

"Carne fresca"

"Carne fresca" - frase de muito mau gosto e tremenda indelicadeza que "vira e mexe" ouço de homens, ao se referir a garotas mais novas, de vinte e poucos anos, claro, mais jovens que eles.

Acho de mau gosto porque desrespeitoso, pois ofende a nós, mulheres que já passamos há muito dos 30, e porque desmerece essas pobres garotas que são vistas apenas como "carne fresca", dando a impressão que são "descerebradas", "desmioladas" e só o que importa é a "carne fresca". 

Nós, mulheres, também temos entre nós, nossos termos pejorativos em relação aos homens, do tipo "tesudo", "tudo de bom", "sarado", "bom de pegada" - aliás, é assim que a gente descobre os falsos "garanhões", que fazem "propaganda enganosa" de si mesmos entre os amigos otários, em geral embasbacados com a performance (que só nós sabemos ser "fake") do cara,

mas a diferença é que nós, mulheres, fazemos esses comentários entre nós, e evitamos expressá-los entre os homens (sejam eles amigos ou parceiros) porque soa "meio que baixaria" e, principalmente, por ser ofensivo a eles, pois muitos deles, não estão "tão sarados" assim, nem são "tudo de bom", mas não é por isso que nós mulheres, amigas e/ou parceiras, vamos desmerecê-los e humilhá-los.

No entanto, o que noto é que não existe essa preocupação por parte dos homens, que eles elogiem, entre eles, a bunda mais gostosa, a carne mais fresca, o silicone mais perfeito (tem gente que curte mulheres "fake"), tudo bem,..... mas o que observo é que, se passar uma bunda na nossa frente, eles (os amigos homens, e até homens com suas respectivas parceiras) descaradamente, não deixarão de olhar, e se bobear, irão elogiar, como se fôssemos o "cocô do cavalo do bandido".

Acho uma insensibilidade sem par, e olha que eu me garanto, sem plástica, sem silicone, tudo no lugar como vim ao mundo, do alto dos meus "dobrados" vinte e tantos anos, com muito orgulho, boto muita garota de vinte e poucos anos, "no chinelo",

pois, se eu, com toda segurança de mulher bem resolvida, fico literalmente "puta" com essa indelicadeza, imagine a mulher que estiver fora de forma, rechonchudinha, etc... é, no mínimo, humilhante. Homem (mesmo que apenas amigo) que se atreve a me humilhar diante de outra mulher, soltando piadinha na minha frente, só o fará uma única vez na vida, porque disparo impropérios para o dito cujo, prá "nunca mais".

Agora, o que esses machos não sabem é que nós, mulheres, com bem mais de 30 e 40 anos, éramos "tapadas" e "lesadas" aos 20 e poucos anos (na vida e principalmente no sexo) e não me venham com a "máxima" de que vocês ensinam, que "não cola", pois até aprenderem a se liberarem (se "aprendem" rápido, desconfiem, com certeza são "dadivosas") essas tais de vinte e poucos anos já não serão assim tão "carne fresca".

E, leve a mal não, mas,..... "carne fresca por carne fresca", nós, mulheres, é que temos de exigir isso de vocês porque, com a idade, a "performance" de vocês é que fica a desejar, certo?

Tenho dito
Abs
Rosemery Nunes




sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Meu apelido "Adorável anarquista"

Meu apelido "adorável anarquista" - ganhei-o dos meus familiares, que me conhecem "anarquizando" desde a adolescência. Por que o apelido? Bem, antes de qualquer coisa, é preciso conceituar exatamente o que significa anarquismo. 

A noção de que anarquia é sinônimo de caos é totalmente equívoca. Na sua forma mais pura, anarquismo seria "ausência de leis, mas não de ordem" (assista vídeo no final do texto); subentende-se que o ser humano, se munido de ética e caráter, não precisaria de leis para manter a ordem, bastaria seguir o velho e bom ditado "não faça com os outros o que não deseje para si próprio", e seguindo os conceitos da Bíblia "ame o próximo, como a si mesmo".

Ganhei esse apelido de "adorável" porque, antes de tudo, apesar de "brigona", não sou carrancuda, ao contrário sou otimista, bem-humorada, e me "tirar do sério" é difícil; mas quando me deparo com mau-caratismo e antiética, até procuro "negociar" antes de denunciar (já usei essa tática de esperar por justiça, abaixar a cabeça, mas tudo tem limite) e não me venham com paradigmas, do tipo "sempre foi assim", "será sempre assim", "não adianta ir contra", daí meu apelido de "anarquista", pois vou me rebelar sempre, onde e quando houver injustiça, mau-caratismo e falta de ética.

"Vira e mexe" aparece um ou outro que quer "me domar", acham que eu tenho que mudar meu jeito "brigão", me indicam florais, yoga e até terapia, como se psicólogos e/ou psiquiatras com suas drogas "embotadoras de mentes" fossem me convencer que eu é que tenho que me calar (como muitos fazem, egoisticamente, pois é mais cômodo) diante de "mentes perigosas" que continuam à solta, "barbarizando" nos serviços públicos, na política, etc.

Até faço yoga, mas brinco dizendo que preciso fazer boxe (tailandês ou outro qualquer) para "extravasar" e assim evitar socar certas caras merecidamente "socáveis". 

Prefiro ser tachada de "desequilibrada", "louca", "histérica", porque brigo (e esperneio, às vezes) contra  mau-caratismo e antiética, a ver meu nome vinculado a pecha de "pau-mandado", "babaca", "bunda-mole", "baba-ovo", que muitos recebem, pois apesar de possuírem o poder de decisão (e condenação) nas mãos, se dobram diante de corruptos e mau-caráter.

Não tenho sangue de barata, minha tolerância tem limite (infelizmente não sou anarquista pacifista, como foi Gandhi, sou mais rebelde como era o escritor e psiquiatra Roberto Freire), vou até onde der, mas se a "coisa" toma um rumo insustentável, jogo "prá debaixo do tapete" toda minha educação de berço, e mando o mau-caráter prá PQP com todas as letras, logo de cara, e mando um "fuck you" para quem me criticar, pois "pimenta nos olhos dos outros sempre foi (e será) refresco".











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